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Álcool entre mulheres: por que elas sofrem mais com os efeitos da bebida?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo de álcool entre mulheres vem aumentando globalmente. No Brasil, pesquisas do IBGE e do Ministério da Saúde revelam um crescimento do consumo abusivo entre o público feminino, especialmente em faixas etárias mais jovens.

Esse aumento está relacionado a:

  • Mudanças culturais
  • Maior inserção social e profissional das mulheres 
  • Pressões sociais e emocionais que enfrentam
  • Marketing da indústria do álcool, muitas vezes voltado para o público feminino. 

Entender por que o álcool afeta mais as mulheres é essencial para promover a prevenção, orientar tratamentos adequados e incentivar o apoio especializado. 

Consumo e normalização social

O consumo de bebidas alcoólicas por mulheres deixou de ser tabu em muitos contextos, o que pode ter contribuído para o aumento da frequência e intensidade do uso.

A normalização do álcool em eventos sociais, ambientes de trabalho e redes sociais influencia o comportamento, especialmente entre adolescentes e jovens adultas.

Essa exposição constante pode mascarar os sinais de alerta e dificultar o reconhecimento de um problema em desenvolvimento. O uso frequente, mesmo em pequenas quantidades, pode desencadear efeitos graves no organismo feminino.

Menor capacidade de metabolização

As mulheres têm uma capacidade menor de metabolizar o álcool em comparação aos homens. Isso acontece porque possuem menos água no corpo e menor atividade da enzima desidrogenase alcoólica, responsável por quebrar o álcool no fígado.

Como resultado, a mesma quantidade de bebida gera uma concentração mais alta de álcool no sangue das mulheres, o que intensifica os efeitos e os danos ao organismo. Isso explica por que elas ficam embriagadas mais rapidamente e apresentam complicações com menor quantidade de consumo.

Sistema hormonal e ciclos menstruais

O sistema hormonal feminino também interfere na forma como o álcool é processado. Durante certas fases do ciclo menstrual, a absorção pode ser ainda mais intensa, agravando os efeitos colaterais.

Estudos sugerem que hormônios como o estrogênio estão relacionados a uma maior sensibilidade aos efeitos do álcool. Isso aumenta a vulnerabilidade a doenças hepáticas, cardiovasculares e mentais, mesmo com um consumo moderado.

Danos ao fígado e ao coração

As mulheres desenvolvem doenças hepáticas relacionadas ao álcool, como hepatite alcoólica e cirrose, de forma mais rápida do que os homens. Mesmo quantidades menores de consumo podem causar inflamação e danos graves ao fígado.

O consumo de álcool também está associado a problemas cardiovasculares, incluindo aumento da pressão arterial, arritmias e risco de insuficiência cardíaca. O organismo feminino é mais suscetível a esses riscos.

Câncer e outros riscos à saúde

De acordo com a Agência Internacional para a Pesquisa sobre o Câncer (IARC), a  relação entre álcool e câncer de mama está bem documentada. O consumo de bebidas alcoólicas aumenta significativamente o risco desse tipo de câncer em mulheres.

Outros tipos de cânceres, como o de fígado, esôfago e cólon, também são mais comuns em usuárias frequentes de álcool. Isso evidencia a importância de medidas preventivas e campanhas de conscientização voltadas para o público feminino.

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Depressão, ansiedade e relação com o álcool

As mulheres têm uma prevalência maior de transtornos mentais como depressão e ansiedade, que podem ser agravados pelo uso do álcool. Muitas vezes, a bebida é usada como forma de automedicação para lidar com emoções dolorosas.

Esse tipo de uso é especialmente perigoso porque perpetua um ciclo de dependência emocional e física. O álcool piora os sintomas psiquiátricos, reduz a eficácia de medicamentos e compromete o funcionamento cognitivo.

Violência e vulnerabilidade social

O consumo de álcool está associado a um maior risco de violência contra a mulher, tanto em contextos domésticos quanto em espaços públicos. Mulheres alcoolizadas estão mais vulneráveis a agressões físicas e abusos sexuais.

Esse fator deve ser considerado em estratégias de prevenção e proteção, pois a relação entre álcool e violência de gênero é um problema de saúde pública que requer atenção urgente.

Progressão mais rápida da doença

A dependência de álcool tende a se desenvolver mais rapidamente nas mulheres, fenômeno conhecido como “telescoping”. Isso significa que elas passam do uso inicial para a dependência em menos tempo que os homens, com consequências mais graves.

Essa progressão acelerada está ligada a fatores biológicos e psicossociais. Mulheres que desenvolvem dependência enfrentam mais estigmas e têm mais dificuldade para buscar ajuda, o que pode retardar o início do tratamento.

Barreiras para o tratamento

Mulheres com dependência alcoólica enfrentam obstáculos como medo do julgamento, responsabilidades com filhos, dependência financeira e violência doméstica. Isso dificulta o acesso ao tratamento e aumenta o sofrimento.

Grupos de apoio como os Alcoólicos Anônimos (AA), aliados ao suporte de instituições especializadas, oferecem um espaço seguro e solidário para mulheres que desejam se recuperar, compartilhando experiências com outras pessoas que passam pelos mesmos desafios.

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Conclusão

O consumo de álcool entre mulheres é um tema que merece atenção especial por suas especificidades biológicas, sociais e psicológicas. As mulheres sofrem mais com os efeitos da bebida, mesmo com consumo moderado, e estão mais expostas a danos à saúde física e mental.

Informar, prevenir e acolher são pilares fundamentais para combater o impacto do álcool na vida das mulheres. Se você ou alguém próximo está passando por isso, não hesite em buscar ajuda profissional. A recuperação é possível, e existem caminhos seguros para reconstruir a vida com dignidade e saúde.

A Clínica Hospitalar Recanto está pronta para acolher, orientar e cuidar em todas as etapas do tratamento, oferecendo um ambiente acolhedor e uma equipe especializada para apoiar mulheres em sua jornada de recuperação.

NÓS LIGAMOS PARA VOCÊ

Fabrício Selbmann é psicanalista, palestrante sobre Dependência Química e diretor da Recanto Clínica Hospitalar – rede de três clínicas de tratamento para dependência química e saúde mental, referência no Norte e Nordeste nesse segmento.

Especialista em DependênciaQuímica pela UNIFESP, pós-graduado em Filosofia | Neurociências | Psicanalise pela PUC-RS, além de especialização na Europa sobre o modelo de tratamento Terapia Racional Emotiva (Minessota).

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