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Como as drogas transformam o corpo e a mente

O uso de drogas sempre foi uma tentativa humana de escapar da dor, buscar prazer ou preencher um vazio existencial. 

No entanto, o que começa como uma experiência de curiosidade ou alívio momentâneo pode se transformar em uma dependência profunda, capaz de alterar o corpo, a mente e até mesmo a forma como a pessoa se relaciona com o mundo. 

Neste artigo, vamos entender como as drogas transformam o organismo e o psiquismo humano, e o que é possível fazer para reverter esse processo.

O que são drogas e como atuam no corpo

As drogas são substâncias químicas capazes de modificar o funcionamento do sistema nervoso central. Elas alteram a percepção, o humor, o comportamento e as sensações corporais. 

Quando ingeridas, injetadas, inaladas ou fumadas, entram rapidamente na corrente sanguínea e alcançam o cérebro, interferindo na comunicação entre os neurônios.

Nosso cérebro funciona por meio de substâncias chamadas neurotransmissores, responsáveis por transmitir mensagens entre as células nervosas. 

Entre elas estão a dopamina, a serotonina, a noradrenalina e o GABA, todas associadas a emoções, prazer e bem-estar. 

As drogas, de diferentes formas, imitam ou interferem nesses neurotransmissores, provocando sensações intensas — mas artificiais — de euforia, tranquilidade ou energia.

Como as drogas transformam o cérebro

O cérebro é uma máquina de adaptação. Quando exposto repetidamente a uma substância, ele tenta se ajustar a essa nova condição química. É aí que se inicia a dependência.

Drogas estimulantes

Cocaína e anfetaminas, aumentam a liberação de dopamina, gerando prazer e energia exagerados. Com o tempo, o cérebro reduz sua produção natural desse neurotransmissor, tornando a pessoa incapaz de sentir prazer sem a droga.

Depressores

Álcool e calmantes, diminuem a atividade cerebral, gerando sensação de relaxamento e sono. O corpo, ao se adaptar, cria resistência: é preciso cada vez mais substância para obter o mesmo efeito.

Alucinógenos

LSD e maconha em doses elevadas, distorcem a percepção da realidade e podem desencadear quadros de ansiedade e psicose em pessoas vulneráveis.

Com o uso contínuo, as drogas reprogramam o sistema de recompensa do cérebro. Aquilo que antes gerava satisfação natural — como um abraço, um elogio, uma conquista — passa a ser substituído pelo desejo intenso de repetir o consumo. Essa mudança bioquímica é o coração da dependência.

O impacto das drogas no corpo físico

O corpo é profundamente afetado pelas drogas, e cada substância causa danos específicos. Porém, existem efeitos gerais que ocorrem em quase todos os casos:

  • Sistema cardiovascular: aumento da pressão arterial, arritmias, risco de infarto e AVC.
  • Fígado e rins: sobrecarga no metabolismo e acúmulo de toxinas, podendo causar cirrose e insuficiência renal.
  • Sistema respiratório: drogas inaladas ou fumadas (como crack e maconha) irritam os pulmões e podem causar doenças respiratórias crônicas.
  • Sistema imunológico: enfraquecimento das defesas do organismo, deixando o corpo mais vulnerável a infecções.
  • Sistema endócrino: alterações hormonais que afetam o apetite, o sono, a libido e até a fertilidade.

Com o tempo, o corpo passa a funcionar em função da substância, e o processo de abstinência — quando o uso é interrompido — pode causar sintomas físicos severos, como tremores, náuseas, sudorese, insônia e dores musculares.

A mente sob o domínio da dependência

Se o corpo é afetado de forma visível, a mente sofre de maneira ainda mais profunda. As drogas modificam não apenas o funcionamento cerebral, mas também a forma como o indivíduo pensa, sente e age.

Entre as principais alterações psicológicas estão:

  • Ansiedade e irritabilidade: o uso contínuo provoca instabilidade emocional e crises de pânico.
  • Depressão: a queda natural da dopamina e serotonina gera apatia e desesperança.
  • Paranoia e delírios: comuns no uso de drogas estimulantes e alucinógenas.
  • Compulsão e perda de controle: o desejo incontrolável de usar se sobrepõe à razão.
  • Isolamento e culpa: o usuário tende a se afastar de familiares e amigos, alimentando um ciclo de vergonha e solidão.

Com o tempo, a pessoa perde a capacidade de lidar com as emoções de forma saudável. A droga se torna um refúgio e um castigo ao mesmo tempo.

A dimensão emocional e espiritual

O uso abusivo de drogas não é apenas um fenômeno biológico — é também um sintoma de sofrimento emocional e existencial. Muitas pessoas recorrem às substâncias em busca de pertencimento, alívio de traumas, ou para silenciar dores psíquicas profundas.

Nesse contexto, a recuperação precisa ir além da abstinência. Envolve o resgate do sentido de vida, da autoestima e da conexão com o outro. 

A dimensão espiritual — independentemente de religião — tem papel fundamental nesse processo, pois ajuda o indivíduo a encontrar propósito, perdão e esperança.

A família e o ciclo da codependência

A dependência química nunca afeta apenas o usuário. A família sofre junto. Muitas vezes, pais, cônjuges e filhos desenvolvem comportamentos de codependência, tentando controlar, proteger ou justificar o dependente. Isso gera exaustão emocional, conflitos e desestrutura familiar.

Por isso, o tratamento deve incluir apoio psicoterapêutico para todos os envolvidos, ajudando a restabelecer os vínculos afetivos e a promover a comunicação saudável.

A importância do tratamento integrado

A dependência química é uma doença multifatorial, e o tratamento eficaz precisa ser igualmente amplo. No Grupo Recanto, por exemplo, aplica-se o modelo biopsicossocial, que integra diferentes dimensões da pessoa:

  • Biológica: desintoxicação e acompanhamento médico contínuo.
  • Psicológica: psicoterapia individual e em grupo, com foco em autoconhecimento e regulação emocional.
  • Social: reconstrução de laços familiares e reinserção comunitária.

Para além, baseados no progama dos 12 pasos, que serve como base para o tratamento, temos a dimensão espiritual, composta por atividades de reflexão, espiritualidade e grupos de apoio.

Esse tipo de abordagem humanizada permite que o paciente não apenas abandone o uso, mas reaprenda a viver com propósito, equilíbrio e autonomia.

Reprogramando a mente para a sobriedade

A neurociência mostra que o cérebro possui neuroplasticidade, ou seja, capacidade de se regenerar e formar novas conexões. Isso significa que a recuperação é possível: o cérebro pode reaprender a sentir prazer em experiências saudáveis.

Com acompanhamento adequado, atividades terapêuticas, exercícios físicos, alimentação equilibrada e novos hábitos, o sistema de recompensa volta a funcionar de maneira natural. 

A sobriedade, portanto, não é ausência de prazer, mas reconquista da liberdade emocional.

O papel da psicoterapia e dos grupos de apoio

A psicoterapia ajuda o indivíduo a compreender as causas de sua adicção, desenvolver estratégias de enfrentamento e reconstruir sua identidade fora do papel de dependente. 

Entre as abordagens mais eficazes estão a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) e os grupos baseados nos 12 Passos, como Narcóticos Anônimos (NA) e Alcoólicos Anônimos (AA).

Esses grupos oferecem acolhimento, partilha e identificação — elementos essenciais para manter a sobriedade e o sentimento de pertencimento.

Prevenção: o poder da informação e da empatia

Prevenir o uso de drogas vai além de campanhas de medo. Envolve educar com afeto, criar espaços de diálogo e oferecer alternativas saudáveis de lazer, afeto e expressão. 

Por isso, jovens que se sentem ouvidos e valorizados tendem a desenvolver maior resiliência emocional e senso de propósito — fatores que protegem contra o consumo de substâncias.

Logo, a escola, a comunidade e a família têm papéis complementares nesse processo de prevenção.

Conclusão: é possível transformar a dor em recomeço

Por fim, as drogas transformam o corpo e a mente — mas o tratamento, o amor e o autoconhecimento também são capazes de transformar a dor em recomeço. 

Nesse sentido, nenhum ser humano está condenado à dependência. Logo, a recuperação é um processo de reconstrução que exige coragem, apoio e fé na vida.

Por isso, se você ou alguém que ama está enfrentando a dependência química, saiba que buscar ajuda é o primeiro passo para a liberdade

Aqui, no Grupo Recanto, nossa missão é acolher com respeito, ética e empatia, oferecendo um tratamento completo para que cada pessoa possa reencontrar o equilíbrio entre corpo, mente e espírito.

Concluindo, o lugar para recomeçar é agora. Entre em contatocom o Grupo Recanto e descubra como podemos ajudar você ou seu familiar a retomar o controle da própria vida.

NÓS LIGAMOS PARA VOCÊ

Fabrício Selbmann é psicanalista, palestrante sobre Dependência Química e diretor da Recanto Clínica Hospitalar – rede de três clínicas de tratamento para dependência química e saúde mental, referência no Norte e Nordeste nesse segmento.

Especialista em DependênciaQuímica pela UNIFESP, pós-graduado em Filosofia | Neurociências | Psicanalise pela PUC-RS, além de especialização na Europa sobre o modelo de tratamento Terapia Racional Emotiva (Minessota).

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