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Opioides: Conheça efeitos, abstinência e tratamento
Publicado em: 16 de janeiro de 2019

Atualizado em: 29 de janeiro de 2024

Opioides: Conheça efeitos, abstinência e tratamento

O ópio é uma substância derivada da papoula, pertencente à classe dos opiáceos e, portanto, pode ser uma droga natural ou sintética. Dela, podem ser extraídas a morfina, a codeína e a heroína.

A papoula é uma planta asiática com seu uso datado desde a antiguidade. 

Os povos de origem suméria a chamavam de planta da alegria. Outros povos durante os séculos, fizeram seu uso de maneira recreativa, ritualística e estimulante.

O efeito analgésico só veio a ter notoriedade a partir dos romanos. 

No entanto, os povos árabes já a utilizavam dessa forma, apenas não era reconhecida pelo resto do mundo. Os romanos que a vieram a popularizar nesse sentido.

A princípio ela foi muito utilizada para aliviar dores intensas, pois age no sistema nervoso do indivíduo de forma que a percepção de dor é alterada, havendo uma maior tolerância.

É um tipo de droga que afeta de forma negativa o corpo da pessoa, provocando grande tolerância, sendo necessárias doses cada vez maiores para se obter os mesmos efeitos iniciais.

Além da tolerância, a droga pode causar dependência química, fazendo com que o corpo da pessoa fique refém do efeito gerado pela substância. 

De forma que suas relações e suas ações fiquem centradas no efeito da droga, desejando repetir o estado sob efeito da substância.

Assim, tornando-se importante a discussão sobre esse recorte da dependência química e da história das drogas, para que você possa conhecer mais e entender seus efeitos e como é possível combatê-la.

O que são opioides?

Os opioides são substâncias originárias do ópio, extraídas de uma planta chamada papoula. Ela pode ser considerada uma droga de procedência natural, quando não sofre nenhum tipo de modificação.

Em outros casos, pode ser classificada como semissintética, quando foram feitas modificações adicionando alguma substância, como é o caso da heroína. Essa droga também pode ser produzida em laboratório, podendo ser fabricada de modo sintético.

Os opióides são tipos de drogas que agem no sistema nervoso aliviando a dor, podendo ser consumido por via oral em forma de comprimidos ou cápsulas, injetada, aspirada, fumada ou ainda na forma líquida.

O seu uso contínuo pode gerar tolerância e proporcionar uma necessidade cada vez maior de ser consumida e, como consequência, levar à dependência.

Além dos opioides mais conhecidos como o próprio o ópio, a morfina e a heroína, também temos outros bastante utilizados, seja no meio médico ou de forma ilegal.

Veja quais são:

  • Codeína
  • Tramadol
  • Oxicodona
  • Hidrocodona
  • Metadona
  • Fentanil
  • Tapentadol
  • Loperamida

O primeiro opioide a ser isolado e sintetizado em laboratório foi a morfina, um alcalóide que foi isolado por Friedrich Serturner que o nomeou assim por conta de seu efeito analgésico e calmante.

Essa substância permite que pacientes com dores crônicas se acalmem e durmam. Assim, em homenagem a divindade Morfeu, deus do sono na mitologia grega, a substância foi nomeada morfina.

Desde então, durante os mais de 200 anos da descoberta da morfina, outros opioides foram isolados com o avanço tecnológico.

O consumo de opioides no Brasil 

Segundo uma pesquisa da Fiocruz (Fundação Oswaldo cruz) 4,4 milhões de pessoas no Brasil já fizeram uso de opioides de forma ilegal durante sua vida.

Ainda há pessoas que os usam como analgésicos, não existe um número específico sobre, porém sabe-se que 4 em cada 10 pessoas sofrem com dor crônica no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor.

Conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no ano de 2021 contamos com uma população de 213,1 milhões de pessoas

Sendo assim, se 4 a cada 10 brasileiros possuem dor crônica, são 85,2 milhões de pessoas que já fazem ou podem vir a fazer uso de medicamentos à base de opioides.

Destaca-se em especial, a prescrição de codeína e derivados, que representam 98% das prescrições médicas dos últimos anos relacionadas ao assunto.

Esses medicamentos são geralmente prescritos para dores leves a moderadas e remédios para tosse.

É importante também ressaltar que o purple drank , uma droga nova no Brasil, leva codeína ou medicamentos à base de codeína em sua mistura.

Essa droga tem tido um aumento crescente em seu consumo, principalmente entre os mais jovens.

O purple drank chegou efetivamente ao país em 2015, mas se espalhou rapidamente por conta de sua ligação com o cenário musical internacional e nacional do rap e funk. Seu uso se dá em sua maioria em festas.

jovens dançando em uma festa sob efeito de opioides

Quais são os efeitos colaterais dos opioides

Os efeitos do ópio costumam aparecer entre 15 minutos e 1 hora depois de seu consumo, durando cerca de 3 a 4 horas, dependendo da quantidade utilizada. 

Para se ter resultados satisfatórios, são necessárias doses cada vez maiores, que geram a dependência química.

Entre os principais efeitos estão: a ação analgésica, ou seja, combate a dores intensas, sensação de felicidade e euforia, induz o sono, combate a tosse, sendo muitas vezes utilizados em remédios e xaropes, afeta a consciência e a visão sobre a realidade, diminui o sistema imunológico do corpo, náusea ou vômito, entre outros efeitos.

Um problema extremamente comum em quem é tratado com opioides é a constipação, que é conhecida popularmente como prisão de ventre. Cerca de 40% a 90% possuem essa ocorrência após doses de opioides.

Apesar de não parecer um problema sério, se persistir pode trazer diversas outras complicações, como a ruptura intestinal e o aumento da chance de mortalidade.

Como uma pessoa se torna dependente do uso de opioides?

O uso de opioides é mais comum do que você pensa. Como vimos anteriormente, muitas pessoas sofrem com dores crônicas que, na maioria das vezes, só são aliviadas com remédios à base de opioides. 

Dores oncológicas, por exemplo, necessitam desses medicamentos para que o paciente possa se tratar e viver uma vida minimamente normal.

Muitos se tornam dependentes, pois recebem o medicamento via receita médica, mas com o uso, a tolerância do corpo ao medicamento aumenta.

Em alguns casos, os pacientes conseguem mais doses por via ilegal, pois muitas vezes a dor é tão intensa e de maneira continua, que precisa de uma dosagem mais alta e constante.

Com o acompanhamento médico isso é muito difícil de acontecer, mas o brasileiro acaba por procurar meios ilegais para amenizar sua dor, pois a quantidade e a dosagem dos medicamentos são restritas e controladas.

Há ainda aqueles que buscam os opioides não para o alívio de dores, mas para fazerem uso recreativo das substâncias.

Essa procura pode se dar por indicação de amigos, migração para uma droga mais forte ou a busca pelo prazer e efeito estimulante que a maioria dessas drogas.

Essas substâncias são extremamente viciantes, seja por conta de tratamento, abuso de remédios ou uso recreativo, uma vez que a pessoa entra em contato, dificilmente escapará sozinho.

Sintomas de abstinência

Por conta da grave dependência que o ópio gera, o usuário pode acabar vindo a óbito por causa da síndrome de abstinência.

Ao passar cerca de 12 horas a 10 dias sem o seu consumo, o corpo começa a apresentar um processo de abstinência que pode acontecer de variadas formas.

O indivíduo pode ter sintomas como diarreias, falta de apetite, arrepios, insônia, cólicas estomacais, hipertensão, tremores, aumento da pressão, inquietações e vômitos.

Durante o processo de abstinência, é normal que a pessoa esteja ansiosa aguardando o momento em que não precisará ficar sem o consumo da substância.

Aliado a isso, há também a sensação de fissura que se caracteriza por uma grande vontade frequentemente incontrolável de usar a substância.

Mesmo após o fim da síndrome da abstinência, é possível que alguns sintomas permaneçam como: mal-estar, alterações de ciclo de sono e apetite. Além disso, a sensação de fissura ainda pode persistir.

Nunca se sabe quando uma pessoa irá se tornar dependente da droga.

Por conta disso, esses sintomas podem acabar aparecendo até mesmo depois de pouco tempo de uso. 

Eles podem variar de leves a graves, a depender do tipo de consumo da droga, da quantidade e da frequência.

Fatores de risco para dependência

  • Idade jovem
  • Dor crônica pós-trauma
  • Múltiplas regiões dolorosas
  • Dose alta de Opioide
  • Antecedente de uso de substâncias ilícitas
  • Depressão, ansiedade ou doença psiquiátrica
  • História de abuso sexual
  • Uso de medicamento psicotrópico
  • Dependência de tabaco
  • História familiar de vício
pessoa sob efeito de opioides

Os opioides podem causar overdose?

O termo overdose se refere a uma dosagem excessiva, além do recomendado para o corpo. Desse modo, as substâncias opioides podem sim causar overdose.

Esse processo pode levar o indivíduo à morte, ou ter efeitos nocivos para os órgãos.

A overdose acontece em geral nos usuários que cometem abusos no consumo da droga num período curto.

Desse modo, é comum que alguns desses sofram intoxicação por opioides e de suas consequências.

Além do alívio da dor, a maioria dos opioides produz uma forte sensação de bem-estar e age como um estimulante físico e mental.

A overdose pode ocorrer também naqueles em que fazem o uso das substâncias opioides por um tempo prolongado.

Logo, a sua tolerância à droga será mais alta e precisará de mais doses até alcançar o efeito desejado, podendo assim sofrer de uma overdose.

Como prevenir a dependência de medicamentos opioides?

Por conta de sua propriedade tóxica, é preciso prevenir o uso compulsivo desse medicamento, pois seu descontrole pode chegar a ser fatal. O consumo  dessa substância deve ser limitado aos casos em que há indicação e acompanhamento de um profissional da medicina, para que ele faça uma avaliação e recomende a dosagem correta do medicamento.

É importante fazer acompanhamento psicológico junto ao acompanhamento médico, pois, geralmente o uso de opióides está relacionado à insônia que pode ser reflexo de um transtorno de ansiedade que pode ser tratado em terapia e com fármacos.

Opioides e opiáceos são a mesma coisa?

Não, opiáceos são substâncias que vem da flor de papoula, que possui ação analgésica além de ser uma droga depressora. Já os opióides são sintetizados, como remédios. Mesmo as duas substâncias tendo os mesmos efeitos, suas composições químicas são diferentes.

Relação entre opióides e benzodiazepínicos

Os opióides são medicamentos potentes usados para a diminuição de dores, o mais famoso deles é a morfina. Já no caso dos benzodiazepínicos, os mesmos são usados para tratar problemas ligados ao psicológico e ao neurológico do paciente, como em casos de ansiedade, distúrbios convulsivos, entre outros. Vale ressaltar que ambas as drogas têm um grande potencial depressor do sistema nervoso central. 

O uso dessas drogas deve ser constantemente monitorado, pois as mesmas vêm sendo receitadas juntas para pacientes com transtornos mentais. Isso pode trazer riscos quando os pacientes param de se consultar com o profissional de saúde e vão consumindo indevidamente os opióides e benzodiazepínicos sem o acompanhamento psiquiátrico adequado.

Como é o diagnóstico para a dependência de opioides?

O diagnóstico da dependência de opioides deve ser realizado por um médico.

O paciente deve chegar a ele por encaminhamento. Em alguns casos, pode ser que o médico já seja encarregado da pessoa e suspeite do uso abusivo de opioides.

O mais comum é que aqueles pacientes que fazem o uso dos opioides para amenizar sua dor crônica por tempo prolongado ou de maneira que pareça abusiva, sejam avaliados pelos médicos com regularidade para saber se estão dependentes ou na iminência dela.

Sinais como marcas recorrentes de agulhas e trombose na veia, podem indicar que a pessoa está fazendo o uso recorrente de opioides.

Como a grande maioria dessas substâncias só podem ser obtidas com receita, os usuários recreativos dessas drogas costumam inventar motivos para ir ao hospital e conseguir as receitas médicas.

O uso prolongado de opioides podem causar alguns sintomas que facilitam a identificação do problema, como: excesso de dor na ausência da droga, uso compulsivo, preocupação excessiva com o medicamento/substância, ansiedade constante na falta, comportamento manipulador, uso de outras drogas, alterações de comportamento, procura constante pela droga, visita a médicos diferentes ou busca por remédios de forma ilegal.

tratamento para opioides

Como é feito o tratamento?

Para acabar com a dependência desse tipo de droga, se faz necessário, muitas vezes, a internação do dependente para o seu devido tratamento.

Isto é, existe um grande risco de morte, se o próprio indivíduo para seu consumo de forma abrupta e isolada.

O tratamento consiste em abstinência total, como também a ingestão de algumas medicações acompanhadas pelo psiquiatra, que auxiliem o dependente a interromper o consumo dessas substâncias e lidar com as crises de abstinência.

O foco é que o próprio paciente reconheça a adicção e, assim, gradativamente se envolva mais em sua própria recuperação.

A dependência química afeta os aspectos biológicos, psicológicos e sociais, assim é caracterizada como uma doença biopsicossocial, de forma que o tratamento procura trabalhar a recuperação nessas diversas áreas.

Aqui no Grupo Recanto o tratamento acontece em três etapas.

A primeira é o aconselhamento em dependência química, que tem como função desconstruir a imagem que o usuário tem sobre si e sobre a droga, convidando a refletir sobre as ações que realizou.

Posteriormente, vem o trabalho com a TRE (terapia racional emotiva), que tem como função ensinar os pacientes a lidarem com suas próprias expectativas com relação a si mesmo e seu futuro, fortalecendo seu lado emocional e levando a refletir sobre seus comportamentos e atitudes.

Por último, mas não menos importante, temos a integração do programa de doze passos do A.A (alcoólicos anônimos) e de outros grupos de ajuda mútua, que leva o paciente a um mergulho profundo para dentro de sua consciência e que reconheça suas limitações para com a doença.

Tudo isso, baseado numa ligação entre o paciente e o poder superior.

A importância da clínica de recuperação no tratamento do dependente

A clínica de recuperação é o local de tratamento que mais oferece suporte para o tratamento de dependência química.

Nela, o paciente terá suporte médico e psicológico quando precisar. Desse modo, poderá se concentrar inteiramente na sua recuperação.

As clínicas de recuperação têm como objetivo possibilitar a saúde mental do paciente e melhorar seus comportamentos e atitudes que estão permeados pela droga e sua influência.

O papel da clínica é fornecer as ferramentas necessárias para os pacientes se recomporem e se reestruturarem para que possam se inserir novamente na sociedade, através de uma abordagem multidisciplinar e com profissionais de diversas áreas.

No Grupo Recanto possuímos médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, profissionais em educação física, monitores e terapeutas em dependência química, terapeutas ocupacionais, especialista em prevenção a recaída.

Onde encontrar uma clínica de recuperação para dependentes de opioides?

Nós do Grupo Recanto possuímos clínicas alocadas nos estados de Pernambuco e Sergipe, contamos com três unidades, sendo uma delas específica para o cuidado feminino.

Os usuários de opioides demandam atenção e precisam de cuidados especializados.

Nós, do Grupo Recanto, podemos fornecer, com um tratamento focado nas necessidades individuais do paciente, se estiver precisando nos ligue ou deixe seu contato aqui pelo site que entraremos em contato.

Conheça os tratamentos contra vícios do Grupo Recanto, clique aqui!

Conclusão

Os opioides são um problema crescente que não tem tido a devida atenção do governo, que não tem aplicado nenhuma medida que freie o avanço do uso abusivo.

De modo que se fazem necessários textos como esse que revelam o perigo dessas substâncias e que forneçam as informações para ajudar as pessoas.

O problema do abuso dos opioides é que sua abstinência é forte e, mesmo após a parada, os danos podem persistir ao longo da vida.

Contudo a dependência de opioides é tratável, de modo que como demonstrado acima no texto, é possível viver uma vida normal depois do uso abusivo da substância. 

Em nossa clínica, os pacientes poderão desfrutar de um ambiente acolhedor e com ótima estrutura, com o atendimento individualizado e humanizado que merecem, com atividades diversas para o dia a dia do paciente.

Nosso objetivo é tratar o paciente da influência do opioide e de todas as crenças e ideias que ele teve por conta do pensamento obsessivo e compulsivo de um dependente, para que assim ele comece a construir uma nova vida e reparar os erros e as coisas que um dia destruiu.

Lhe agradeço por continuar conosco até esse momento e até a próxima.

Nós ligamos para você