Recanto Clínica Hospitalar – Um lugar de reencontro!

Atendimento 24 horasLigue agora! 4007-2316

Malefícios da maconha: os danos dessa droga no organismo

Cada vez mais o debate sobre a utilização da maconha vem ganhando espaço nos meios de comunicação e no ambiente acadêmico. Esta substância se encontra presente em vários países, sendo muito utilizada entre a população jovem, por gerar inicialmente um sentimento de prazer. O que muitos não sabem é que esta substância, pode ocasionar diversos malefícios para a saúde. 

Países como o Brasil que não permitem a venda e o uso da maconha passam a sofrer com o consumo ilegal. Além disso, a popularização no uso, principalmente, entre a parcela mais jovem da sociedade, vêm intensificando o debate sobre os perigos que envolvem o seu uso, esse debate vem sendo trazido por diferentes profissionais e instituições especializadas.

Todo esse cenário abre espaço para uma questão: a maconha realmente traz malefícios para a vida dos usuários? Por isso, neste artigo vamos discutir um pouco sobre os efeitos do uso, como identificar um quadro de dependência e os tratamentos disponíveis para os usuários compulsivos.

Afinal, quais os malefícios da maconha? 

Os malefícios podem ocorrer logo após o seu uso, ou a curto, médio ou longo prazo. Os principais aspectos negativos a curto prazo, são: taquicardia, boca seca, problemas na memória recente, falta de atenção, sonolência, náuseas e vômitos.

Mesmo trazendo uma sensação de prazer e bem-estar inicial, o seu uso com o passar do tempo e com a dependência já instalada, pode fazer o indivíduo perder o controle de sua vida, trazendo diversos efeitos negativos. 

Com relação aos afeitos a longo prazo, é possível que se manifestem casos de infertilidade, provocada por alterações hormonais. 

Além disso, as doenças do coração vêm sendo investigadas pelos cientistas e estudos já apontam a associação do consumo com o desenvolvimento de cardiopatias. Um dos principais malefícios da maconha é a dependência química, considerada uma doença crônica, que faz a pessoa não conseguir parar de consumir a substância. Desta forma, isto pode acabar gerando uma série de complicações para a saúde e problemas sociais. 

Muitos outros problemas podem estar associados ao consumo, como: doenças pulmonares, maior risco para desenvolvimento de transtornos mentais, alterações cerebrais e câncer.

Redução da energia e da motivação 

A redução da energia e da motivação associada ao uso da maconha muitas vezes pode estar relacionada a perda de energia, apatia, desmotivação, incapacidade de sentir prazer e falta de perspectiva de futuro. Nesse cenário, o indivíduo passa a perder o interesse por outras atividades em sua vida, e acaba por limitar suas relações ao consumo da substância.

Esse é um dos malefícios  que mais prejudicam a realização das atividades diárias do sujeito, causando sérios impactos no ambiente de trabalho e nas relações sociais.

Perda de memória 

Alguns efeitos da maconha no cérebro são conhecidos pelas pessoas que convivem de perto com quem faz o seu uso, e estes conhecem bem as dificuldades de memória apresentadas durante o consumo da droga.

A memória de curto prazo é aquela em que o cérebro tem a capacidade de armazenar novas informações. Esta é a mais afetada durante o uso da maconha e diversos estudos vêm buscando entender as razões que levam a esse efeito no cérebro. 

Estudos apontam que, o consumo na fase em que o cérebro ainda não está estruturado, pode provocar a morte de neurônios, prejudicando o desenvolvimento saudável e trazendo sérias complicações para a memória.

Comportamentos violentos e irritabilidade 

Comportamentos violentos e irritabilidade 

O consumo da cannabis pode provocar diferentes sensações no sujeito. A irritabilidade é um dos malefícios que pode se manifestar, principalmente quando o dependente para de usar a droga e entra no processo de abstinência. 

Durante o uso, ela também provoca a manifestação da labilidade afetiva, que leva a mudanças bruscas de humor no paciente, esse processo pode levar a ocorrência do humor depressivo, eufórico ou disfórico que é caracterizado pela presença de irritabilidade acentuada.

Náuseas, vômitos e perda de peso 

Com o aumento no consumo nos últimos anos, a manifestação de determinados sintomas específicos do uso dessa substância passaram a apresentar-se com uma maior incidência e um quadro específico denominado síndrome de hiperemese por canabinóides, que vem se tornando cada vez mais frequente.

Esse estado é caracterizado pela presença de vômitos e enjoos recorrentes, além de dores abdominais muito intensas que levam os pacientes a buscarem ajuda médica.

Outra característica interessante da maconha que vem sendo estudada é a sua capacidade de ajudar na manutenção ou na perda de peso. Estudos apontam que, ao mesmo tempo que aumenta a fome com o chamado efeito larica, ela tem a capacidade de auxiliar na manutenção ou na perda de peso. 

Desencadeamento de transtornos mentais e psiquiátricos 

A relação entre a maconha e o desenvolvimento de transtornos mentais vem sendo muito estudada no meio acadêmico. Diversas pesquisas comprovaram que o uso dessa substância precocemente eleva a chance de desenvolver alterações mentais como a depressão, ansiedade e, principalmente, a esquizofrenia

O THC, que é um dos principais componentes presentes na maconha, é considerado o principal agente para a manifestação de danos no cérebro que provocam o desenvolvimento de transtornos mentais. É importante deixar claro que, a esquizofrenia é uma síndrome associada a fatores genéticos e ambientais, ou seja, consumir só vai contribuir para o desenvolvimento da esquizofrenia em pacientes que possuem o gene.

Doenças cardíacas e respiratórias 

Estudos vêm comprovando a relação do uso da droga com o aumento no risco de desenvolver doenças cardíacas e respiratórias, tendo como efeito a presença de arritmias. Além disso, pesquisadores conseguiram observar uma taxa maior no desenvolvimento de doenças respiratórias em usuários de maconha quando comparados a fumantes de cigarros de nicotina.

Além disso, a inalação da fumaça liberada pelo cigarro de maconha traz diversas implicações no aparelho respiratório, mantendo-se por muito tempo nos pulmões, além de conter substâncias que aumentam a chance de desenvolver câncer nos órgãos respiratórios.

Dependência 

A dependência é, provavelmente, o maior dos malefícios. O sujeito que passa a usar a substância de forma dependente, apresenta uma série de sintomas  que variam de acordo com a frequência do uso e a quantidade que é consumida.

Segundo a organização mundial da saúde, o potencial de dependência da maconha fica entre leve e moderado, porém, alguns estudos associaram uma maior probabilidade de desenvolver a dependência com a quantidade de THC presente na composição da substância.

Ela é considerada como uma substância potencial de dependência, ou seja, é preciso tomar muito cuidado com o seu uso, pois ela é capaz de fazer a pessoa perder o controle de todas as áreas de sua vida, prejudicando também a sua saúde física e mental. 

Malefícios da maconha no organismo de adolescentes 

Normalmente, os jovens utilizam a maconha como uma forma de integrar-se em grupos que fazem uso da substância como uma marca compartilhada entre si. Esse início precoce traz uma série de complicações para o desenvolvimento do adolescente.

Tendo em vista que o cérebro de um jovem ainda não está completamente formado, estudos vêm demonstrando que o uso provoca determinadas alterações, principalmente em funções relacionadas com os aspectos cognitivos como a memória, atenção e psicomotricidade. 

Além disso, um dos principais malefícios dela no organismo dos adolescentes é o desenvolvimento de uma maior propensão para o desenvolvimento de transtornos mentais como a depressão, esquizofrenia e ideações suicidas. 

A inteligência também é uma área do cérebro muito afetada pelo consumo, podendo ocorrer lesões permanentes que afetam o aprendizado e o raciocínio lógico, além de aumentar a chance de desenvolver algum tipo de psicose.  

Como identificar a dependência da maconha? 

Um dos principais aspectos que sofrem alterações quando a pessoa inicia um processo de dependência, são as relações sociais, onde o paciente passa a dedicar todo seu tempo e sua energia ao consumo da substância.

Além disso, o consumo da droga passa a ser constante e a pessoa manifesta alterações comportamentais com a presença de labilidade afetiva, irritabilidade e alterações cognitivas. 

O dependente dessa substância também manifesta uma quebra na curva de vida, ou seja, aqueles indivíduos que trabalhavam passam a ficar com desinteresse na realização das atividades laborais e os que estudam, tendem a diminuir o rendimento acadêmico, ou mesmo, abandonar a escola ou faculdade.

Como deve ser o tratamento de um dependente em maconha? 

Como existem diversos malefícios no uso dessa droga, é importante buscar o tratamento adequado para conseguir superar a dependência. A realização de psicoterapia é uma importante ferramenta no enfrentamento da dependência. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é a abordagem psicológica que apresenta os melhores resultados nesses quadros. 

Durante o tratamento com a TCC, o paciente junto com o terapeuta, vão buscar formas de prevenir recaídas e utilizar técnicas para enfrentar da melhor forma os problemas decorrentes do uso da maconha. A psicoeducação é uma boa alternativa, muito utilizada na TCC para auxiliar o paciente no processo de tratamento. 

Como em muitas patologias e dependências, a busca por tratamento costuma demorar e o paciente normalmente costuma ser resistente às intervenções propostas. Familiares e amigos devem ficar atentos aos sinais que podem se manifestar e buscar ajuda profissional o mais rápido possível. 

Ainda não existe um medicamento específico para tratar o vício, contudo, alguns psicofármacos podem ser empregados para diminuir a ansiedade causada pela privação do uso da substância.

O papel da família é extremamente importante, tendo em vista que o paciente em tratamento, precisa de apoio para sentir-se motivado a permanecer afastado da droga. O ambiente que é proporcionado pelos familiares e amigos deve contribuir para que o sujeito não tenha nenhum contato com a substância.

Vale ressaltar que a mudança nos hábitos de vida com a prática de atividades físicas, uma boa alimentação, meditação e yoga, além da realização de atividades de lazer, são consideradas de extrema importância, para manter o paciente motivado durante o processo de tratamento e após a superação da dependência.

Conheça o Grupo Recanto 

Durante o tratamento pode surgir a necessidade de internação do paciente, visto que, casos mais graves podem apresentar uma forte resistência à adesão das atividades propostas. Nesse contexto, é importante que a rede de apoio que está auxiliando o sujeito fique atento aos sinais e busque ajuda qualificada.

A internação deve dispor de profissionais capacitados que forneçam um ambiente seguro e acolhedor para o paciente, dando o apoio necessário para a superação das dificuldades que serão enfrentadas durante o tratamento.

A Clínica Recanto oferece uma infraestrutura completa para receber os pacientes que estão fazendo tratamento da dependência química. Os profissionais de qualidade e a excelência no atendimento dos pacientes e das famílias fazem do grupo recanto uma referência no tratamento das dependências químicas.

Conclusão 

Como vimos, o uso da maconha traz uma série de complicações para a vida dos usuários. Além de manifestações psicológicas, também podemos observar sintomas físicos que provocam alterações no comportamento dos sujeitos. 

É importante pontuar que, a adicção em substâncias psicoativas não tem cura, porém, o tratamento é essencial para que o sujeito pare de consumir a substância e se mantenha motivado e consiga controlar a vontade de fazer uso da droga.

Os adolescentes são mais propensos a se iniciarem no uso, tendo em vista que essa droga já é a terceira mais utilizada no mundo e que o meio social vêm tornando cada vez mais fácil o acesso e a aceitação. Desta forma, se faz importante colocar em prática ações que conscientizem esses jovens sobre os malefícios do seu uso.

A falta de informação e o uso descontrolado dessa substância, é capaz de gerar diversos danos, trazendo à tona, sérias complicações para a vida das pessoas, não apenas do usuário, mas também dos familiares e amigos, que convivem com essas pessoas que precisam de ajuda.

Logo, a busca pelo tratamento adequado abre novas possibilidades para o paciente, trazendo qualidade de vida e ajudando a modificar padrões de comportamentos que dificultam a superação da dependência. 

Fabrício Selbmann é psicanalista, palestrante sobre Dependência Química e diretor da Recanto Clínica Hospitalar – rede de três clínicas de tratamento para dependência química e saúde mental, referência no Norte e Nordeste nesse segmento.

Especialista em DependênciaQuímica pela UNIFESP, pós-graduado em Filosofia | Neurociências | Psicanalise pela PUC-RS, além de especialização na Europa sobre o modelo de tratamento Terapia Racional Emotiva (Minessota).

Posts Recentes