O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) é mais comum do que você imagina. E se você está aqui, provavelmente já sentiu seus efeitos ou conhece alguém que sofre com isso.
Já adiantamos que essa situação não é “frescura” nem “falta de força”. É uma reação real do corpo e da mente a experiências traumáticas, como violência, abusos, acidentes ou perdas repentinas.
Sabia que cerca de 5,6% das pessoas que passam por traumas acabam desenvolvendo TEPT?
E em situações extremas, como guerras ou violência sexual, esse número pode chegar a 15% ou mais.
Caso você se identifique com isso, ou seja, revive memórias dolorosas, evita lugares ou sente-se sempre em alerta, saiba que há tratamento.
Vamos entender juntos o que é o TEPT, seus sintomas, causas e, o mais importante, como superá-lo.
O que é o transtorno do estresse pós-traumático?
O transtorno de estresse pós-traumático, ou TEPT, é uma resposta intensa e duradoura que o corpo e a mente têm depois de viver algo muito traumático, como um acidente grave, violência ou até uma perda repentina.
E não, ele não é “fraqueza” nem “drama”. É uma condição real, que afeta pensamentos, emoções e até o sono de quem passa por isso.
Para ter uma ideia, de acordo com estudos, 70% das pessoas no mundo vão viver alguma situação traumática, mas só cerca de 5,6% desenvolvem TEPT.
Em regiões de guerra, esse número chega a 15,3%. E em casos de violência sexual, o risco é ainda maior.
Pense, por exemplo, em alguém que sobreviveu a um assalto violento. Mesmo semanas depois, ela pode reviver mentalmente aquele momento, ter insônia, medo constante e dificuldade para voltar à rotina.
Esse é o impacto real do TEPT.

(Fontes: Kessler et al., 2017; Koenen et al., 2017)
Como é uma pessoa com TEPT?
Uma pessoa com TEPT costuma ter flashbacks (reviver o trauma como se estivesse acontecendo de novo), evitar lugares ou situações que lembrem o evento, ficar hiperalerta (sempre tensa, com medo) e sentir dormência emocional (como se estivesse desconectada dos outros).
Para essa pessoa, o mundo parece mais perigoso, e a segurança some, mesmo quando o perigo já passou.
O que causa o transtorno de estresse pós-traumático?
Especialistas ainda não têm uma resposta exata sobre por que algumas pessoas desenvolvem TEPT e outras não.
A verdade é que vários fatores se misturam, como uma receita complexa que varia de pessoa para pessoa.
Neste cenário, entre as principais possíveis causas, estão:
- traumas intensos: quanto mais grave e repetida a experiência (como violência, acidentes ou abusos), maior o risco;
- histórico familiar: se ansiedade ou depressão já são visitantes conhecidos na sua árvore genealógica, o TEPT tem mais facilidade para aparecer;
- seu jeito de ser: seu temperamento natural, como lida com o estresse ou processa emoções, também influencia no aparecimento da condição;
- a química do seu cérebro: alguns corpos “travam” no modo alerta depois do trauma, com hormônios de estresse desregulados, como se o perigo nunca tivesse ido embora.
Em resumo, não existe uma causa única, mas um conjunto de vulnerabilidades e experiências. E o mais importante é que nada disso é culpa sua.
Quais são os sintomas de estresse pós-traumático?
Os sintomas do transtorno de estresse pós-traumático são:
- lembranças invasivas: memórias difíceis de controlar, pesadelos e flashbacks, como se a pessoa revivesse o trauma de novo;
- reações físicas ao lembrar do trauma: suor excessivo, tremores, coração acelerado ou até náusea quando algo ativa a lembrança do que aconteceu;
- evitação: a pessoa começa a evitar lugares, pessoas, conversas ou até pensamentos que trazem à tona a dor do trauma;
- isolamento: se afasta dos outros, perde o interesse em atividades que antes gostava, e se sente emocionalmente distante ou “desligada”;
- alterações no humor e nos pensamentos: sentimentos intensos de culpa, vergonha, medo ou raiva, além de ter pensamentos negativos constantes sobre si mesma ou sobre o mundo;
- hipervigilância: ficar sempre “ligado no 220”, com dificuldade para relaxar, dormir ou se concentrar (o mundo parece um lugar permanentemente perigoso);
- irritabilidade ou explosões de raiva: reações desproporcionais a pequenos estresses, como se o corpo ainda estivesse no modo “luta ou fuga”;
- dificuldade em confiar nos outros: a sensação de que ninguém é seguro, seguida por isolamento ou relacionamentos conturbados;
- problemas de sono e concentração: dificuldade para dormir, pesadelos frequentes ou sensação de que a mente está sempre agitada;
- comportamentos autodestrutivos: uso de álcool ou outras substâncias como forma de “aliviar” o sofrimento;
- sintomas dissociativos (em alguns casos): sensação de estar fora do próprio corpo (despersonalização) ou de que o mundo ao redor não é real (desrealização).
Leia também: Transtorno dissociativo de identidade (TDI) e tratamentos
Como o transtorno de estresse pós-traumático é diagnosticado?
O diagnóstico do transtorno de estresse pós-traumático segue critérios do DSM-5 e o profissional avalia se houve um evento traumático e sintomas persistentes por pelo menos um mês, que afetem a vida do paciente.
A condição também é verificada se os sintomas não têm outra causa, como medicamentos ou outros transtornos.
No mais, o diagnóstico considera alterações cognitivas, emocionais e comportamentais relacionadas ao trauma vivido.
Opções de tratamento
O tratamento do transtorno de estresse pós-traumático envolve diferentes caminhos, mas, em geral, inclui psicoterapia, cuidados pessoais e, em alguns casos, o uso de medicamentos.
Também é importante tratar outros transtornos que estejam presentes, como um tratamento para depressão ou dependência química.
Cuidados pessoais
Cuidar de si mesmo é parte essencial da recuperação, o que envolve manter o corpo saudável com alimentação, sono e movimento.
Além disso, em cuidados pessoais incluímos a busca por momentos de bem-estar e de encontrar pequenas atividades que tragam leveza, como caminhar, desenhar ou conversar com alguém de confiança.
Atos de gentileza com os outros também ajudam a reduzir a sensação de impotência.
Psicoterapia
A psicoterapia é o principal tratamento para o TEPT.
A Terapia Cognitivo-comportamental (TCC) e Terapia Racional Emotiva (TRE) com foco no trauma é a mais indicada.
Na prática, elas ajudam a entender e reorganizar pensamentos relacionados ao evento traumático.
Além delas, técnicas de relaxamento e a terapia EMDR também costumam ser usadas com bons resultados.
Às vezes, medicamentos
Em alguns casos, o uso de medicamentos é necessário, especialmente quando há sintomas como depressão, insônia ou ansiedade intensa.
Para isso, antidepressivos, estabilizadores de humor e outros medicamentos são uma opção, mas sempre com acompanhamento médico.
Tratamento de outros transtornos
Quando o TEPT aparece junto com outros transtornos, como uso de substâncias ou depressão, é preciso tratar todos eles ao mesmo tempo.
Isso aumenta as chances de melhora e bem-estar.
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Conclusão
Ao longo deste texto, vimos que o transtorno de estresse pós-traumático é uma condição real, que afeta milhões de pessoas após eventos traumáticos como violência, acidentes ou perdas.
Seus sintomas, como flashbacks, hipervigilância e isolamento, costumam ser debilitantes, mas há tratamento e esperança.
E a psicoterapia (como TCC, TRE, e EMDR), medicamentos (quando necessário) e autocuidado são caminhos eficazes para a recuperação.
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