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Bebê Reborn e Saúde Mental: O que está por trás dessa tendência

Nos últimos anos, os bebês reborn ganharam popularidade em todo o mundo. Parecidos com recém-nascidos reais, esses bonecos hiper-realistas despertam curiosidade, polêmica e, principalmente, interesse na área da saúde mental. 

Mas afinal, o que está por trás dessa tendência? É um hobby inofensivo, uma forma de terapia ou um sinal de sofrimento emocional mais profundo?

O que são bebês reborn?

Atualmente, os bebês reborn reproduzem com realismo bebês reais, pois artesãos criam cada boneco com detalhes minuciosos, como peso, textura da pele e expressões faciais.

Essa prática surgiu nos Estados Unidos, no final dos anos 90, e desde então se espalhou pelo mundo.

Quem costuma adquirir esses bonecos?

O público que consome bebês reborn é diverso: colecionadores, artistas, mulheres que perderam filhos, pessoas com dificuldade de engravidar e até mesmo usuários em busca de conforto emocional. 

Em muitos casos, o boneco funciona como um objeto de apego, proporcionando sensação de cuidado e acolhimento. Também há crianças que brincam com os reborns como se fossem bebês reais, o que pode estimular a empatia e o senso de responsabilidade.

Além disso, algumas famílias encomendam bonecos personalizados que reproduzem a aparência de seus próprios filhos, como forma de recordação afetiva. Esses bonecos funcionam como um elo emocional com memórias importantes.

A relação entre bebê reborn e saúde mental

Inicialmente, profissionais utilizaram bebês reborn em contextos terapêuticos, especialmente com pacientes com demência e Alzheimer. Nesses casos, os bonecos ajudam a reduzir a ansiedade e estimulam memórias afetivas; entretanto, especialistas devem sempre acompanhar esse uso.

Alívio da dor emocional

Pessoas que enfrentaram perdas gestacionais ou lutos complicados, por exemplo, podem encontrar no bebê reborn um modo de simbolizar essa dor. O boneco se torna uma ponte entre o sofrimento e a elaboração do luto, funcionando como uma forma de expressar sentimentos muitas vezes silenciados.

Quando o uso pode indicar um problema?

Apesar de parecer inofensivo, o uso excessivo e isolado do bebê reborn pode ser um sinal de sofrimento psíquico. Quando a pessoa abandona sua rotina, evita relações reais ou substitui vínculos humanos pelo boneco, é importante buscar ajuda.

Nesses casos, o reborn pode ser uma tentativa de fuga da realidade, e o apego excessivo pode estar ligado a transtornos de humor ou ansiedade que precisam ser avaliados por um profissional.

O papel do afeto em tempos de dor

Em momentos de perda ou solidão, o ser humano busca formas de se reconectar com emoções positivas. O bebê reborn pode funcionar como uma “muleta emocional”, ajudando a lidar com o sofrimento. Esse uso simbólico pode ser terapêutico se integrado ao cuidado psicológico.

Vínculo emocional e transferência afetiva

Inicialmente, na psicologia, a transferência afetiva acontece quando a pessoa redireciona sentimentos a outro objeto ou ser. Nesse contexto, uma mãe enlutada pode transferir para o bebê reborn o amor por um filho perdido; contudo, esse processo exige acolhimento e acompanhamento psicoterapêutico. Em terapia, o profissional trabalha essa vivência para promover compreensão e ressignificação emocional.

Diferença entre apego saudável e dependência emocional

Ter um bebê reborn não é, por si só, um problema. O que diferencia um apego saudável de uma dependência é a forma como ele interfere na vida cotidiana. Se o uso do boneco contribui para o bem-estar emocional e está inserido num contexto de relações humanas reais, pode ser benéfico. Porém, se ele se torna o único meio de regulação emocional, isso merece atenção profissional.

Terapia como espaço de cuidado

Por trás do objeto, muitas vezes, está uma história de abandono, perda ou solidão. A escuta qualificada permite que o paciente encontre formas saudáveis de ressignificar sua dor.

Não há julgamento, há escuta

A psicologia não tem o papel de julgar quem utiliza bebês reborn, mas de compreender o que essa prática representa para cada indivíduo. Em muitos casos, o boneco ajuda a lidar com traumas, dores profundas e falta de afeto. Por isso, é essencial escutar com empatia e acolher a experiência de quem vive isso.

Quando buscar ajuda profissional?

O uso de um bebê reborn pode ser reconfortante, mas torna-se preocupante quando se transforma na principal ou única fonte de alívio emocional.

Se a pessoa passa a viver em função do boneco, evita qualquer contato social, negligencia responsabilidades básicas e apresenta sinais evidentes de sofrimento psíquico, como isolamento extremo ou episódios de crise emocional intensa, é fundamental procurar ajuda profissional.

Em quadros mais graves, como quando há ruptura total com a realidade ou comportamento de dependência emocional intensa, o acompanhamento psicológico pode não ser suficiente. 

Nestes casos, uma avaliação psiquiátrica e até mesmo a internação em uma clínica especializada, como a Recanto Clínica Hospitalar, pode ser necessária para oferecer um cuidado integral, seguro e humanizado.

A cultura do cuidado e a medicalização do afeto

Vivemos numa sociedade em que emoções são frequentemente comercializadas. O bebê reborn, nesse contexto, pode ser visto como uma mercadoria que oferece acolhimento imediato. 

Isso levanta questões sobre como tratamos a dor, a carência e o vazio emocional. O cuidado precisa ir além do consumo: requer presença, escuta e vínculos verdadeiros.

O risco da medicalização de sentimentos

Assim como remédios são usados para silenciar sintomas, objetos como o bebê reborn podem funcionar como formas de silenciar dores emocionais profundas.

O risco está em usar esses artifícios como substitutos de relações, sem encarar de fato os sentimentos. A psicoterapia ajuda a transformar esse silêncio em palavras.

O acolhimento que transforma vidas

Na Recanto Clínica Hospitalar, acreditamos que por trás de cada dor existe uma história que merece ser ouvida. Nosso trabalho é acolher sem julgamentos, oferecendo suporte especializado para que o paciente encontre novos caminhos para o seu bem-estar.

A dependência emocional, o luto e os traumas precisam ser tratados com empatia, escuta ativa e responsabilidade.

Contamos com uma equipe multiprofissional pronta para ajudar quem enfrenta sofrimentos psíquicos de forma profunda. Se você sente que precisa de ajuda, saiba que não está sozinho.

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Conclusão

Os bebês reborn são muito mais do que bonecos. Em muitos casos, representam o reflexo de dores profundas que precisam ser escutadas e compreendidas. Não se trata de julgar, mas de acolher, com empatia e cuidado.

Se o uso desse recurso tem gerado sofrimento, isolamento ou substituído vínculos reais, é importante buscar ajuda. 

A Recanto Clínica Hospitalar oferece um espaço seguro e acolhedor, com acompanhamento psicológico especializado para quem enfrenta perdas, traumas, dependência emocional ou outros desafios da saúde mental.

Nossa equipe está à disposição para orientar você ou um familiar no caminho do cuidado e da reconstrução do bem-estar. Entre em contato conosco e dê o primeiro passo para transformar sua história com apoio e dignidade.

NÓS LIGAMOS PARA VOCÊ

Fabrício Selbmann é psicanalista, palestrante sobre Dependência Química e diretor da Recanto Clínica Hospitalar – rede de três clínicas de tratamento para dependência química e saúde mental, referência no Norte e Nordeste nesse segmento.

Especialista em DependênciaQuímica pela UNIFESP, pós-graduado em Filosofia | Neurociências | Psicanalise pela PUC-RS, além de especialização na Europa sobre o modelo de tratamento Terapia Racional Emotiva (Minessota).

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