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Rebite: os riscos invisíveis além da produtividade

Muitos caminhoneiros, em busca de cumprir prazos apertados e atender demandas intensas, optam pelo uso do rebite, crendo que essa substância oferece a capacidade necessária de dirigir longas horas sem descanso aparente. No entanto, a escolha desse atalho está diretamente ligada a perigos e implicações sérias para a saúde e a segurança nas estradas.

De acordo com pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2016, 78% dos caminhoneiros não realizam exames toxicológicos, e 45,6% admitiram ter recebido oferta de alguma droga ilícita, sendo o rebite mencionado por mais de 90% dessas ofertas. Alarmantemente, 26,5% dos motoristas reconhecem ter experimentado a droga oferecida.

Além dos números preocupantes, entender os perigos e as reações que o rebite desencadeia no corpo é obrigatório. Ao longo do texto exploraremos os efeitos da substância, percorrendo por suas consequências e riscos, compreendendo assim o impacto significativo que essa escolha pode ter na vida dos caminhoneiros e na segurança do transporte rodoviário.

O que é rebite 

rebite

O rebite, ou anfepramona, é uma substância originalmente comercializada para auxiliar na perda de peso, atuando no sistema nervoso central para gerar a sensação de saciedade. Embora atualmente seja legalizada, entre 2011 e 2017, a Anvisa proibiu sua comercialização. 

O rebite é uma droga que advém da anfetamina, porém ligeiramente mais suave e pode possuir cocaína, essa droga, como muitas outras, possui potencial de causar dependência, perdendo eficácia com o uso prolongado, o que leva os usuários a buscarem doses mais elevadas. É também conhecida por “arrebite” ou “bolinha”.

Sua atuação no sistema nervoso altera alguns neurotransmissores e, assim, mantém os usuários em estado de alerta e euforia. A ação dura de 4 à 12 horas. É um estimulante do sistema nervoso central, isso significa dizer que faz com que o cérebro trabalhe mais rápido, causando uma impressão de diminuição da fadiga e cansaço e um sequente aumento da capacidade física e mental.

Para quê serve? 

Como já mencionado, o rebite é frequentemente buscado pelos caminhoneiros com o intuito de manter um estado contínuo de vigilância. No entanto, conforme sua aplicação clinicamente recomendada, ele tem a função de suprimir o apetite, isto sendo tomado na dosagem correta.

A razão para esse padrão de consumo por parte dos motoristas se dá pela demanda por horas externas ao volante, visto que os caminhoneiros recebem remuneração de acordo com as viagens realizadas e não por horas efetivas de trabalho.

Como é usado? 

As anfetaminas são consumidas oralmente, nasalmente ou intravenosamente. Conforme pesquisas realizadas, muitos motoristas na tentativa de intensificar os efeitos dessas substâncias, combinam-as com álcool e outras drogas.

Outra prática observada no uso do rebite é a trituração da cápsula para potencializar os efeitos da substância, possibilitando sua administração tanto oral quanto nasal.

Riscos à saúde 

De acordo com o site do Estadão, fisicamente, a substância muitas vezes contendo anfetaminas, pode levar a distúrbios cardíacos, pressão arterial elevada e desidratação, ampliando assim o risco de acidentes vasculares e expondo o organismo a um estresse desmedido.

Além disso, a influência no sistema nervoso central pode resultar em insônia, ansiedade, euforia temporária seguida de fadiga extrema, desencadeando um ciclo prejudicial para o desempenho geral do motorista, podendo ser fatal.

Impactos mentais 

O impacto no desempenho mental dos motoristas também é algo significativo. O rebite, ao proporcionar a falsa sensação de alerta, pode levar à tomada de decisões impulsivas e prejudicar a capacidade de julgamento, aumentando consideravelmente o risco de acidentes.

Regulamentação e legislação

Desde 2016, a legislação brasileira impõe a obrigatoriedade do exame toxicológico para profissionais do transporte, abrangendo condutores de veículos de carga (categorias C, D e E) durante processos de renovação, emissão ou alteração da carteira de motorista. Estendendo-se também aos momentos de contratação e desligamento de motoristas.

Conforme a Lei nº 11.343 de 23 de agosto de 2006, motoristas flagrados em situações que indiquem o uso de substâncias ilícitas ao volante enfrentarão penalizações específicas.

As punições variam desde advertências sobre os efeitos das drogas até prestação de serviços à comunidade, além da obrigação de participar de programas e cursos educativos sobre o tema.

A legislação visa não apenas reprimir o uso de substâncias psicoativas como o rebite, mas também educar os motoristas sobre os impactos prejudiciais dessas práticas, proporcionando assim um ambiente mais seguro nas estradas.

Consequências sociais e profissionais 

O uso do rebite vai além das implicações no organismo, alcançando aspectos sociais e profissionais com repercussões significativas.

As consequências do uso de drogas ampliam ainda mais os desafios sociais já presentes, contribuindo para ampliar problemas que desafiam as autoridades do governo, como a violência e o crime.

Social 

Socialmente, o rebite e outras drogas influenciam um deslocamento dos usuários, afastando-os do convívio com outras pessoas. Essa solidão percebida, muitas vezes irreais, intensifica o isolamento da pessoa, gerando danos psicológicos e emocionais significativos.

Profissional 

Nesse contexto, o uso do rebite resulta em viagens exaustivas, afetando o desempenho e eficiência dos caminhoneiros. A segurança nas estradas é comprometida, colocando em risco a vida do motorista e de outros usuários nas vias. Sendo importante destacar a necessidade de descansar e dormir.

Efeitos a longo prazo 

A busca por energia sobre-humana através do uso contínuo de rebite acarreta uma gama de efeitos a longo prazo, deixando danos na saúde física e mental dos usuários, como já mencionado anteriormente.

Cerebral 

As anfetaminas, componentes do rebite, impactam em vários comportamentos, proporcionando sensações como insônia, inapetência (ausência de apetite, falta de desejo, de vontade) e hiperatividade. Esses estímulos excessivos levam os caminhoneiros a operarem acima de suas capacidades naturais, fazendo esforços prejudiciais ao organismo.

Corpo 

Os efeitos se estendem para além do cérebro, manifestando-se em dilatação popular, taquicardia e aumento de pressão sanguínea. Tudo isso faz com que o corpo apresente diversos sintomas, como:

  • Boca e nariz ressecado;
  • Suor frio ou intenso;
  • Comprometimento da coordenação motora;
  • Visão desfocada;
  • Confusão mental;
  • Tremor e inquietação das mãos;
  • Tontura.

Psicológico 

Segundo o psiquiatra Dr. Pedro Leopoldo, a toxicidade do rebite, quando em doses excessivas, desencadeiam comportamentos agressivos, irritabilidade e delírios persecutórios, podendo evoluir para psicose anfetamínica, uma condição grave que muitas vezes requer hospitalização.

Estudos em animais também sugerem que o uso crônico dessa substância pode levar à degeneração de células cerebrais, indicando a possibilidade de lesões irreversíveis em usuários crônicos.

Dependência química e saúde mental 

No processo de consumo de drogas, como o rebite, surge a formação de tolerância, levando o corpo a exigir doses cada vez mais altas em intervalos mais curtos de tempo. Esse ciclo, como se sabe, é propenso à dependência química.

A interrupção abrupta do uso pode levar a uma Síndrome de Abstinência, deixando alguns usuários em um estado de depressão profunda e difícil de suportar. Dessa forma, a carga psicológica imposta pela dependência não se restringe ao físico, manifestando-se em ansiedade, depressão e em psicoses.

Suporte e recuperação 

Diversas instituições se dedicam a fornecer suporte específico para motoristas, criando ambientes acolhedores. Organizações como “Caminho para a Recuperação” e “Rodovia Limpa” têm desempenhado papéis essenciais, oferecendo programas de ajuda adaptados às necessidades dos profissionais das estradas.

No entanto, embora esses programas sejam de grande suporte e ajuda, os programas de reabilitação são os mais indicados. Estes geralmente começam com a fase de desintoxicação, onde o corpo é liberado da substância e são administradas terapias para aliviar os sintomas de abstinência.

Em seguida, terapias comportamentais e cognitivas desempenham função decisiva, ajudando os usuários a identificarem e modificarem padrões de pensamento e comportamento associado ao uso da droga.

O suporte emocional, como em todos os âmbitos da vida, é componente vital do processo, oferecendo uma rede de apoio sólida durante momentos desafiadores. Grupos de apoio, aconselhamento individual e intervenções familiares desempenham papéis pontuais no processo de recuperação.

O Grupo Recanto possui intervenções voltadas para a dependência química e saúde mental, contendo todas as ferramentas necessárias para ajudar na recuperação e tratamento do rebite, com uma equipe multidisciplinar especializada e com uma estrutura adequada para atender pacientes com diferentes quadros psiquiátricos. Nós desenvolvemos uma abordagem humanizada e individualizada, que busca compreender cada paciente em suas especificidades, sem julgamentos ou preconceitos.

Conclusão 

Como vimos acima, a busca por um alto padrão de eficiência e rapidez impulsionada por substâncias estimulantes como o rebite gera perigos não apenas para a saúde individual, mas também para a segurança das vias e àqueles que fazem parte do dia a dia dos caminhoneiros.

Os dados alarmantes revelam uma lacuna preocupante na percepção e nas práticas de prevenção entre os profissionais das estradas. A ausência dos exames toxicológicos e a aceitação por parte de muitos de drogas ilícitas destacam a urgência de uma abordagem informativa e educativa mais desenvolvida.

A análise dos riscos à saúde revela não apenas os impactos físicos adversos, mas também os desafios mentais enfrentados pelos caminhoneiros que buscam no rebite uma solução para as demandas intensas da profissão. Os efeitos a longo prazo reforçam a necessidade crítica de tratamento e suporte, enquanto a dependência química explana a importância de recursos dedicados à recuperação.

No campo social e profissional, os impactos vão além do indivíduo, afetando famílias e colocando em risco a segurança de todos que compartilham as estradas. A conscientização sobre as organizações de suporte e programas de reabilitação, como o Grupo Recanto, destaca a esperança e as soluções tangíveis disponíveis para aqueles que buscam ajuda.

Fabrício Selbmann é psicanalista, palestrante sobre Dependência Química e diretor da Recanto Clínica Hospitalar – rede de três clínicas de tratamento para dependência química e saúde mental, referência no Norte e Nordeste nesse segmento.

Especialista em DependênciaQuímica pela UNIFESP, pós-graduado em Filosofia | Neurociências | Psicanalise pela PUC-RS, além de especialização na Europa sobre o modelo de tratamento Terapia Racional Emotiva (Minessota).

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