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Luto: um processo na Dependência Química
Publicado em: 20 de fevereiro de 2019

Atualizado em: 24 de fevereiro de 2022

Luto: um processo na Dependência Química

Admitir a impotência significa admitir a derrota e a perda, algumas perdas podem ser muito significativas ao indivíduo trazendo assim um estado emocional desesperador ao qual se dá o nome de luto, ainda que esse estado para alguns seja em maior ou menor intensidade.

No caso dos dependentes químicos em tratamento, a perda é relacionada ao uso de drogas, que representa um estilo de vida ou mesmo um amigo que lhe acompanhou durante algum tempo.

Todavia, o luto é uma resposta saudável a uma situação difícil, é preciso que se passe por essa fase para que, então, o indivíduo encontre a serenidade e a paz de espírito.

É comum passar pelo luto; o que não pode acontecer é ficar preso em uma de suas fases.

Como Acontece o Luto na Dependência Química?

O luto se constitui como um processo doloroso, que gera angústia no indivíduo e que acontece em decorrência de uma perda muito importante.

Este processo não está relacionado somente com a perda de um ente querido, mas também a algo, como por exemplo, o emprego, um objeto ou uma viagem, entre outras coisas, que possam ter um significado para o indivíduo.

Portanto, na dependência química o luto é um processo difícil, pois representa o fim de sua relação com o álcool ou as drogas. 

O luto é uma vivência que causa dor e sofrimento no dependente químico, onde ele tem que aprender a viver sem a droga, e se reerguer diante dessa situação.

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Quais são as Fases do Luto?

O luto possui cinco fases: negação, raiva, dor / desespero / depressão, negociação e aceitação, sendo o medo uma característica presente em todas.

Negação

Na primeira fase, o dependente não aceita que possui uma doença, ou seja, se nega a aceitar que é um dependente químico. Esta fase se constitui como uma das mais difíceis de serem superadas durante o tratamento, pois não são todos os indivíduos que reconhecem que possuem um problema.

Raiva

A raiva é uma fase onde o indivíduo procura culpar algo ou alguém, por sua condição. 

É um período marcado por muitas perguntas como: “o que fiz para merecer isso?”, “Por que isto está acontecendo comigo?”. 

Na dependência química, quando essa situação se torna mais evidente a pessoa costuma demonstrar raiva, apesar de sentir culpa e vergonha, por estar preso no mundo das drogas e não admitir a sua impotência.

A falta de controle gera a ira. Sentir raiva pode ser algo saudável quando acontece uma situação que não se queria que acontecesse ou não se esperava. 

Porém, alimentar este sentimento por muito tempo se torna prejudicial, podendo conduzir a violência ou se transformar em um ressentimento amargo.

A recaída, portanto, se torna uma armadilha fácil e assim quando começam a entender que a raiva é algo destrutivo, persistem em não admitir a sua impotência e não se rendem facilmente, entrando assim na terceira fase.

Dor / Desespero / Depressão

Nesta fase o indivíduo passa a sentir constantemente sentimentos negativos, como tristeza, culpa, desesperança e um intenso sofrimento. 

A pessoa tem momentos de choro, fica mais reflexiva e se isola de seu meio social. 

A dor sentida quando algum ente querido morre é equivalente a dor de quando se abandona o uso de drogas e em alguns casos até maior. 

Com a dor, vem o desespero surgem sentimentos de solidão e desesperança. 

O indivíduo pode sentir muita pena de si mesmo nessa fase e assim passar pelo processo de recaída.

Esse é o lado negativo da dor, quando excessiva pode transformar-se em depressão a qual pode levar a pensamentos suicidas então se faz necessário toda a ajuda profissional para que algo mais grave não venha se tornar realidade.

Negociação

Nesta fase a pessoa passa a tentar aliviar a sua dor e começa a fazer algumas ponderações, imaginando possíveis soluções e fazendo “acordos” internos. 

Essa negociação acontece dentro da própria pessoa e muitas vezes, é voltada para questões morais, como exemplo: “prometo que vou parar de beber, para que tudo volte a ficar bem”.

Aceitação

Durante essa fase a pessoa consegue ter uma visão mais realista e passa a aceitar a sua condição, consegue enxergar as coisas de uma forma mais clara. 

O desespero em relação a perda dá lugar para uma maior serenidade, e o indivíduo começa a enfrentar o tratamento com mais consciência, enfrentando a sua condição da melhor maneira possível.

Como Vencer o Luto?

Vencer o luto não é uma tarefa fácil na dependência química, cada pessoa o sente e passa de uma forma diferente por ele.

Esse processo não é uma doença, como também não é algo que deva ser deixado de lado, se faz necessário tempo, conhecimento e em algumas situações o acompanhamento de profissionais para auxiliar o indivíduo a passar por este momento da melhor forma.

Se faz necessário passar por suas fases, para que o dependente veja de forma clara e com serenidade o rumo de sua vida, estando disposto a seguir por essa situação, com determinação e força de vontade. 

Com o auxílio de bons profissionais especializados em dependência química e um ambiente adequado, acolhedor e com uma boa estrutura, é possível que o indivíduo se recupere e possivelmente não volte mais ao consumo de drogas.

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Conclusão

As pessoas não passam por essas fases de maneira linear, ou seja, elas podem superar uma fase, mas, depois, retornar a ela, estacionar em uma delas sem ter avanços por um longo período ou ainda superar todas as fases de forma rápida até a aceitação, não existe uma regra. 

Porém, sabe-se que, comumente, a fase mais longa é da depressão para a aceitação.

O processo do luto na dependência química também se constitui importante para que a pessoa possa seguir em frente e ressignificar a sua vida, ou seja, dar um novo sentido a ela.

Cada um possui uma vivência individual diferente desse processo, pois ele não acontece na mesma intensidade e da mesma forma em todos os indivíduos.

A finalidade do tratamento do processo de luto dos dependentes químicos, é ajudá-los a ter a consciência de que são responsáveis tanto pelo que sentem, quanto por suas ações positivas. 

As fases do luto são um caminho onde o indivíduo pode percorrer até se recuperar e encontrar a serenidade fazendo o resgate de sua vida anterior.

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