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O problema da dependência química entre adolescentes

A dependência química é um problema de saúde pública que afeta não apenas o indivíduo, mas também sua família, sua comunidade e a sociedade em geral. 

Quando falamos de adolescentes e jovens em situação de uso abusivo de drogas, o desafio se torna ainda maior. Afinal, trata-se de uma fase da vida marcada por transformações físicas, emocionais e sociais.

Para muitos pais, encarar a possibilidade de internar um filho ou filha em uma clínica de reabilitação é doloroso, mas, em determinadas situações, pode ser a única alternativa viável para salvar a vida do jovem e oferecer-lhe uma nova oportunidade.

Neste artigo, vamos explicar de forma clara, detalhada e responsável como funciona a internação de menores de idade para dependência química, quais são os aspectos legais, médicos e psicológicos envolvidos, além de apresentar informações úteis para famílias que buscam ajuda.

A dependência química entre adolescentes: números e riscos

O início precoce no consumo de substâncias aumenta muito a probabilidade de dependência. Pesquisas nacionais indicam que o álcool é a substância mais consumida entre jovens brasileiros, seguida pelo cigarro, maconha e solventes inalantes. 

Segundo a última edição da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), cerca de 63,3% dos adolescentes já consumiram álcool ao menos uma vez e 13% já experimentaram drogas ilícitas antes dos 15 anos.

Além dos danos imediatos à saúde, como intoxicações, acidentes e risco de overdose, a dependência na adolescência compromete diretamente:

  • O desenvolvimento cerebral, que só se completa por volta dos 25 anos;
  • O desempenho escolar e o abandono dos estudos;
  • A saúde mental, aumentando casos de depressão, ansiedade e comportamento suicida;
  • A inserção social, favorecendo o isolamento e a aproximação de contextos de violência.

Por isso, quando o uso se torna contínuo e coloca em risco a vida do jovem, a internação é vista como um recurso essencial.

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Aspectos legais da internação de menores

No Brasil, a internação de adolescentes para tratamento da dependência química deve obedecer a duas legislações principais: o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Lei nº 10.216/2001, que regula a proteção dos direitos de pessoas com transtornos mentais.

Pontos importantes a considerar:

  1. Autorização dos pais ou responsáveis – A internação só pode ocorrer mediante consentimento da família, salvo em situações de risco extremo.
  2. Proteção da dignidade – O adolescente internado tem direito a educação, acompanhamento familiar e tratamento respeitoso.
  3. Tipos de internação:
    • Voluntária: quando o jovem aceita o tratamento.
    • Involuntária: realizada a pedido dos familiares, mesmo sem consentimento do adolescente.
    • Compulsória: determinada judicialmente, em casos em que há risco iminente à vida ou à segurança da comunidade.

Isso significa que a internação nunca deve ser vista como punição, mas sim como uma estratégia de cuidado e proteção.

Nossos tratamentos

O processo de internação passo a passo

A internação segue protocolos clínicos bem definidos, que garantem segurança ao adolescente e confiança à família.

1. Avaliação inicial

A primeira etapa consiste em uma avaliação médica e psicológica completa, conhecida como psicodiagnóstico. Nela, são investigados:

  • O tempo e a intensidade do uso da substância;
  • As condições clínicas e psiquiátricas;
  • A existência de transtornos associados, como depressão, ansiedade ou TDAH;
  • O histórico familiar e social.

Essa etapa é crucial para definir o tipo de tratamento mais adequado.

2. Definição do regime de tratamento

Com base na avaliação, a equipe decide se o adolescente deve passar por:

  • Internação integral: permanência 24h no centro terapêutico.
  • Internação parcial: o jovem passa parte do dia na clínica e retorna para casa.
  • Atendimento ambulatorial: quando a dependência é menos grave e pode ser acompanhada sem afastamento.

3. Elaboração do plano terapêutico

O plano é sempre individualizado, adaptado às necessidades do paciente. Pode incluir:

  • Atendimento psiquiátrico e uso de medicamentos quando necessário;
  • Psicoterapia individual e em grupo;
  • Reforço escolar, oficinas culturais e esportivas;
  • Orientação e suporte familiar.

4. Ambiente seguro e estruturado

O espaço de internação oferece proteção contra riscos externos, com uma rotina organizada que inclui horários para estudo, lazer, descanso e terapias. Essa estruturação da rotina é essencial para que o jovem recupere hábitos saudáveis.

5. Participação da família

A família é parte central do processo. São promovidas reuniões educativas e orientações para que os pais saibam como apoiar o adolescente e evitar recaídas após a alta.

Luta contra a dependência

Quanto tempo dura a internação?

Não existe um tempo fixo para a internação de menores. Em geral, o período varia de 3 a 9 meses, dependendo da gravidade do quadro e da resposta ao tratamento. Alguns adolescentes apresentam progressos rápidos, enquanto outros necessitam de acompanhamento mais prolongado.

A alta só é concedida após avaliação da equipe multidisciplinar, que analisa se o jovem apresenta condições de retomar sua rotina sem grandes riscos.

A vida após a internação: prevenção de recaídas

O momento mais crítico para muitos jovens ocorre justamente após a alta. Por isso, a continuidade do cuidado é indispensável.

As estratégias incluem:

  • Psicoterapia de manutenção;
  • Grupos de apoio como Narcóticos Anônimos;
  • Acompanhamento médico periódico;
  • Fortalecimento do vínculo familiar;
  • Inserção em atividades esportivas, culturais e educacionais.

Esse conjunto de ações reduz o risco de recaída e aumenta as chances de reinserção saudável na sociedade.

Métodos terapêuticos mais utilizados

No tratamento de adolescentes, diferentes abordagens podem ser combinadas para aumentar a eficácia:

  • Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): ensina o jovem a identificar e modificar pensamentos e comportamentos que o levam ao uso da droga.
  • DBT (Terapia Comportamental Dialética): indicada para adolescentes impulsivos ou com dificuldade de regular emoções.
  • Terapias familiares: promovem o diálogo, reduzem conflitos e ajudam os pais a estabelecer limites saudáveis.
  • Atividades complementares: música, esportes, artes e espiritualidade são recursos que fortalecem a autoestima e resgatam valores positivos.

Impacto da dependência química na família

É impossível falar de dependência química sem mencionar o sofrimento vivido pela família. Muitos pais carregam sentimentos de culpa, impotência e vergonha, enquanto irmãos e avós também sofrem com os conflitos e desgastes emocionais.

A internação, nesse sentido, também funciona como um respiro para a família, que encontra apoio psicológico, acolhimento e orientação para lidar com a situação de forma mais equilibrada.

Além disso, ao participar ativamente do processo terapêutico, os familiares passam a compreender que a dependência é uma doença crônica e que o adolescente precisa de acompanhamento contínuo, não de julgamentos.

Mitos e verdades sobre a internação de adolescentes

Mito: A internação é um castigo.
Verdade: Trata-se de um recurso terapêutico que visa salvar vidas.

Mito: Internar é suficiente para resolver o problema.
Verdade: O tratamento continua após a alta e requer acompanhamento constante.

Mito: O adolescente sairá totalmente curado.
Verdade: A dependência química é uma doença crônica. O objetivo é aprender a lidar com ela de forma saudável.

Nossos tratamentos

O básico que um adolescente precisa em tratamento

A internação deve garantir que o jovem tenha acesso não apenas ao tratamento clínico, mas também às necessidades fundamentais que promovem saúde, bem-estar e desenvolvimento.

Entre elas, destacam-se:

1. Alimentação equilibrada

Muitos adolescentes em uso abusivo de drogas chegam à clínica com deficiências nutricionais. Uma dieta adequada contribui para a recuperação física e emocional, melhorando o humor e a capacidade de concentração.

2. Sono reparador

O sono é essencial para o equilíbrio do organismo. Na internação, são estabelecidos horários regulares de descanso, ajudando o adolescente a reconstruir seu ciclo biológico.

3. Atividade física

Esportes e exercícios são aliados no processo de desintoxicação e no fortalecimento da autoestima. Além disso, liberam endorfina, que ajuda a reduzir a ansiedade e a fissura.

4. Lazer saudável

Jogos, artes, música e outras atividades recreativas ajudam a preencher o tempo de forma positiva e mostram ao jovem que é possível sentir prazer sem o uso de drogas.

5. Apoio emocional

O adolescente precisa sentir que está em um ambiente de confiança. O acolhimento da equipe técnica, aliado ao contato com outros jovens em tratamento, gera pertencimento e reduz a sensação de isolamento.

Direitos garantidos ao adolescente internado

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) assegura uma série de direitos fundamentais que devem ser respeitados durante o processo de internação, como:

  • Direito à educação e continuidade dos estudos;
  • Direito à saúde física e mental, com atendimento digno e humanizado;
  • Direito ao contato familiar, sempre que possível;
  • Direito a um ambiente seguro, sem práticas abusivas ou punitivas;
  • Direito à privacidade e respeito à individualidade.

Garantir esses direitos não é apenas uma obrigação legal, mas também uma parte essencial do processo terapêutico, pois mostra ao jovem que ele é valorizado e merece cuidado, independentemente de sua condição.

Escola, família e clínica: um tripé de suporte

O sucesso da internação depende da soma de três pilares fundamentais:

  1. A escola, que deve ser parceira, evitando estigmas e facilitando a reintegração escolar do adolescente após a alta.
  2. A família, que precisa oferecer acolhimento e aprender novas formas de lidar com a situação.
  3. A clínica, responsável pelo tratamento médico, psicológico e pela construção de uma rotina de reabilitação.

Quando esses três elementos trabalham juntos, o jovem tem muito mais chances de alcançar a recuperação e resgatar sua trajetória de vida.

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Conclusão

A internação de menores de idade para dependência química é um processo complexo que precisa ser conduzido com responsabilidade, amor e atenção a todas as dimensões da vida do adolescente.

Mais do que tratar o uso da substância, o objetivo é oferecer uma base sólida de desenvolvimento humano, garantindo acesso à educação, saúde, alimentação, lazer e vínculos familiares.

O Grupo Recanto entende a importância de um tratamento completo. Nossa clínica garante não apenas desintoxicação e apoio psicológico, mas também rotina, lazer saudável, acompanhamento familiar e respeito integregral ao paciente.

👉 Fale conosco e saiba como podemos ajudar sua família a recomeçar.

NÓS LIGAMOS PARA VOCÊ

Fabrício Selbmann é psicanalista, palestrante sobre Dependência Química e diretor da Recanto Clínica Hospitalar – rede de três clínicas de tratamento para dependência química e saúde mental, referência no Norte e Nordeste nesse segmento.

Especialista em DependênciaQuímica pela UNIFESP, pós-graduado em Filosofia | Neurociências | Psicanalise pela PUC-RS, além de especialização na Europa sobre o modelo de tratamento Terapia Racional Emotiva (Minessota).

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