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Relação entre Transtornos psiquiátricos e Dependência Química

A relação entre transtornos psiquiátricos e dependência química é um tema complexo e relevante, que impacta diretamente a vida de milhões de pessoas em todo o mundo.

Em muitos casos, pessoas que sofrem de transtornos mentais recorrem ao uso de substâncias como uma tentativa de aliviar seus sintomas.

Por outro lado, o abuso de drogas e álcool pode desencadear ou agravar transtornos psiquiátricos, criando um ciclo difícil de romper.

Estudos indicam que a presença de comorbidades psiquiátricas é comum entre dependentes químicos. Por isso, o tratamento exige uma abordagem integrada para ser eficaz.

O que é comorbidade?

O termo “comorbidade” refere-se à existência simultânea de dois ou mais transtornos em um mesmo indivíduo. 

Na psiquiatria e no campo da dependência química, esse conceito é especialmente relevante, pois muitas vezes transtornos mentais e o uso abusivo de substâncias estão interligados.

Essa interação pode dificultar o diagnóstico e o tratamento, tornando essencial a avaliação de um profissional qualificado. 

Transtornos psiquiátricos associados à dependência química

A relação entre transtornos psiquiátricos e dependência química é bidirecional. Ou seja, cada condição influencia e é influenciada pela outra.

A presença de comorbidades pode dificultar o diagnóstico. Muitos sintomas do transtorno mental se confundem com os efeitos do uso da substância, e vice-versa.

Por exemplo, sintomas de paranoia em usuários de drogas podem parecer transtornos psicóticos. Da mesma forma, episódios depressivos podem surgir após o uso prolongado de substâncias que afetam o humor.

Entre os principais transtornos associados ao uso abusivo de substâncias, destacam-se:

Transtornos de Ansiedade

Pessoas com ansiedade generalizada, transtorno do pânico ou fobia social podem recorrer ao álcool ou drogas para aliviar a tensão e o medo excessivo. No entanto, o uso frequente dessas substâncias pode piorar os sintomas ao longo do tempo.

Depressão

A depressão, caracterizada por tristeza persistente, perda de interesse ou prazer, fadiga e alterações no sono e apetite, pode levar os indivíduos a buscar no álcool e em outras drogas um escape da dor emocional e da desesperança. No entanto, o consumo prolongado de substâncias pode agravar a depressão, interferir na eficácia dos antidepressivos e aumentar o risco de suicídio.

Transtorno Bipolar

O transtorno bipolar, marcado por oscilações extremas de humor entre episódios de mania (euforia, hiperatividade, impulsividade) e depressão, está fortemente associado ao uso de substâncias. Durante os episódios de mania, a impulsividade e a busca por prazer podem levar ao abuso de álcool, cocaína ou outras drogas estimulantes. Nos períodos depressivos, o uso de substâncias pode ocorrer como uma forma de automedicação para aliviar os sintomas de tristeza e desesperança.

Esquizofrenia

Pacientes com esquizofrenia, um transtorno psicótico grave caracterizado por delírios, alucinações, pensamento desorganizado e comportamento anormal, apresentam uma alta taxa de dependência química, em comparação com a população em geral. Acredita-se que o uso de substâncias possa ser uma tentativa de aliviar os sintomas psicóticos, reduzir os efeitos colaterais dos medicamentos antipsicóticos ou lidar com o isolamento social e o estigma associados à doença. No entanto, o uso de substâncias pode piorar os delírios e alucinações, interferir no tratamento da esquizofrenia e aumentar o risco de hospitalização.

Transtornos de Personalidade (Borderline e Antissocial)

Indivíduos com transtornos de personalidade, como o transtorno de personalidade borderline (caracterizado por instabilidade emocional, impulsividade e relacionamentos interpessoais turbulentos) e o transtorno de personalidade antissocial (marcado por desrespeito às normas sociais, impulsividade e falta de empatia), apresentam um risco aumentado de dependência química. A impulsividade, a busca por sensações intensas e a dificuldade em regular as emoções podem levar ao uso abusivo de substâncias como uma forma de lidar com o sofrimento emocional e preencher o vazio interior.

Como a dependência química agrava os transtornos psiquiátricos?

O uso de substâncias pode desestabilizar ainda mais o funcionamento cerebral. Como consequência, os sintomas psiquiátricos tornam-se mais intensos e resistentes ao tratamento.

Além disso, drogas e álcool comprometem a adesão ao tratamento medicamentoso e psicoterapêutico.

Esse cenário cria um ciclo vicioso: o transtorno leva ao consumo de substâncias, que agrava os sintomas e estimula ainda mais o uso.

Muitos pacientes deixam de tomar medicamentos corretamente ou faltam às sessões de terapia, o que dificulta a recuperação.

Diagnóstico e Tratamento das comorbidades

Para um tratamento eficaz, é fundamental identificar tanto a dependência química quanto o transtorno psiquiátrico subjacente. O diagnóstico correto deve ser feito por um profissional especializado, considerando o histórico do paciente e a interação entre os transtornos.

O tratamento para comorbidades deve ser integrado e pode incluir:

  • Medicação:O uso de antidepressivos, estabilizadores de humor, antipsicóticos ou outros medicamentos pode ser necessário para controlar os sintomas psiquiátricos e estabilizar o humor do paciente.
  • Internação em Clínicas Especializadas: Para casos mais graves, um ambiente controlado pode ser essencial para interromper o ciclo de abuso de substância e garantir um tratamento adequado. A Clínica Hospitalar Recanto oferece um tratamento completo e humanizado para pacientes com dependência química e transtornos psiquiátricos, contando com uma equipe multidisciplinar, infraestrutura especializada e abordagens terapêuticas para promover a recuperação integral.
  • Grupos de Apoio: A participação em grupos de apoio, como Narcóticos Anônimos (NA) e Alcoólicos Anônimos (AA), pode fornecer suporte emocional, encorajamento e um senso de comunidade para os pacientes em recuperação.
Conhece alguém ou está precisando de ajuda?

Conclusão

A relação entre transtornos psiquiátricos e **dependência química** é complexa e desafiadora, mas a recuperação é possível. Com um diagnóstico preciso, um tratamento integrado e o apoio adequado, os pacientes podem superar a **dependência química**, controlar seus sintomas psiquiátricos e reconstruir suas vidas.

É crucial que pacientes, familiares e profissionais de saúde trabalhem juntos para quebrar o ciclo do estigma e da vergonha associados à **dependência química** e aos transtornos mentais. O acesso ao tratamento deve ser ampliado e facilitado, para que todos que necessitam de ajuda possam receber os cuidados adequados. A conscientização sobre a importância da saúde mental e a **dependência química** deve ser promovida em todos os níveis da sociedade, para que possamos criar um ambiente mais acolhedor e solidário para aqueles que lutam contra essas condições.

Se você ou alguém que você conhece está enfrentando desafios relacionados a transtornos psiquiátricos e **dependência química**, procure ajuda profissional. Não hesite em buscar o apoio de um profissional de saúde mental, um centro de tratamento especializado ou um grupo de apoio. Lembre-se, a recuperação é possível e você não está sozinho.

NÓS LIGAMOS PARA VOCÊ

Fabrício Selbmann é psicanalista, palestrante sobre Dependência Química e diretor da Recanto Clínica Hospitalar – rede de três clínicas de tratamento para dependência química e saúde mental, referência no Norte e Nordeste nesse segmento.

Especialista em DependênciaQuímica pela UNIFESP, pós-graduado em Filosofia | Neurociências | Psicanalise pela PUC-RS, além de especialização na Europa sobre o modelo de tratamento Terapia Racional Emotiva (Minessota).

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