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ANGÚSTIA E SAÚDE MENTAL: entendendo, enfrentando e transformando o sofrimento emocional

A palavra angústia significa “estreiteza” ou “aperto”. É um termo usado para descrever uma sensação de aperto no peito, uma inquietação que parece sem forma e sem fim. Ao contrário de emoções específicas como a tristeza ou a raiva, a angústia é difusa, difícil de nomear e, muitas vezes, de compreender.

Na saúde mental, a angústia ocupa um lugar central: ela pode ser tanto um sintoma de transtornos psicológicos quanto uma experiência existencial da própria condição humana. Entender a angústia é fundamental para lidar com o sofrimento e promover bem-estar.

O Que é a Angústia?

Segundo a psicopatologia, a angústia é um estado afetivo desagradável, caracterizado por tensão interna, medo indefinido e sensação de vulnerabilidade. Diferente do medo, que possui um objeto claro (como medo de um animal ou de uma situação específica), a angústia é difusa, não direcionada a algo concreto.

Na clínica psicológica, é comum ouvir relatos como:

  • “Sinto um aperto no peito, mas não sei por quê.”
  • “É como se algo ruim fosse acontecer, mas não consigo identificar o quê.”
  • “Uma sensação de vazio e sufoco que não passa.”

Essas descrições mostram como a angústia é um mal-estar sem forma definida, mas que impacta profundamente a qualidade de vida.

Angústia e Transtornos Mentais

A angústia pode se manifestar em diferentes quadros clínicos:

  • Transtornos de Ansiedade
    É o campo em que a angústia mais se evidencia. Pacientes relatam preocupação excessiva, insônia, tensão muscular e crises de pânico.
  • Depressão
    A angústia aparece como um sentimento de vazio, desesperança e sofrimento constante, muitas vezes associado a ideação suicida.
  • Dependência Química
    Muitos indivíduos recorrem ao álcool e drogas como uma forma de “anestesia” para a angústia. O alívio é momentâneo, mas a longo prazo o uso agrava o sofrimento.
  • Transtornos de Personalidade
    Em casos como o transtorno borderline, a angústia pode ser tão intensa que leva a comportamentos impulsivos e autodestrutivos.

Sintomas da Angústia

A angústia se manifesta de forma psíquica e somática:

  • Sintomas psíquicos: sensação de vazio, pensamentos acelerados, preocupação constante, medo indefinido.
  • Sintomas físicos: palpitações, aperto no peito, falta de ar, sudorese, dores musculares, sensação de sufocamento.

Essa ligação entre corpo e mente evidencia como a saúde mental é inseparável da saúde física.

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A Angústia no Contexto da Vida Moderna

Vivemos em uma sociedade marcada por excesso de informações, cobranças de desempenho e incertezas constantes. Isso gera um terreno fértil para o aumento da angústia. Entre os fatores que contribuem estão:

  • Pressão por produtividade e sucesso.
  • Comparações constantes nas redes sociais.
  • Crises econômicas, sociais e ambientais.
  • Isolamento social e enfraquecimento dos vínculos humanos.

Assim, a angústia se torna quase uma “epidemia silenciosa” da contemporaneidade.

Estratégias Terapêuticas para o Manejo da Angústia

  • Psicoterapia
    A psicoterapia é um recurso essencial para compreender e lidar com a angústia. Entre as abordagens mais eficazes:
    • Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): ajuda a identificar padrões de pensamento distorcidos e a desenvolver habilidades para enfrentar a angústia.
    • Terapia Comportamental Dialética (DBT): eficaz em casos de angústia extrema e impulsividade, promovendo regulação emocional.
    • Psicoterapias Humanistas e Existenciais: exploram o sentido da angústia e a buscam transformar em crescimento pessoal.
  • Técnicas de Relaxamento e Mindfulness
    Exercícios de respiração, meditação e atenção plena auxiliam no controle da resposta fisiológica da angústia.
  • Intervenções Médicas
    Em alguns casos, a angústia pode requerer tratamento medicamentoso, sempre acompanhado por um psiquiatra.
  • Apoio Social
    Participar de grupos de apoio, como Narcóticos Anônimos e Alcoólicos Anônimos, ajuda a enfrentar a angústia ligada à dependência.


Angústia e o Caminho da Transformação

Embora dolorosa, a angústia pode ser uma oportunidade de autoconhecimento. Quando compreendida e trabalhada, ela pode indicar caminhos de mudança, novas escolhas e desenvolvimento pessoal.
Como destacou Kierkegaard, a angústia pode ser vista como um “chamado para a liberdade” – uma chance de reavaliar prioridades e reconstruir o sentido da vida.

A Angústia na Realidade Brasileira

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é um dos países com maior índice de transtornos de ansiedade no mundo. Estima-se que mais de 18 milhões de brasileiros convivam com algum transtorno ansioso, e a angústia é uma das manifestações mais frequentes.

Além disso, pesquisas mostram que, após a pandemia de COVID-19, houve um aumento significativo dos quadros de angústia, relacionados a luto, isolamento social, incertezas econômicas e medo do futuro.

Esse cenário reforça a importância de encarar a angústia como um problema de saúde pública, que exige atenção de profissionais, famílias e políticas de cuidado.

Exemplos Clínicos da Angústia

Para compreender melhor como a angústia se apresenta, vejamos dois exemplos reais (com nomes fictícios para preservar identidades):

  • Maria, 32 anos: relatava uma sensação constante de sufoco, dificuldade para dormir e pensamentos de catástrofe iminente. Após avaliação, foi diagnosticada com transtorno de ansiedade generalizada.

    O tratamento com TCC e técnicas de respiração trouxe melhora significativa.
  • João, 45 anos: após perder o emprego, começou a usar álcool diariamente para lidar com o vazio e a angústia que sentia. O uso evoluiu para dependência química.

    Em tratamento, João compreendeu que a bebida era apenas uma forma de mascarar sua dor, e com acompanhamento terapêutico e grupos de apoio, iniciou seu processo de recuperação.

Esses exemplos mostram que a angústia pode se manifestar de formas diferentes, mas sempre impacta de maneira profunda o funcionamento emocional e social da pessoa.

Como Diferenciar a Angústia Existencial da Angústia Patológica?


A angústia existencial é aquela ligada às grandes questões da vida: sentido, escolhas, incertezas. Ela é inevitável e pode até ser transformadora. Já a angústia patológica é persistente, desproporcional e gera intenso sofrimento psíquico e físico, prejudicando a vida diária.

Critérios que ajudam a diferenciar:

  • Duração: a angústia patológica é constante, não melhora com tempo ou reflexão.
  • Intensidade: causa sintomas físicos debilitantes (como falta de ar e palpitações).
  • Impacto: atrapalha o trabalho, os relacionamentos e a vida social.

Necessidade de intervenção: pode exigir tratamento psicoterapêutico e/ou medicamentoso.

Práticas de Autocuidado para Reduzir a Angústia

Embora o tratamento profissional seja essencial em muitos casos, algumas práticas podem ajudar no manejo da angústia no dia a dia:

  • Exercícios de respiração profunda: reduzem a ativação do sistema nervoso simpático, promovendo relaxamento imediato.
  • Atividade física regular: comprovadamente eficaz na diminuição de sintomas ansiosos e depressivos.
  • Escrita terapêutica: colocar pensamentos no papel ajuda a organizar as emoções.
  • Contato com a natureza: caminhar em espaços verdes diminui os níveis de estresse.
  • Redução do consumo de cafeína e álcool: ambos podem intensificar a angústia.
  • Construção de redes de apoio: conversar com amigos, familiares ou participar de grupos de suporte fortalece a resiliência.

Essas estratégias não substituem a psicoterapia, mas funcionam como aliadas importantes no cuidado integral.

O Papel da Família e da Sociedade no Enfrentamento da Angústia

Muitas vezes, pessoas que sofrem com angústia são julgadas como “fracas” ou “dramáticas”. Esse estigma agrava o sofrimento e dificulta a busca por ajuda.
É fundamental que famílias e comunidades:

  • Escutem sem julgamento.
  • Estimulem a busca por tratamento profissional.
  • Promovam ambientes de acolhimento e diálogo aberto.
  • Combatam o preconceito contra transtornos mentais.

Na perspectiva social, políticas públicas que garantam acesso a atendimento psicológico, psiquiátrico e programas de prevenção são essenciais.

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Quando procurar ajuda profissional?

Muitas pessoas demoram a procurar tratamento porque acreditam que a angústia vai “passar sozinha”. Porém, alguns sinais indicam que é hora de buscar apoio especializado:

  • A angústia é constante e intensa.
  • O sofrimento interfere no sono, trabalho ou relacionamentos.
  • Há uso de álcool ou drogas para tentar aliviar a dor.
  • Aparecem pensamentos de morte ou desesperança.

Nestes casos, procurar um psicólogo ou psiquiatra é fundamental. O tratamento precoce aumenta muito as chances de melhora e recuperação.

Angústia e Esperança: Um Caminho de Transformação

Embora dolorosa, a angústia pode se tornar um caminho de autodescoberta. Muitas pessoas, após o tratamento, relatam que aprenderam a:

  • Identificar suas necessidades emocionais.
  • Valorizar o presente.
  • Desenvolver resiliência diante das dificuldades.
  • Redefinir suas prioridades e relacionamentos.

Assim, o que antes parecia apenas sofrimento pode se transformar em uma porta de entrada para uma vida mais autêntica e significativa.

Conclusão

A angústia é uma experiência universal, mas sua intensidade e impacto variam de pessoa para pessoa. Ela pode ser um sintoma de transtornos mentais, um sinal de alerta para mudanças necessárias ou uma experiência existencial inevitável da condição humana.

O mais importante é entender que ninguém precisa enfrentar a angústia sozinho. Com acolhimento, psicoterapia, autocuidado e suporte social, é possível transformar esse sofrimento em um processo de crescimento.

No Grupo Recanto, acreditamos que cada pessoa merece um espaço seguro para cuidar da sua saúde mental.

Acolhemos aqueles que enfrentam a angústia, oferecendo ferramentas para reconstruir a vida com mais equilíbrio e esperança.

Se você ou alguém que você ama sofre com sintomas de angústia, não enfrente isso sozinho. Entre em contato com o Grupo Recanto, e conheça nosso tratamento especializado em saúde mental e dependência química.
👉 Fale com a nossa equipe e dê o primeiro passo para recuperar o equilíbrio e o bem-estar emocional.

NÓS LIGAMOS PARA VOCÊ

Fabrício Selbmann é psicanalista, palestrante sobre Dependência Química e diretor da Recanto Clínica Hospitalar – rede de três clínicas de tratamento para dependência química e saúde mental, referência no Norte e Nordeste nesse segmento.

Especialista em DependênciaQuímica pela UNIFESP, pós-graduado em Filosofia | Neurociências | Psicanalise pela PUC-RS, além de especialização na Europa sobre o modelo de tratamento Terapia Racional Emotiva (Minessota).

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