A depressão psicótica é um transtorno mental grave que combina sintomas depressivos intensos com episódios psicóticos, como delírios e alucinações.
Essa condição altera a percepção da realidade, o que dificulta o dia a dia e exige atenção especializada.
Para que você entenda melhor sobre ela, neste artigo apresentamos as suas causas, sintomas, duração e opções de tratamento.
Entender esse distúrbio é o primeiro passo para buscar ajuda adequada e melhorar a qualidade de vida.
Vamos nessa?
O que é depressão psicótica?
A depressão psicótica é um transtorno depressivo grave que combina sintomas de depressão profunda com manifestações psicóticas, como delírios e alucinações.
Diferente da depressão comum, essa condição envolve uma ruptura com a realidade, algo que faz com que a pessoa tenha crenças distorcidas ou perceba coisas que não existem.
Pacientes podem, por exemplo, ouvir vozes, acreditar que estão sendo perseguidos ou desenvolver ideias de culpa excessiva.
Esses sintomas psicóticos costumam estar ligados aos temas típicos da depressão, como desesperança e autodepreciação.
Depressão psicótica é esquizofrenia?
Não. Na depressão psicótica, os sintomas psicóticos estão ligados a sentimentos profundos de tristeza, culpa ou fracasso, enquanto na esquizofrenia os delírios e alucinações costumam ocorrer de forma independente de um estado depressivo.
Além disso, a depressão tem episódios mais curtos e melhora com tratamento adequado, já a esquizofrenia exige manejo contínuo dos sintomas psicóticos.
Neste cenário, o diagnóstico preciso é essencial para o tratamento correto.
O que causa depressão psicótica?
Ainda não existe uma causa única definida para ela, mas diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento da condição. Veja os principais abaixo.
Histórico de depressão
Pessoas que já passaram por episódios recorrentes de depressão maior têm mais chances de desenvolver a forma psicótica do transtorno.
Predisposição genética
Ter familiares com transtornos mentais pode aumentar o risco, embora a hereditariedade por si só não determine o surgimento da doença.
Alterações biológicas e hormonais
Desequilíbrios hormonais e problemas na regulação de substâncias químicas no cérebro também podem estar envolvidos.
Fatores psicológicos e ambientais
Eventos traumáticos, estresse intenso e ambiente familiar desestruturado são gatilhos possíveis.
Uso de substâncias
O consumo de drogas ou certos medicamentos pode contribuir para o aparecimento dos sintomas.
Condições médicas associadas
Doenças neurológicas como tumores, inflamações no cérebro ou AVCs também podem estar relacionadas a quadros de depressão com psicose.
Quais são os sintomas da depressão psicótica?
Os sintomas deste tipo de depressão incluem:
- agitação;
- alterações no apetite ou peso;
- alterações na libido;
- alterações cognitivas;
- ansiedade;
- baixa autoestima;
- comportamento autolesivo;
- constipação;
- delírios ou alucinações (visuais, auditivas ou olfativas);
- episódios de tristeza profunda;
- hipocondria;
- ideações suicidas;
- imobilidade física;
- insônia (com troca do período do sono);
- isolamento social;
- perda de energia;
- personalidade imprevisível;
- queda de concentração e atenção.
Quanto tempo dura uma depressão psicótica?
Não há um período fixo – a duração varia conforme cada caso. Entretanto, alguns padrões são observados:
- episódios agudos: os sintomas (depressivos + psicóticos) geralmente persistem por semanas a meses sem tratamento;
- condição crônica: embora os episódios possam ser controlados, há risco de recaídas ao longo da vida, especialmente sem acompanhamento contínuo.
Diagnóstico para depressão psicótica: como é feito?
O diagnóstico desta condição exige a presença de um episódio depressivo acompanhado por sintomas psicóticos, como delírios ou alucinações.
Para identificar um quadro de depressão clássica, o paciente deve apresentar pelo menos cinco dos seguintes sintomas por um período mínimo de duas semanas:
- agitação ou lentidão motora;
- alterações significativas de peso sem motivo aparente;
- baixa autoestima;
- dificuldade de concentração;
- dificuldade em sentir prazer;
- fadiga constante;
- insônia ou sono excessivo;
- perda de interesse em atividades antes prazerosas;
- pensamentos suicidas ou sobre morte;
- tristeza intensa.
Se, além desses sintomas, houver surtos psicóticos e episódios de alucinações ou delírios, o diagnóstico pode ser deste tipo de depressão.
E aqui, o acompanhamento de um profissional de saúde mental é fundamental para uma avaliação precisa e para a definição do melhor tratamento.
Tratamento para depressão psicótica
O tratamento combina abordagens farmacológicas e terapêuticas, adaptadas à gravidade do caso. Confira abaixo as opções.
Medicação
- Antidepressivos: atuam nos sintomas depressivos (ex.: inibidores seletivos de recaptação de serotonina).
- Antipsicóticos: controlam delírios e alucinações.
- Estabilizadores de humor: usados se houver comorbidade com transtorno bipolar.
Terapias complementares
- Psicoterapia: técnicas como a cognitivo-comportamental (TCC) ajudam a lidar com pensamentos distorcidos.
- Eletroconvulsoterapia (ECT): indicada para casos resistentes, sob anestesia, sem dor ou desconforto.
Internação
Necessária em crises graves para garantir segurança, especialmente com risco de autoagressão.
Além disso, a associação de medicamentos e terapia reduz sintomas como ansiedade e ideação suicida, o que melhora a qualidade de vida do paciente.
Depressão psicótica tem cura?
Atualmente, não há uma cura definitiva para ela. No entanto, com o tratamento adequado, é possível controlar os sintomas e levar uma vida equilibrada.
Para isso, o acompanhamento médico contínuo, associado ao uso de medicamentos e à psicoterapia, tem a capacidade de proporcionar uma melhora significativa na qualidade de vida do paciente.
Desse modo, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para reduzir crises e minimizar impactos no dia a dia.
A Clínica Hospitalar Recanto está aqui para ajudar você
Este tipo de depressão é uma condição complexa que exige diagnóstico preciso e tratamento adequado para garantir qualidade de vida ao paciente.
Conforme reforçamos ao longo do texto, com acompanhamento profissional, é possível controlar os sintomas e retomar a rotina com mais segurança e bem-estar.
Para isso, nós, da Clínica Hospitalar Recanto, oferecemos um ambiente especializado, com uma equipe qualificada e tratamentos personalizados para quem enfrenta esse desafio.
Se você ou alguém próximo precisar de ajuda, entre em contato e conheça as opções de cuidado disponíveis.
Conclusão
Enfrentar esta depressão pode ser difícil, mas é importante lembrar que há tratamento e apoio disponíveis.
Como vimos, essa condição combina sintomas depressivos com episódios psicóticos, o que exige um diagnóstico preciso e um acompanhamento contínuo.
O tratamento adequado, que pode incluir medicação, psicoterapia e, em alguns casos, internação, permite reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida.
E aqui, na Clínica Hospitalar Recanto, oferecemos um espaço seguro e uma equipe especializada para ajudar nesse processo.
Se você ou alguém próximo precisar de suporte, estamos aqui para ajudar!
Fabrício Selbman é Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência no Norte e Nordeste nesse segmento, e também é:
- Formado em marketing e pós-graduado em gestão empresarial;
- Especialista em Dependência Química pela UNIFESP. Especialização na Europa sobre o modelo de tratamento Terapia Racional Emotiva (TRE);
- Psicanalista pela Associação Brasileira de Estudos Psicanalíticos do Estado de Pernambuco (ABEPE);
- Professor de Especialização na Associação Brasileira de Estudos Psicanalíticos do Estado de Pernambuco (ABEPE);
- Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência no Norte e Nordeste nesse segmento.