O transtorno de humor não é simplesmente um “dia ruim” ou uma tristeza passageira.
Ele afeta profundamente a vida de quem convive com ele, com poder de alterar emoções, pensamentos e até a capacidade de enfrentar o cotidiano.
Se você ou alguém próximo está passando por isso, saiba que entender os tipos, sintomas e tratamentos disponíveis é o primeiro passo para buscar ajuda.
Este assunto é sério, mas não precisa ser enfrentado sozinho.
E para ajudar você, aqui falamos sobre isso de forma clara e acolhedora, porque cuidar da saúde mental é essencial!
O que é transtorno de humor?
O transtorno de humor é uma condição mental caracterizada por alterações extremas no estado emocional, que variam de episódios depressivos a períodos de euforia.
Um exemplo é o transtorno bipolar, em que a pessoa experimenta oscilações intensas entre depressão e mania, algo que afeta o seu comportamento, energia e capacidade de lidar com atividades do dia a dia.
Quais os sintomas do transtorno de humor?
Os sintomas do transtorno de humor podem variar de acordo com o tipo (como depressão profunda, transtorno bipolar ou ciclotimia), mas geralmente afetam emoções, comportamento, pensamentos e energia.
Eles podem ser divididos em duas fases principais: episódios depressivos e episódios de mania/hipomania.
Veja os principais sinais em cada uma das fases.
Variação de humor ou afeto
O transtorno de humor se manifesta por oscilações intensas nas emoções, em que a pessoa pode alternar entre sentimentos de extrema euforia e profunda tristeza.
Essa variação afeta diretamente o comportamento, os sentimentos e a forma de pensar.
Oscilações de energia
Um sintoma marcante é a mudança repentina na energia.
Durante episódios de mania ou hipomania, o indivíduo se sente extremamente animado e cheio de energia.
Já nos períodos depressivos, essa energia diminui significativamente, algo que prejudica as atividades diárias.
Baixa autoestima
Muitos pacientes experimentam uma queda na autoconfiança e no valor próprio, o que pode levar a sentimentos de inadequação e desesperança, algo que afeta tanto a vida pessoal quanto profissional.
Perda de interesse ou prazer
Atividades que antes eram fonte de satisfação podem perder o brilho, e o indivíduo pode demonstrar desinteresse generalizado por hobbies, trabalho e relações sociais, o que contribui para o isolamento.
Atenção e concentração reduzidas
Alterações no humor podem afetar a capacidade de concentração, o que torna mais difícil manter o foco em tarefas simples e pode resultar em prejuízos acadêmicos ou profissionais.
Sono irregular
Distúrbios do sono são comuns e podem variar desde insônia até hipersonia, fatores que influenciam negativamente o equilíbrio emocional e o rendimento das atividades diárias.
Impacto na realidade e comportamento impulsivo
Em momentos de euforia extrema, o paciente pode distorcer a percepção da realidade, o que o faz acreditar que tudo é possível.
Essa situação frequentemente leva a impulsividade, em que reações exacerbadas, como raiva intensa diante de discordâncias, se tornam mais comuns.
Como se comportam as pessoas com transtornos de humor?
Pessoas com transtornos de humor apresentam mudanças bruscas e inesperadas de comportamento e geralmente alternam entre estados de euforia intensa e depressão profunda.
Além disso, podem exibir cansaço constante, desânimo e falta de interesse por atividades cotidianas.
Abaixo, listamos os comportamentos mais comuns na depressão, na fase maníaca e em casos graves.
- Na depressão: isolamento, falta de energia, dificuldade em trabalhar ou cuidar de si mesmo.
- Na fase maníaca: agitação, gastos impulsivos, irritabilidade e comportamentos de risco (como sexo sem proteção).
- Em casos graves: conflitos familiares, dívidas financeiras ou dependência de álcool/drogas.
Mas por que isso acontece?
Isso acontece porque o transtorno distorce a percepção da realidade – na euforia, a pessoa acha que está tudo bem; na depressão, sente-se incapaz de mudar sua situação.
Sem tratamento, esses padrões se repetem e pioram com o tempo.
Qual a diferença entre transtorno de humor e transtorno bipolar?
O transtorno de humor é um termo amplo que engloba várias condições emocionais, o que inclui depressão e transtorno bipolar. Já o transtorno bipolar é um tipo específico de transtorno de humor, caracterizado por alternância extrema entre dois pólos.
Abaixo, preparamos uma tabela que deixa mais claro a diferença entre transtorno de humor e transtorno bipolar. Veja!
Transtorno de humor | Transtorno bipolar |
Inclui depressão, distimia e outros. | É um subtipo dentro dos transtornos de humor. |
Pode ter apenas depressão (unipolar) ou apenas mania (raro). | Sempre envolve oscilações entre depressão e mania/hipomania. |
Exemplo: Depressão maior (só episódios depressivos). | Exemplo: Alternância entre crises de euforia e depressão profunda. |
Quais são os tipos de transtorno de humor?
Os tipos são: transtorno afetivo bipolar, episódio depressivo, transtorno depressivo recorrente e transtornos persistentes do humor.
Entenda mais sobre cada um deles na sequência.
Transtorno afetivo bipolar
Este transtorno é marcado por alternância entre períodos de depressão e de mania ou hipomania.
Aqui, fatores de risco incluem:
- histórico familiar;
- idade entre 15 e 25 anos;
- uso abusivo de substâncias;
- experiências traumáticas;
- estresse elevado.
Episódio depressivo
Caracteriza-se pelo humor deprimido, com perda de interesse, prazer e energia em atividades que antes eram apreciadas.
Transtorno depressivo recorrente
Apresenta períodos prolongados de depressão, que variam em intensidade e duração, e pode ser classificado como leve, moderado, grave, com ou sem sintomas psicóticos.
Transtornos persistentes do humor (afetivos)
Incluem condições crônicas do humor, como:
- ciclotimia: instabilidade no humor associada à depressão, geralmente se manifesta no início da vida adulta.
- distimia: uma forma crônica de depressão, caracterizada por um humor persistentemente baixo ao longo do tempo.
Afinal, existe cura para o transtorno de humor?
Os transtornos de humor não possuem cura, mas podem ser controlados e tratados.
O devido tratamento é feito através de terapia e medicamentos e geralmente é preciso tratar esse tipo de alteração por toda a vida.
No mais, reforçamos que é possível através das técnicas de tratamento fazer a remissão da doença, ou seja, fazer com que os sintomas sumam e a pessoa viva sem a intromissão do transtorno.
Porém há a possibilidade dos sintomas retornarem no futuro, não se pode dizer que há uma cura.
Como tratar o transtorno de humor?
O transtorno de humor não tem cura, mas pode ser controlado com tratamento adequado, e sua abordagem costuma incluir terapia, medicamentos e mudanças no estilo de vida.
Tratamento medicamentoso
Antes de tudo, reforçamos que o médico psiquiatra é o único profissional qualificado para prescrever medicamentos, ajustar dosagens e definir o tempo de tratamento.
Os remédios mais utilizados são estabilizadores de humor (como lítio e valproato), antidepressivos (como fluoxetina e sertralina) e, em casos mais graves, antipsicóticos atípicos (como quetiapina).
Acompanhamento terapêutico
A terapia cognitivo-comportamental ajuda a identificar e modificar padrões de pensamento negativos.
Já a terapia familiar auxilia no restabelecimento de relações afetivas e na criação de uma rede de apoio.
Além disso, grupos de apoio são indicados para compartilhar experiências e estratégias de enfrentamento.
Psicoeducação
Essa abordagem ensina o paciente sobre seu transtorno, sintomas e gatilhos, algo que promove autoconhecimento e maior adesão ao tratamento.
Neste tratamento, o objetivo é capacitar a pessoa a reconhecer sinais de crise e agir preventivamente.
Mudanças no estilo de vida
A prática regular de exercícios físicos, uma alimentação equilibrada, sono regulado e a abstinência de álcool e drogas são fundamentais para a estabilidade emocional.
Além disso, atividades relaxantes, como meditação e ioga, também podem complementar o tratamento.
Internação em casos graves
Quando há risco de suicídio, automutilação ou surtos psicóticos, a internação em clínica especializada pode ser necessária para garantir a segurança do paciente e ajustar o tratamento.
Quais os medicamentos estabilizadores de humor?
Os estabilizadores de humor, como Lítio, Valproato e Carbamazepina, são fundamentais para prevenir crises de mania e hipomania em pacientes diagnosticados.
Neste cenário, cada medicamento atua de forma específica, e a escolha é feita conforme a eficácia e a tolerância do paciente, podendo ser combinados se necessário para alcançar melhores resultados.
Entretanto, destacamos que o uso destes medicamentos só devem ser feitos após consulta, diagnóstico e receita de um profissional da saúde.
A importância do tratamento de transtorno de humor ser feito em uma clínica especializada
O tratamento desses transtornos de humor precisam de um acompanhamento preciso e de terapias eficazes para controlar o problema.
Aqui, as clínicas especializadas entram em cena no cuidado psiquiátrico e podem fornecer os diversos tipos de terapia como cognitiva comportamental, psicoeducação e terapia familiar além de cuidar dos problemas associados ao transtorno.
As clínicas dispõem de medicamentos adequados que são liberados mediante a necessidade do paciente, de acordo com o acompanhamento médico.
Dessa forma, evita-se também o abuso de remédios, já que as dosagens são controladas por uma equipe de saúde capacitada.
É frequente também a prática de atividades físicas e de lazer, assim como um cardápio com alimentação balanceada, que também contribuem para o combate à doença, fazendo com que a saúde geral da pessoa melhore de modo geral.
Qual é o papel da família durante o tratamento de transtorno de humor?
A família é fundamental em três aspectos:
- identificação precoce do problema;
- suporte ativo no tratamento;
- criação de ambiente estável.
Quais são os principais desafios no tratamento de transtorno de humor?
Um dos principais desafios enfrentados é o estigma de ser uma doença psiquiátrica.
Muitos não têm a noção que é algo que pode acontecer com qualquer um e acham que quem possui transtornos são “malucos” ou “doidos”.
É preciso desconstruir o próprio preconceito para que o tratamento siga bem!
Transtornos do humor frequentemente vem com outras doenças associadas. Na medicina esse fenômeno se chama comorbidade.
Essas comorbidades podem ser outros transtornos como ansiedade, esquizofrenia, estresse crônico, abuso de substâncias químicas ou até mesmo doenças físicas como diabetes e doenças cardiovasculares, o que torna a situação mais delicada e complexa para se tratar.
Conte com a Clínica Hospitalar Recanto
A Clínica Hospitalar Recanto é uma das mais capacitadas do mercado para atender aqueles que precisam de suporte e tratamento para transtornos mentais, como os transtornos de humor.
Já são mais de 13 anos de história e contamos com diversos profissionais qualificados, dentre eles:
- médicos;
- enfermeiros;
- terapeutas ocupacionais;
- psicólogos;
- nutricionistas;
- profissionais de educação física.
Nós temos clínicas localizadas nos estados de Sergipe e Pernambuco, prontas para atendimento.
Conclusão
Entender os transtornos de humor — seus tipos, sintomas e tratamentos — é o primeiro passo para buscar ajuda ou apoiar quem enfrenta esse desafio.
Como vimos, essas condições não são simples “fases”, mas alterações profundas que exigem acompanhamento especializado, seja com medicamentos, terapia ou mudanças no estilo de vida.
E a família tem um papel crucial nesse processo, desde a identificação precoce até o apoio contínuo.
Então, se você ou alguém próximo está passando por isso, saiba que há esperança e controle.
E a Clínica Hospitalar Recanto, com mais de 13 anos de experiência e uma equipe multidisciplinar, oferece tratamento humanizado e eficaz em Sergipe e Pernambuco.
Você não está sozinho: buscar ajuda é um ato de coragem e o primeiro passo para recuperar o equilíbrio!de “normalidade”.
Fabrício Selbman é Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência no Norte e Nordeste nesse segmento, e também é:
- Formado em marketing e pós-graduado em gestão empresarial;
- Especialista em Dependência Química pela UNIFESP. Especialização na Europa sobre o modelo de tratamento Terapia Racional Emotiva (TRE);
- Psicanalista pela Associação Brasileira de Estudos Psicanalíticos do Estado de Pernambuco (ABEPE);
- Professor de Especialização na Associação Brasileira de Estudos Psicanalíticos do Estado de Pernambuco (ABEPE);
- Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência no Norte e Nordeste nesse segmento.