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Redes sociais e drogas: como o uso excessivo influência o consumo de substâncias entre jovens.

Vivemos em uma era em que a tecnologia ocupa um espaço central em nossas vidas. Para a geração mais jovem, estar conectado às redes sociais não é apenas uma escolha, mas quase uma necessidade. 

Instagram, TikTok, X (Antigo Twitter) e outras plataformas digitais se tornaram pontos de encontro virtuais, onde se compartilham experiências, se constroem identidades e se formam amizades.

No entanto, por trás desse cenário de conectividade e entretenimento, um alerta vermelho tem sido levantado por especialistas em saúde mental e dependência química: o uso excessivo das redes sociais pode estar associado ao aumento do consumo de álcool e outras drogas entre adolescentes e jovens adultos.

Este artigo detalhado vai explorar essa relação complexa, trazendo dados, exemplos reais, explicações psicológicas e estratégias de prevenção e cuidado.

Redes sociais como fator de influência comportamental

As redes sociais não são apenas canais de comunicação: elas funcionam como ambientes de aprendizagem social. Ou seja, os jovens observam comportamentos online e tendem a reproduzi-los.

O problema surge quando esses comportamentos incluem:

  • O consumo de bebidas alcoólicas apresentado como algo “divertido e glamouroso”;
  • O uso de maconha e outras drogas sendo normalizado em músicas, memes e postagens;
  • O incentivo a medicamentos como calmantes e estimulantes, tratados como ferramentas de produtividade ou alívio de estresse.

De acordo com teorias psicológicas, como a teoria da aprendizagem social de Bandura, os indivíduos aprendem muito mais pela observação de modelos (influenciadores, amigos, celebridades) do que pela experiência direta.

Isso significa que o simples ato de assistir a conteúdos sobre drogas pode aumentar a probabilidade de experimentar o consumo.

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O poder da normalização digital

O que antes era restrito a encontros presenciais, hoje ganhou uma dimensão global: jovens estão expostos a comportamentos de risco em tempo real, em escala massiva.

Exemplo:

  • Festas transmitidas em “lives” no Instagram mostram grupos consumindo álcool em excesso;
  • “Challenges” do TikTok incentivam comportamentos autodestrutivos, alguns até envolvendo o uso de substâncias;
  • Hashtags relacionadas a drogas acumulam milhões de visualizações, tornando o tema recorrente.

O resultado? O que deveria ser exceção passa a ser visto como regra social.

A tríade: comparação, frustração e fuga

Outro ponto crítico é o efeito da comparação social.

Pesquisas indicam que quanto mais tempo um jovem passa nas redes, mais ele se compara com os outros. Essa comparação geralmente gera sentimentos de:

  • Baixa autoestima (“minha vida não é tão interessante quanto a dos outros”);
  • Ansiedade social (“se eu não participar, vou ser excluído”);
  • Depressão (“nunca vou alcançar esse padrão de vida”).

Diante disso, muitos recorrem a drogas ou álcool como forma de anestesia emocional. O ciclo é claro: quanto mais tempo online, mais comparações; quanto mais comparações, mais sofrimento; quanto mais sofrimento, maior a probabilidade de usar substâncias como fuga.

O que dizem os estudos?

A ciência tem se debruçado sobre essa conexão entre redes sociais e drogas. Veja alguns dados relevantes:

  • Pesquisas da UNIFESP mostram que a exposição repetitiva a conteúdos sobre álcool aumenta significativamente a intenção de beber entre jovens.
  • A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que o excesso de tempo de tela está diretamente ligado ao maior risco de transtornos mentais, como ansiedade e depressão, ambos fatores de risco para a dependência química.

Esses números não deixam dúvidas: há uma correlação forte e preocupante entre redes sociais e consumo de substâncias.

Aspectos psicológicos: por que os jovens são mais vulneráveis?

O cérebro humano continua em desenvolvimento até, aproximadamente, os 25 anos. Durante a adolescência e início da vida adulta, estruturas relacionadas ao controle de impulsos e tomada de decisões ainda estão em amadurecimento.

Isso significa que:

  • Jovens são mais propensos a agir por impulso;
  • Têm maior necessidade de aprovação social;
  • Buscam intensamente novas experiências.

Quando somamos esses fatores ao ambiente digital altamente estimulante, temos um terreno fértil para comportamentos de risco, incluindo o uso de drogas.

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A cultura da performance e o “FOMO”

Outro conceito importante é o FOMO (Fear of Missing Out) – o medo de estar perdendo algo.

Nas redes sociais, esse medo é constante: festas, viagens, encontros, todos registrados em tempo real. O jovem sente que precisa participar para não ser excluído. E muitas vezes, participar significa consumir álcool ou drogas para se encaixar no grupo.

Esse processo reforça a cultura da performance social, em que a vida precisa ser não apenas vivida, mas também exibida – mesmo que isso envolva comportamentos prejudiciais.

O papel da família: prevenção começa em casa

Embora a influência das redes seja enorme, a família continua sendo um fator de proteção essencial.

Algumas práticas eficazes incluem:

  • Estabelecer diálogo aberto sobre redes sociais e drogas;
  • Participar da vida digital dos filhos, acompanhando de forma respeitosa seus interesses;
  • Criar limites claros para tempo de tela e horários de uso;
  • Estimular atividades offline: esportes, leitura, hobbies criativos;
  • Reforçar valores familiares de autocuidado, responsabilidade e respeito.

Famílias que praticam esses hábitos conseguem reduzir significativamente o risco de que os jovens se envolvam em comportamentos de risco.

Escolas e sociedade: responsabilidade coletiva

A prevenção não deve ser apenas um dever da família, mas também da escola e da sociedade.

  • Escolas: precisam implementar programas de educação digital e emocional, ensinando jovens a lidar com frustrações, rejeições e comparações.
  • Sociedade: campanhas públicas podem alertar sobre os riscos da normalização do uso de drogas online.
  • Políticas públicas: regulamentar a publicidade de álcool e drogas nas redes, com foco especial na proteção de menores.
Conhece alguém ou está precisando de ajuda?

E quando a prevenção não é suficiente?

Mesmo com todo o cuidado, muitos jovens acabam desenvolvendo dependência química.

Nesses casos, é preciso buscar tratamento especializado. Entre as opções estão:

  • Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que ajuda a identificar gatilhos e desenvolver novas formas de enfrentamento;
  • Terapia Comportamental Dialética (DBT), indicada para jovens com grande instabilidade emocional;
  • Internação em clínicas especializadas, quando há risco à vida ou comprometimento grave da saúde; No entanto, quando o paciente é menor de idade, o processo é mais complexo, pois envolve uma série de cuidados legais e burocráticos.

Nesse cenário, a Recanto Clínica Hospitalar mais do que um espaço de internação, oferece um projeto terapêutico integrado, com acompanhamento médico, psicológico e familiar, ajudando jovens e adultos a reconstruírem suas vidas com dignidade.

Caminhos para um futuro saudável

Enfrentar a relação entre redes sociais e drogas requer ações em diferentes níveis:

  • Individual: promover o uso consciente das redes, desenvolver autoconhecimento e buscar alternativas saudáveis de lazer.
  • Familiar: estabelecer comunicação aberta e fortalecer vínculos afetivos.
  • Escolar: implementar programas de prevenção e promoção de saúde mental.
  • Político e social: investir em campanhas educativas e restringir a glamourização de substâncias nas plataformas digitais.
  • Clínico: garantir acesso a tratamentos de qualidade, com profissionais capacitados e abordagens baseadas em evidências.
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Conclusão

As redes sociais não são vilãs em si mesmas, mas seu uso excessivo pode funcionar como um catalisador para comportamentos de risco, incluindo o consumo de álcool e drogas.

Proteger os jovens exige um esforço conjunto, envolvendo famílias, escolas, sociedade e serviços de saúde. E quando a dependência já está instalada, o tratamento especializado representa um caminho de cuidado, acolhimento e recomeço.

👉 Se você ou alguém próximo enfrenta dificuldades não espere o problema se agravar. Entre em contato com o Grupo Recanto e descubra como podemos ajudar a transformar vidas.

NÓS LIGAMOS PARA VOCÊ

Fabrício Selbmann é psicanalista, palestrante sobre Dependência Química e diretor da Recanto Clínica Hospitalar – rede de três clínicas de tratamento para dependência química e saúde mental, referência no Norte e Nordeste nesse segmento.

Especialista em DependênciaQuímica pela UNIFESP, pós-graduado em Filosofia | Neurociências | Psicanalise pela PUC-RS, além de especialização na Europa sobre o modelo de tratamento Terapia Racional Emotiva (Minessota).

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