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12 Passos para uma vida sem vícios
Publicado em: 16 de abril de 2019

Atualizado em: 11 de agosto de 2023

12 Passos para uma vida sem vícios

O PROGRAMA 12 PASSOS 

As irmandades de mútuo ajuda N.A. e A.A são instituições mundiais que tem o objetivo resolver o problema da dependência química e do alcoolismo, valendo-se de 12 passos básicos que, se seguidos, a capacidade para os dependentes de decidir usar ou não, e de ter uma vida útil, integra e feliz e longe do álcool e das drogas.

Tais princípios têm natureza espiritual, psicológica e médica, levando o dependente a viver de maneira sadia com o mundo exterior (sociedade).

História dos 12 passos:

Em 1935, um corretor da bolsa de valores de Nova Iorque e um médico cirurgião de Ohio viram-se arruinados pelo álcool.

No entanto perceberam que quando conversavam sobre suas dificuldades em se abster do álcool, bem como dos problemas dele decorrentes, ficava mais fácil manter-se abstêmio.

Desse modo nascia os AA, um grupo de autoajuda para auxiliar as pessoas que sofrem de alcoolismo a se recuperarem.

Este programa visa a total abstinência do álcool. Os membros evitam o primeiro gole, um dia de cada vez.

A sobriedade é mantida através do compartilhar de experiências, forças e esperanças nas reuniões de grupos e através dos DOZE PASSOS sugeridos para atingir e manter a abstinência.

O anonimato é o alicerce principal dos grupos de autoajuda.

Ampliar o campo da adicção:

O tratamento da adicção começou a princípio com os AA, que se dedicaram a adicção do alcoolismo, mas foi aos poucos sendo transferido a fim de ajudar pessoas com outras formas de adicção.

No entanto, não foi um grupo de profissionais que começou o tratamento da adicção, mas sim um grupo de pessoas que sofriam da adicção.

À medida que se aprendia cada vez mais sobre a natureza da adicção, descobriu-se que os seus princípios a respeito da recuperação também eram uteis para ajudar pessoas com outras formas de adicção.

A medida que os conhecimentos eram partilhados, pessoas com outras formas de adicção começaram a usar os seus princípios para recuperação.

Foi assim que começaram os Adictos Jogadores Anônimos, ao Sexo Anônimos, ao Furto Anônimos, os Compradores Anônimos e outros grupos de ajuda dos 12 passos.

E por que certos princípios de recuperação se revelam tão eficazes para todos estes grupos aparentemente tão diferentes? O motivo aparente é porque tratamos da mesma doença: a adicção. Começamos a constatar que existem muitas formas diferentes de adicções; embora sejam diferentes, tem mais semelhanças do que diferenças.

Se você quer saber como funciona uma clinica que usa os 12 passos, click aqui e acesso nosso outro artigo “Clínica de Recuperação para Dependentes Químicos”

Como se desenvolvem os 12 passos?

Esse programa se desenvolve da seguinte forma:

  • Primeiramente o dependente assume sua dependência, esse processo ocorre na medida em que o adicto ouve depoimentos de outros membros e fala de si ao grupo. A partir daí, pode perceber que necessita de ajuda.
  • Chega a um poder superior (pessoal, podendo variar entre o tradicional Deus cristão até um objeto ou pessoa como um profissional de saúde)
  • Em seguida o dependente escreve um relatório completo de sua vida.
  • Compartilha com o outro companheiro ou com um profissional.

Esse processo contempla os cinco primeiros passos. Os demais são utilizados para a manutenção da sobriedade e, no caso de uma recaída, repete-se todo o processo novamente.

Na realidade, os 12 passos oferecem um programa de vida, no qual as pessoas que aderem ao mesmo têm a chance de revisar seus valores e seu estilo devida.

No programa não se encontram profissionais, técnicos, nem professores, apenas adictos dispostos a compartilhar experiências. Portanto, pode-se dizer que o programa de 12 passos é um tratamento “leigo”, valorizado e útil, não é aconselhável alguém trabalhar com dependentes químicos sem conhecer bem o funcionamento dos 12 passos.

Nos grupos de mútuo ajuda o único requisito para ser membro é o “desejo de parar de usar”. O grupo pode ser formado por quaisquer duas pessoas com esse desejo, essas pessoas não são registradas e nenhum grupo recebe doações de fora; são totalmente autossustentáveis.

tudo sobre dependencia quimica

Os grupos de mútuo ajuda (12 passos) apresentam características próprias:

  • Não é possível realizar avaliações de resultados, devido não existir registro dos seus membros.
  • No passado houve resistência, encontrada ainda em alguns grupos, com o uso de qualquer substância psicoativa; assim pacientes de profissionais da saúde, que prescrevem essas substâncias, podem ter alguma dificuldade de convivência com os demais membros.
  • Os membros do grupo podem criar laços emocionais fortes com seus companheiros.
  • Em função dessas características, podem rejeitar a ajuda de profissionais ou qualquer ajuda fora do âmbito do grupo.

Desta forma, o modelo de 12 passos apresenta alguns objetivos específicos que abrangem desde os aspectos cognitivos até espirituais.

O paciente tem que compreender como a sua forma de pensar afeta o alcoolismo e/ou sua adicção e contribui para continuar bebendo e resistir em aceitar seu problema; através disso passa a ser capaz de fazer uma conexão entre o abuso do álcool e suas consequências negativas.

Perceber como a emoção pode favorecer o uso de substâncias químicas e saber administra-las para que diminua os riscos desse uso são fundamentais no modelo de 12 passos.

Para que esse tratamento “leigo” funcione é necessário que o paciente ingresse no grupo e “abrace” a filosofia e a prática do modelo de 12 passos, tornando-se um membro ativo na busca e manutenção de sobriedade.

Através das reuniões de auto ajuda, o dependente químico é capaz de reconhecer seus defeitos de caráter, inclusive suas atitudes antiéticas e possíveis danos causados as pessoas que estão a sua volta.

Importante

O papel do ”terapeuta” é facilitar ao paciente a aceitação do seu próprio problema e compromisso com o grupo.

No aspecto educativo, o ”terapeuta” atua na interpretação dos lapsos e recaídas em decorrência do poder da doença e dinâmica da negação; na introdução dos 12 passos; na compreensão dos temas e conceitos na identificação de experiências pessoais e mostrar o papel do padrinho e os benefícios para o paciente.

Para isso, é desejável que o ”terapeuta” tenha confiança e experiência do grupo de auto ajuda, seja franco na hora de dirigir-se ao paciente e mostre receptividade na relação com o mesmo.

Você Sabia?

Num passado distante, tanto membros de AA tinham certa dificuldade de conviver harmoniosamente com profissionais de saúde, quanto esses com certos membros mais entusiastas de AA.

A tendência atual é que os esforços se somem em benefício do paciente e devido a isso, programas terapêuticos inspirados no trabalho de 12 passos têm sido bem avaliados por diferentes projetos de pesquisa, nos E.U.A.

Vamos conhecer mais os 12 passos:

Para entender melhor o que são os dozes passos na pratica, fiz um resumo da cada um deles.

Confira:

1º passo: “Admitimos que éramos impotentes perante o álcool e drogas – que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas”.

Este primeiro passo esclarece ao indivíduo que, quando ele se encontra no uso abusivo de substância, raramente irá admitir que precisa de ajuda (estado de negação da doença) – o sentimento de impotência faz com que não se sinta à vontade para assumir que, quando faz uso de substâncias, não consegue parar pois é tomado por uma obsessão e compulsão que não lhe permite interromper o uso por vontade própria.

Quem quer admitir a derrota? Todas atitudes e emoções do dependente químico estavam centradas em drogas. É difícil admitir que perdemos o controle sobre o uso abusivo de substâncias.

A admissão da impotência é o primeiro passo para a libertação. Somente a força de um poder superior e ajuda externa de um grupo conseguiria cessar o ato destrutivo – representado pelo ato de usar compulsivamente. 

Não importa o que ou quanto usávamos, estar limpo tem que vir em primeiro lugar.

Enquanto o dependente químico acreditar que pode superar a dependência sozinho, o tratamento não acontece; é preciso que o mesmo chegue ao fundo do poço, admitindo estar nesta situação incontrolável para que, enfim, receba a ajuda devida.

A Admissão de que chegamos ao fundo do poço e que perdemos o controle sobre o uso e dos sérios danos e problemas a nossa vida social, física e espiritual, é fundamental para o início do caminho da recuperação.

Honestidade e humildade são necessárias para a conscientização do individuo do estado em que ele se encontra.

Somente admitindo sua falta de controle ele poderá caminhar para uma recuperação e assim buscar a transformação de sua vida.

2º passo: “Viemos a acreditar que um Poder superior a nós mesmos poderia devolver-nos à sanidade”.

O segundo passo está relacionado intimamente com um sentimento de voltar a acreditar. Ele liga a recuperação do indivíduo a um Poder superior, ou seja: após o dependente se assumir doente e necessitado de ajuda, ele é conscientizado que o tratamento depende de um Poder Superior e que existe uma variedade de caminhos em direção a fé.

Acreditar em um Poder Superior da forma que cada um o concebe, significa que o programa é ecumênico, e aceita todas as ideologias, que é baseado na espiritualidade não na religião.

É necessário ter mente aberta para perceber o caminho próprio em direção a fé.

As barreiras do preconceito e da indiferença são os empecilhos a serem superados neste passo

O dependente químico, até então, vivia uma vida desregrada, acreditando naquilo que lhe era conveniente. A partir do segundo passo, é necessária uma reforma no seu modo de pensar e de crer. Não basta, agora, apenas assumir fatos; tem, portanto, que crer – acreditar na sua recuperação e acreditar que a recuperação é feita com base espiritual.

A fé perdida é reencontrada no programa, é percebido a necessidade da fé e da sanidade. A fé pode ser procurada por diversos caminhos; não se pede que o dependente siga um determinado caminho à procura da fé – o que se pede é que ela seja procurada.

Insanidade é usar drogas dia após dia, sabendo que o nosso único resultado é a destruição física e mental.

O segundo passo é o reagrupamento em busca da sanidade e da relação certa com Deus.

Para a prática do programa não se precisa de muita fé, mas a fé essencial – aquela verdadeira, sincera.

Ter humildade e mente aberta são os fundamentos básicos para que se chegue ao segundo passo, representado pelo poder da crença e da fé.

3º passo: “Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus, na forma em que O concebíamos”.

Quando na ativa do uso de drogas, várias vezes entregamos nossa vontade e nossas vidas a um poder destrutivo.

O início do terceiro passo se dá justamente com a disposição e a boa vontade de entregar sua vontade doentia a novos preceitos espirituais.

Como faremos para permitir que Deus entre nas nossas vidas? A partir daqui não se espera do dependente que apenas reflita; quer-se ação, atitude.

O perigo da auto-suficiência e o abuso da força de vontade.

Ter fé e colocá-la em prática é o caminho para libertação e independência. Ainda que, inicialmente, tudo pareça difícil ou inaceitável, pede-se ao adicto em recuperação que tenha a boa vontade de aceitar o Poder superior.

Ter boa vontade é a chave do terceiro passo. A dependência e a entrega ao Poder Superior é a maneira mais saudável de chegar à independência.

Entregando a nossa vontade ao poder superior, e o esforço pessoal prolongado é essencial para se harmonizar com a vontade de Deus. O empenho do dependente é a chave para o sucesso de cada passo e do tratamento.

É necessário que entregue sua vontade e sua vida aos cuidados de um Poder superior, conforme sua compreensão.

Este passo diz: cada vez que lhe surgir uma dúvida ou um desconforto emocional, pode dizer, silenciosamente: “Concedei-me, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar; coragem para modificar aquelas que posso, e sabedoria para distinguir umas das outras. Seja feita a Vossa vontade, não a minha”. Entregar-se e ter boa vontade, então, é a ordem do terceiro passo.

4º passo: “Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos”.

O quarto passo é um esforço para descobrir nossas falhas, o problema básico dos impulsos excessivos e desenfreados.

Neste ponto são tratados os instintos do ser humano: o instinto de segurança material, segurança emocional; o instinto por sexo, por status na sociedade e onde eles excederam suas necessidades naturais e tornam-se prejudiciais à vida do indivíduo quando desenfreados.

Quase todo indivíduo sofre de algum problema advindo do excesso de instinto sobre determinada área.

O quarto passo surge para entender o que está por trás desse problema – é o empenho que visa desvendar “quando” e “como” o instinto se excedeu e deixou de ser uma característica normal e natural do ser humano e passou a ser um problema.

A auto justificação é perigosa. Pode-se descobrir as qualidades junto as deficiências, o quarto passo não é escrito apenas com tinta vermelha, temos nossas qualidades.

A disposição de fazer um inventário traz à luz uma nova confiança.

Quando confrontamos nossos problemas, terminamos por achar sua causa, sua razão. Assim, identificando sua origem e o motivo do seu surgimento, encaramos o que nos aflige e sua solução passa a ser possível, porque podemos corrigi-lo. É necessário, portanto, conhecer a si mesmo; fazer uma autorreflexão.

A importância da minuciosidade. O inventário moral revisa toda a história de vida do residente, para que ele tome consciência do quanto suas atitudes e comportamentos doentios interferem em suas relações pessoais, sociais, afetivas e em relação a sua própria vida, buscando entender as causas que levaram ele a dependência e a perda de controle.

5º passo: “Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano, a natureza exata de nossas falhas”.

No passo anterior o residente assume seus próprios defeitos e as reais razões que fundamentam os desvios de caráter, agora no Quinto Passo chegou a hora de assumir para outra pessoa estes mesmos erros. É que, segundo apregoa o programa, não se faz suficiente a autoanálise se, posteriormente, o indivíduo não compartilha com alguém seus problemas, suas angústias e medos. É preciso que exteriorize o que anteriormente descobriu sobre si mesmo.

Este é o passo mais eficaz no desinflar do ego, ele é difícil, porém necessário a sobriedade e a paz de espírito.

A confissão é uma disciplina antiga, porém muito necessária a sobriedade, sem ela poucos conseguiriam manter-se limpos. Buscar e achar os próprios defeitos não faz com que o indivíduo se livre deles; é através do ato de compartilhar que isso se torna possível.

Esta confissão é o começo da verdadeira afinidade do homem com Deus. Perde-se a sensação do isolamento, recebe-se e se dá o perdão, aprende-se a humildade, alcança-se a honestidade e a realidade a respeito de nós mesmos.

Identificar erros, suas origens e compartilhar com alguém, com a prática deste passo, o indivíduo termina por se livrar do sentimento natural que traz em si de isolamento e solidão, pois começa a criar intimidade com outro, dialogando e ouvindo as sugestões que lhe podem ser ditos.

A união com Deus e com o homem prepara-nos para os próximos passos.

6ª passo: “Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos de caráter”.

O sexto passo diz respeito à disposição do indivíduo em abrir-se para Deus a fim de que seus defeitos sejam eliminados. Contudo, o Programa. ressalta que, para que isso ocorra, deve-se fazer um trabalho espiritual e moral diário e intenso.

O sexto passo é necessário para o crescimento espiritual, ele é o ponto de partida no qual abandonamos o esforço para alcançar nossos objetivos limitados para nos encaminharmos em direção a vontade de Deus para as nossas vidas.

Estar pronto a abandonar defeitos de caráter é de suma importância para o indivíduo. E assumir princípios espirituais em suas atitudes.

Todavia, não se pode esquecer que muitos dos próprios defeitos não desaparecem – e isso ocorre com todo e qualquer ser humano, seja ele dependente ou não.

Alguns defeitos podem não sumir, mas podem ser diminuídos. De toda forma, o ponto chave para fazer valer este passo é “colocar-se à disposição”, “disponibilizar-se”, fazer com que o dependente queira o que de melhor possa vir a lhe ocorrer.

O trabalho pedido neste passo, portanto, é assumir aqueles erros anteriormente identificados e entregá-los ao Poder superior, ou Deus, para que assim sejam removidos e/ou atenuados, minimizados.

A necessidade de tomar medidas para melhoria de sua personalidade e vida moral é imprescindível. A demora é perigosa e uma rebelião pode ser fatal. Estar pronto é de suma importância. A necessidade de tomar medidas. O começo de uma tarefa para a vida inteira.

7º passo: “Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de nossas imperfeições”.

Com a crescente evolução da sociedade, conforto e prazer têm tomado conta dos espíritos dos indivíduos. Não se quer dizer que estes avanços sejam negativos, mas, quando mal utilizados, terminam por corromper a humildade. Cria-se, então, uma vida que busca somente o prazer e o bem-estar próprio.

A história tem mostrado, que ninguém mais se atrapalha tanto nessa busca do que os dependentes químicos; é quando a obsessão ou as frustrações ocorrem e o indivíduo se afunda na bebida.

É justamente pela falta de humildade que o dependente não percebe que ainda é socialmente inexperiente, colocando em primeiro lugar, de maneira errada, valores outros que não os espirituais e o aperfeiçoamento do caráter.

O Que é Humildade? O que pode significar para nós?

Humildade é o que define o sétimo passo. Sem ela, nenhum dependente químico poderá se manter em recuperação. Sem a humildade, a felicidade se torna difícil de alcançar. Uma ajuda indispensável a sobriedade.

Quanto mais humilde o indivíduo, menor a dor. A humildade transforma fraqueza em força. Vê, dessa maneira, que o Poder superior não funciona apenas para questões emergenciais, mas sim todos os dias.

A prática da humildade leva à honestidade, tolerância e ao verdadeiro amor ao próximo e a Deus – práticas efetivas no dia-a-dia. O valor do esvaziamento do ego.

O sétimo passo é a modificação de atitude que permite que nos transportemos em direção a Deus.

8º passo: “Fizemos uma relação de todas as pessoas a quem tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados”.

Tanto o oitavo como o nono passo dizem respeito às relações pessoais. É que, após o indivíduo ter assumido, melhorado e consertado erros e defeitos, ele passa a estabelecer boas relações pessoais com todos aqueles que estão a seu redor.

A relação de todas as pessoas as quais prejudicamos nos traz a consciência a natureza de nossas atitudes em relação aos outros.

O perdão é uma das palavras-chave desse passo. Perdoar aos outros e perdoar si mesmo.

É ver e perceber quem feriu e de que forma. Caberá ao dependente ver quem magoou, ainda que lhe pareça doloroso e desnecessário. Inicialmente, o dependente confessa suas falhas perante Deus; após, assume as falhas para si próprio; agora, tem de assumir e reparar as falhas contra quem as cometeu.  

Os benefícios trazidos com esse exercício acontecem de maneira rápida, tão logo aconteça à superação da dor.

Aprender a viver com os outros é uma aventura fascinante. Se quiser ser perdoado, por que não perdoar? Agir com os outros como gostaria que agissem consigo – essa é a ordem deste passo.

Há uma relutância em perdoar e uma não admissão dos males feitos aos outros e estes são os obstáculos a uma boa relação com as pessoas e ao perdão. O tipo de dano feito aos outros. Evitar julgamentos extremos.

9º passo: “Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, salvo quando fazê-las significasse prejudicá-las ou a outrem”.

Se no oitavo passo foi feita uma relação de pessoas prejudicadas, no nono passo é feita a execução do que se projetara anteriormente: dirigir-se a estas pessoas.

A disposição de arcar com as consequências de nosso passado e de nos responsabilizarmos pelo bem-estar dos outros é o espírito do nono passo.

A hora certa é importante quando se trata de reparação. A prudência significa assumir riscos calculados. A paz de espírito não pode ser comprada à custa dos outros.

Deve-se ter cuidado para não admitir erros e, posteriormente, fazê-los de novo. É necessário que o dependente esteja certo do que faz, esteja firme no tratamento e, então, comece a reparar os erros. De nada adianta reparar e cometê-los novamente.

Ter a mente tranqüila é o primeiro requisito para poder julgar as atitudes acertadamente.

Ainda que o dependente seja recebido de maneira negativa por aqueles de quem busca o perdão, não deve desanimar; deve entender que a atitude daqueles é um reflexo de sua vida anterior e, assim como o dependente, precisam de tempo para assimilar que o indivíduo está em nova fase e quer, de fato, reparar os erros.

O Programa diz que, aqui, deve-se valer do bom senso, sentido de escolha do melhor momento, coragem e prudência – tudo para que a reparação do dano seja eficaz e oportuna.

Só há uma exceção para adiar tal reparo: quando este puder causar mais danos. O momento oportuno se dará aos poucos, de maneira calma.

10º passo: “Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente”.

Esta etapa já é a vida cotidiana e diária do próprio dependente. É um novo estilo de vida diário e contínuo. Esse passo requer que o indivíduo esteja em constante análise. A autoanálise da personalidade. A investigação própria torna-se um hábito regular.

Essa autopercepção é diferente daquelas feitas anteriormente. Aquelas eram necessárias para que o indivíduo se conhecesse, identificasse erros e reparasse danos. O décimo passo diz respeito à revisão dos atos do dia-a-dia.

O décimo passo, diz respeito à análise dos fatos que ocorreram nas últimas vinte e quatro horas, nos últimos meses ou no último ano.

Admitir, aceitar e corrigir, pacientemente, os defeitos.

Podemos manter o equilíbrio emocional sob quaisquer condições?

O rancor, os ressentimentos, o ciúme, a inveja, a auto-piedade e o orgulho ferido – todos levaram ao uso abusivo de drogas e álcool. A ressaca emocional.

A investigação própria torna-se um hábito regular. O autocontrole é o primeiro objetivo seguro contra os defeitos de caráter. Este tipo de tarefa passa a ser automática quando feita todos os dias. O indivíduo não vai nem perceber quando começar a fazer esta autoanálise; será instintiva, natural.

Deve assumir os erros, refazer o que tinha que ser feito e reparar qualquer dano cometido. É a partir do sofrimento, resultante da verdade assumida para si próprio, que vem o sucesso.

11º passo: “Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus, na forma em que O concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em relação a nós e forças para realizar essa vontade”.

A oração e a meditação são os principais meios de contato consciente com Deus.

Em primeiro momento, o dependente químico encara a oração e a meditação como algo desnecessário ou fruto de mistérios religiosos. A partir da real prática, aqueles que desdenhavam do seu poder, passam a acreditar que, ambos os atos, geram efeitos concretos em suas vidas.

Quem não acredita na força da oração e da meditação é porque, decerto, não as fizeram corretamente. Meditação e oração são as novas tarefas.

A relação entre o exame de si mesmo, a meditação e a oração. Uma base indestrutível pra vida toda.

De que maneira meditaremos? A meditação é uma aventura individual sem limites. O primeiro resultado é o equilíbrio emocional.

Oração – pedidos diários para compreender a vontade de Deus e para pô-la em prática.

As recompensas da meditação e oração. Tanto a oração quanto a meditação dão ao indivíduo a sensação de fazer parte de algo, vivendo num mundo não tão hostil quanto se pensava, tendo a certeza de que o amor de Deus recai sobre suas vidas. É inegável que tais práticas são extremamente positivas aos homens, mais ainda aos dependentes.

12º passo: “Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a estes passos, procuramos transmitir esta mensagem aos alcoólicos e praticar estes princípios em todas as nossas atividades”.

Aqui se percebe que o indivíduo que passou pelas fases anteriores teve seu despertar espiritual, acreditando em coisas e executando atos que antes nunca pensara e nem se dispusera a fazer.

Os 12 passos foram o caminho para isso, mas, em grande parte, o próprio indivíduo é o responsável por essa vitória inicial. Acreditou, tolerou, dedicou-se e fez, quando antes acreditava não ser capaz de nada disso.

O prazer de viver define o último passo.

O dar que não pede recompensa. O amor que não tem preço. Agora, é hora de ajudar um companheiro dependente; aquele que, assim como o que chegou ao final dos doze passos, também precisará de um padrinho no programa; alguém que passe sua própria experiência enquanto dependente e enquanto membro dos grupos de mutuo ajuda.

O que é despertar espiritual? Um novo estado de consciência é recebido como uma dádiva gratuita.

Os benefícios de ajudar outros dependentes químicos.

A prática destes princípios em todas as nossas atividades.

O dependente deve entender que ele chega ao final do ensinamento dos doze passos, mas não ao final de sua prática. Os doze passos são feitos diária e constantemente.

O crescer espiritual é a resposta para nossos problemas.

A compreensão é a chave das atitudes corretas, e a ação correta é a chave para o viver bem.

CONCLUSÃO

O dependente deve entender que ele chega ao final do ensinamento dos 12 passos, mas não ao final de sua prática.

Os 12 passos são feitos diária e constantemente. Medos, ansiedades, dúvidas, raiva, revolta e tristeza são condições momentâneas que acometem alcoólicos e não-alcoólicos.

Tudo se resolve, porém, com o desenvolvimento espiritual. É preciso deixar os instintos de lado, colocando Deus em primeiro lugar.

Os instintos, como se sabe, são atos involuntários e impensados. Além disso, deve-se retomar o que foi aprendido neste último passo: é preciso dar para receber; é preciso, ainda, dar sem esperar nada em troca.

É justamente nestes moldes em que o(a) indivíduo(a) volta a viver em sociedade de maneira completa, seja na área familiar, laboral, financeira e ainda afetiva – reconstruindo um casamento que foi abalado pelo vício; desconstruindo um relacionamento que não gera mais bons frutos; ou mesmo iniciando a vida conjugal, seja ele(a) membro(a) ou não.

A experiência passada aos demais é constante, já que, após o término do tratamento, a construção da própria vida não para – e essa construção também servirá aos(as) recém-chegados(as) como estímulo e apoio, demonstrando que um(a) dependente pode superar a adicção ativa.

A regra é: seguir os doze passos também fora do grupo. Em momentos de dúvida ou fraqueza, deve o(a) indivíduo(a) recorrer aos ensinamentos que obteve nessa jornada.

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