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Vozes e delírios: o perigo da alucinose alcoólica em dependentes
Publicado em: 27 de maio de 2025

Atualizado em: 27 de maio de 2025

Vozes e delírios: o perigo da alucinose alcoólica em dependentes

Entre os distúrbios associados ao consumo excessivo de álcool, está a alucinose alcoólica, uma condição que demanda cuidado urgente. 

Afinal, ver um familiar ou ente querido em uso abusivo de álcool, agindo de forma confusa ou com comportamentos alterados é preocupante, além de angustiante.

E para quem já vivenciou episódios de abstinência ou sintomas psicóticos, a experiência é ainda mais assustadora. 

Se esse é o seu caso, ao longo desta leitura você entenderá melhor o que é esse transtorno, seus sinais e como buscar ajuda especializada para interromper esse ciclo de sofrimento.

O que é alucinose alcoólica?

A alucinose alcoólica é um transtorno psicótico relacionado ao uso crônico e excessivo de álcool, que se manifesta principalmente por alucinações auditivas, como ouvir vozes ameaçadoras ou insultos.

Um exemplo comum é o de uma pessoa que, após dias bebendo intensamente, começa a relatar que está ouvindo vizinhos conspirando contra ela, mesmo que ela esteja sozinha em casa.

Na prática, essa experiência causa medo, angústia e pode levar a comportamentos defensivos ou agressivos.

Apesar de ser uma condição grave, a alucinose alcoólica é relativamente rara, já que afeta cerca de 0,6% a 0,7% dos dependentes de álcool, segundo dados do National Institutes of Health (NIH).

Isso mostra que, embora não seja comum, o risco existe e exige atenção médica imediata para evitar complicações.

Quanto tempo dura alucinose alcoólica?

As alucinações nesta condição podem durar de alguns dias a várias semanas, algo que varia conforme a gravidade do quadro e a resposta individual ao tratamento.

Sintomas de alucinose alcoólica

Os sintomas da alucinose alcoólica  envolvem agitação intensa, confusão mental, alucinações auditivas, hipersensibilidade sensorial, tremores e instabilidade motora.

Abaixo, entenda melhor como cada um deles se manifesta.

Alucinações auditivas

O sintoma mais característico são as alucinações vívidas, especialmente auditivas. 

Ou seja, o paciente ouve vozes, murmúrios ou sons inexistentes, muitas vezes ameaçadores ou persecutórios. 

Diferente de outras psicoses, ele pode reconhecer que as percepções são anormais, mas não consegue controlá-las.

Agitação intensa

A alucinose alcoólica pode desencadear um estado de hiperatividade, com falas aceleradas, inquietação e dificuldade em permanecer parado.

Neste sintoma, o indivíduo reage de forma exagerada a estímulos internos (como as alucinações) e externos (barulhos, luzes ou interações), o que leva a crises de ansiedade e irritabilidade.

Confusão mental

A dificuldade em distinguir realidade e imaginação gera desorganização no pensamento. 

Aqui, o dependente químico pode ficar perdido no tempo e no espaço, com um discurso desconexo e comportamentos incoerentes.

Essa desorientação é agravada pela privação do álcool, que deixa o cérebro em um estado de hiperexcitabilidade.

Hipersensibilidade sensorial

Pacientes com alucinose alcoólica tornam-se extremamente reativos a qualquer estímulo ambiental. 

Neste sentido, sons normais podem parecer amplificados, luzes se tornam incômodas e toques físicos são interpretados como ameaças. 

Essa hipervigilância contribui para a agitação e a paranoia do dependente químico.

Tremores e instabilidade motora

Movimentos involuntários, principalmente nas mãos e membros superiores, são sintomas comuns desta condição.

Em casos mais intensos, os tremores podem afetar pernas e tronco, o que prejudica a coordenação motora e a execução de tarefas simples, como segurar um copo ou caminhar em linha reta.

alucinose alcoolica

Causas da alucinose alcoólica

As causas da alucinação alcoólica são: abstinência alcoólica abrupta, alterações neuroquímicas no cérebro, consumo excessivo e prolongado de álcool, fatores genéticos e predisposição individual, interação com outras substâncias ou medicamentos e, por fim, problemas de saúde mental pré-existentes.

Na sequência, entramos em detalhes sobre cada uma dessas causas.

Abstinência alcoólica abrupta

A interrupção súbita do consumo de álcool em dependentes crônicos pode desencadear alucinose, já que o cérebro, acostumado à depressão do sistema nervoso causada pelo álcool, entra em hiperatividade. 

Essa reação de rebote causada pela abstinência alcoólica pode levar a distúrbios neuroquímicos e alucinações.

Alterações neuroquímicas no cérebro

O álcool afeta neurotransmissores como GABA (relaxante) e glutamato (estimulante). 

Deste modo, o uso prolongado desregula esses sistemas, e a falta repentina da substância causa um desequilíbrio, o que leva a hiperexcitação neuronal e pode resultar em alucinações, bem como outros sintomas psicóticos.

Consumo excessivo e prolongado de álcool

O uso crônico e em grandes quantidades danifica estruturas cerebrais, algo que prejudica a comunicação entre neurônios. 

Assim, com o tempo, o cérebro se adapta à presença constante do álcool, e sua ausência gera uma resposta exagerada, que pode manifestar-se em alucinações, especialmente auditivas.

Fatores genéticos e predisposição individual

Algumas pessoas têm maior vulnerabilidade a desenvolver transtornos psicóticos relacionados ao álcool devido a fatores hereditários. 

Por exemplo, um histórico familiar de alcoolismo ou transtornos mentais pode aumentar o risco de alucinose alcoólica em usuários crônicos.

Interação com outras substâncias ou medicamentos

O uso combinado de álcool com drogas psicoativas (como ansiolíticos, antidepressivos ou estimulantes) ou até mesmo a desidratação e deficiências nutricionais podem potencializar os efeitos do álcool no cérebro.

Na prática, isso aumenta a probabilidade de alucinações durante a abstinência.

Problemas de saúde mental pré-existentes

Pacientes com transtornos psiquiátricos não tratados (como esquizofrenia, transtorno bipolar ou depressão grave) têm maior risco de desenvolver alucinose alcoólica, pois o álcool pode agravar desequilíbrios químicos já presentes no cérebro.

alucinose alcoolica

Riscos da alucinose alcoólica

Entre os riscos desta condição, destacamos:

  • agravamento do quadro psiquiátrico;
  • risco de comportamentos agressivos;
  • prejuízo nas relações sociais e familiares;
  • dificuldade de adesão ao tratamento;
  • risco de suicídio ou automutilação;
  • comprometimento da segurança física;
  • recorrência de crises psicóticas;
  • evolução para transtornos mentais permanentes;
  • isolamento social intenso;
  • aumento da vulnerabilidade a acidentes.

Como tratar a alucinose alcoólica?

O tratamento da alucinose alcoólica exige intervenção imediata e especializada para evitar complicações. 

Em casos graves, a internação em ambiente seguro e monitorado é essencial para garantir a estabilização do paciente.

Neste caso, a abordagem inclui:

  • medicação: antipsicóticos para reduzir alucinações e agitação, além de suporte sintomático para ansiedade e insônia;
  • acompanhamento psiquiátrico e psicológico: para tratar os sintomas psicóticos e as causas do alcoolismo;
  • equipe multidisciplinar: com suporte nutricional, terapia ocupacional e acompanhamento social;
  • reabilitação pós-crise: programas de desintoxicação, terapia cognitivo-comportamental e grupos de apoio (como AA) para prevenir recaídas.

Como a Clínica Hospitalar Recanto pode ajudar você 

A alucinose alcoólica é um sinal de alerta que exige tratamento urgente. 

E aqui, na Clínica Hospitalar Recanto, você encontra acolhimento especializado, com equipe multidisciplinar, terapia individualizada e suporte medicamentoso para crises agudas. 

Em nosso espaço, o paciente recebe os cuidados necessários para interromper o ciclo da dependência e reconstruir sua saúde mental. 

Com o apoio certo, a recuperação é possível. Não espere. Busque ajuda hoje mesmo.

Agende uma avaliação com a Clínica Hospitalar Recanto e inicie um tratamento personalizado com nossa equipe.

Conclusão

A alucinose alcoólica é um transtorno grave, marcado por alucinações auditivas, confusão mental e agitação, que surge em dependentes de álcool após a abstinência abrupta ou uso crônico. 

Mesmo com prevalência de 0,6% a 0,7% entre alcoólatras, exige atenção imediata para evitar riscos como agressividade, isolamento social ou evolução para psicose permanente. 

Como você viu por aqui, o tratamento especializado, com medicação, terapia multidisciplinar e reabilitação, é importante para o processo de recuperação.

E na Clínica Hospitalar Recanto, você encontra acolhimento integral, desde a estabilização da crise até a reinserção social. 

Não subestime os sinais e lembre-se que buscar ajuda salva vidas.

Nós ligamos para você