Recanto Clínica Hospitalar – Um lugar de reencontro!

Atendimento 24 horasLigue agora! 4007-2316

Quando parar é dar um passo a diante: Como a internação psiquiátrica tem ajudado artistas – e o que isso ensina sobre cuidar da mente

A coragem de pedir ajuda: um novo olhar sobre a internação

Durante muito tempo, a internação psiquiátrica foi vista com medo e preconceito. Muitas famílias escondiam o diagnóstico, e pacientes eram julgados por buscarem tratamento. Mas o movimento de artistas e influenciadores falando abertamente sobre suas internações vem quebrando o estigma e humanizando o sofrimento psíquico.

Nos últimos meses, a imprensa brasileira trouxe à tona relatos importantes de artistas que decidiram se internar para cuidar da saúde mental. 

O caso mais recente é o do humorista Whindersson Nunes, que revelou ter buscado ajuda profissional e se internado voluntariamente em uma clínica psiquiátrica para tratar depressão e ansiedade.

A decisão do artista, amplamente noticiada em veículos como UOL e Revista Saúde, foi recebida com respeito e empatia — um sinal de que a sociedade começa a entender que cuidar da mente é tão importante quanto cuidar do corpo

Após algumas semanas de tratamento, Whindersson teve alta médica e, segundo familiares, “estava feliz com sua evolução e mais fortalecido para retomar sua rotina”.

Outros artistas também têm falado abertamente sobre seus processos de internação e tratamento: Manu Gavassi, Britney Spears, Selena Gomez, Demi Lovato e Gusttavo Lima, em momentos diferentes, decidiram se afastar para cuidar do emocional e retornar com mais equilíbrio. 

Esses relatos reforçam uma mensagem poderosa: a internação não é um fim — é um recomeço.

Por que artistas e pessoas comuns buscam a internação

A vida pública e o trabalho sob pressão, somados à exposição constante nas redes sociais, criam um cenário de esgotamento emocional e adoecimento psíquico. Mas o sofrimento mental não escolhe profissão: ele atinge qualquer pessoa, independentemente de status, fama ou condição econômica.

A internação psiquiátrica surge, nesses casos, como uma medida terapêutica e protetiva, indicada quando há:

  • Risco à própria vida (como ideação ou tentativas de suicídio);
  • Risco a terceiros, por surtos psicóticos, impulsividade ou agressividade;
  • Perda da capacidade de autocuidado;
  • Falta de resposta ao tratamento ambulatorial (em casa ou consultório);
  • Crises agudas de dependência química, depressão ou transtorno bipolar.

O objetivo da internação é estabilizar o quadro clínico, oferecer ambiente seguro e monitorado, e permitir que o paciente retome o controle sobre si mesmo, com acompanhamento médico e psicológico 24 horas.

Internação não é punição: é cuidado

Durante muito tempo, o tema “internação psiquiátrica” foi cercado de preconceitos. As antigas instituições manicomiais — hoje extintas — deixaram marcas na memória coletiva.

Porém, a Lei nº 10.216/2001, conhecida como Lei da Reforma Psiquiátrica, transformou profundamente a forma de cuidar da saúde mental no Brasil.

Essa legislação garante os direitos e a dignidade da pessoa em sofrimento psíquico, define regras claras para a internação e estabelece que o tratamento deve ocorrer com base no respeito, sigilo e liberdade assistida, sempre visando o retorno à convivência familiar e social.

Existem três modalidades reconhecidas de internação:

  1. Voluntária — quando o próprio paciente solicita ajuda.
  2. Involuntária — a pedido da família, mediante laudo médico, comunicada ao Ministério Público.
  3. Compulsória — determinada judicialmente, em casos graves e com risco à integridade física.

Em todos os casos, o foco é cuidar, tratar e reabilitar, nunca punir.

Os benefícios da internação: o que mostram os relatos e a prática clínica

A decisão de se internar, embora difícil, pode ser um divisor de águas na recuperação emocional. Os relatos de artistas e pacientes que passaram por esse processo revelam benefícios importantes:

1. Ambiente protegido e livre de gatilhos

Afastar-se de situações estressantes, pessoas ou substâncias que agravam o quadro mental permite que o cérebro e o corpo voltem a um estado de equilíbrio. A segurança física e emocional é o primeiro passo para a recuperação.

2. Acompanhamento intensivo

Durante a internação, o paciente recebe monitoramento médico, psicológico e terapêutico constante, com ajuste de medicação, psicoterapia individual e em grupo, e suporte emocional contínuo.

3. Rotina estruturada

A previsibilidade diária ajuda a reduzir a ansiedade e restaurar hábitos saudáveis de sono, alimentação e autocuidado.

4. Reintegração gradual da autoestima

Ao perceber avanços e acolhimento, o paciente volta a acreditar em si mesmo. É o que aconteceu com Whindersson Nunes, cuja alta foi marcada por mensagens de alívio e orgulho dos pais: “Nosso filho está bem, se cuidando, e isso é o mais importante”.

5. Planejamento de retorno à vida social

A equipe terapêutica prepara o paciente para o pós-alta, oferecendo orientações para manter a estabilidade emocional e prevenir recaídas.

Fale com nossa equipe

Os principais CIDs que justificam a internação em saúde mental

De acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), elaborada pela OMS, os códigos mais relacionados às internações psiquiátricas incluem:

F10 a F19 – Transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de substâncias psicoativas

Abrangem o abuso e a dependência de álcool, crack, cocaína, maconha, remédios controlados e outras drogas. O uso contínuo pode causar delírios, agressividade, abstinência grave e risco de overdose, exigindo desintoxicação em ambiente hospitalar.

Internação indicada: quando há perda de controle, abstinência perigosa ou risco à integridade física.

F20 a F29 – Esquizofrenia e transtornos delirantes

Caracterizam-se por alucinações, delírios, desorganização do pensamento e dificuldade de distinguir a realidade. A internação garante acompanhamento psiquiátrico intensivo, ajuste de medicação e segurança.

F30 a F31 – Transtornos afetivos bipolares

O transtorno bipolar provoca oscilações intensas entre euforia (mania ou hipomania) e depressão profunda. Durante as fases de crise, o paciente pode agir impulsivamente ou apresentar ideação suicida. A internação visa estabilizar o humor e prevenir danos.

F32 a F33 – Episódios depressivos e transtorno depressivo recorrente

Quando há tristeza persistente, apatia, isolamento e pensamentos de morte, a internação pode evitar tragédias e promover recuperação em ambiente protegido. É uma das causas mais comuns entre internações voluntárias, especialmente entre jovens e artistas.

F40 a F43 – Transtornos de ansiedade e reações ao estresse grave

Incluem pânico, fobias, estresse pós-traumático e crises de ansiedade intensa.
A internação é indicada em casos de perda de funcionalidade ou risco de autoextermínio.

O que acontece dentro da clínica: o tratamento na prática

A internação psiquiátrica segue um plano terapêutico individualizado, elaborado após avaliação médica e psicológica. No Grupo Recanto, esse cuidado ocorre dentro de um modelo biopsicossocial, que considera a pessoa como um todo — corpo, mente e ambiente.

As etapas geralmente incluem:

  • Avaliação diagnóstica completa;
  • Controle medicamentoso e desintoxicação (quando necessário);
  • Psicoterapia individual e em grupo;
  • Atividades terapêuticas e ocupacionais (como arte, música e esporte);
  • Terapia familiar e psicoeducação;
  • Planejamento de alta e acompanhamento ambulatorial.

Essa abordagem multidisciplinar é o que garante resultados duradouros e reduz o risco de recaídas.

O papel da família na recuperação

Em qualquer processo de internação psiquiátrica, a família é um pilar fundamental. Mais do que visitantes ocasionais, os familiares são parte ativa no tratamento e desempenham funções que vão desde o apoio emocional até a continuidade do cuidado após a alta.

Muitas vezes, o sofrimento mental de um ente querido vem acompanhado de angústia, culpa e impotência familiar. É comum que pais, cônjuges ou filhos sintam que falharam ou que não sabem como lidar com o comportamento do paciente. 

Durante a internação, a equipe multiprofissional promove encontros de psicoeducação familiar, explicando de forma acessível o diagnóstico, os sintomas, os efeitos dos medicamentos e as etapas do tratamento.

Quando a família compreende que a internação é uma medida de proteção e cuidado, e não de exclusão, o paciente se sente mais seguro e confiante para cooperar com o tratamento.

Mesmo que o paciente esteja internado, a presença da família continua sendo terapêutica. Visitas programadas, chamadas de vídeo, cartas ou mensagens — tudo isso contribui para fortalecer o vínculo afetivo e mostrar ao paciente que ele não está sozinho.

Esses gestos simples têm efeito clínico comprovado: reduzem a ansiedade, aumentam a adesão ao tratamento e aceleram o processo de recuperação.

O cuidado não termina no momento da alta. Ao sair da clínica, o paciente precisa retornar a um ambiente doméstico organizado, acolhedor e sem gatilhos que possam gerar recaídas. 

O processo de recuperação mental não é linear — exige tempo, paciência e constância. Mas quando a família se envolve de forma consciente, o paciente se sente pertencente, valorizado e apoiado, o que potencializa os resultados terapêuticos.

O que aprendemos com os artistas que decidiram se cuidar

Os casos de Whindersson Nunes e de outros artistas mostram que reconhecer o limite é um ato de bravura. Optar pela internação não é “fraqueza”, mas sim uma forma de dizer: “eu mereço cuidar de mim.”

Assim como eles, qualquer pessoa pode — e deve — buscar ajuda profissional. A internação, quando indicada, não representa o fim de uma fase, mas o início de um processo de autoconhecimento e reconstrução.

Essas experiências ensinam que o tratamento não é apenas sobre medicação, mas também sobre reconstruir vínculos, redescobrir limites e retomar o sentido da vida. Quando o cuidado é ético, empático e orientado por profissionais, o resultado é transformação e autonomia.

O paciente aprende a se observar, reconhecer sinais de crise e buscar apoio antes que o sofrimento se torne insuportável.

Conhece alguém ou está precisando de ajuda?

Conclusão: cuidar da mente é um investimento na vida

A internação psiquiátrica é um recurso terapêutico legítimo, respaldado pela medicina e pela legislação, e deve ser vista como parte do tratamento e não como estigma. Ela devolve ao paciente a possibilidade de recomeçar com equilíbrio, segurança e dignidade.

Se você ou alguém que ama está enfrentando sofrimento emocional intenso, saiba que buscar ajuda é um ato de amor e coragem.

Grupo Recanto — O lugar para recomeçar

Atendimento especializado em saúde mental e dependência química, com ética, sigilo e acolhimento.
Pernambuco – Brasil
www.gruporecanto.com.br
Entre em contato e saiba mais sobre nossos programas terapêuticos.

NÓS LIGAMOS PARA VOCÊ

Fabrício Selbmann é psicanalista, palestrante sobre Dependência Química e diretor da Recanto Clínica Hospitalar – rede de três clínicas de tratamento para dependência química e saúde mental, referência no Norte e Nordeste nesse segmento.

Especialista em DependênciaQuímica pela UNIFESP, pós-graduado em Filosofia | Neurociências | Psicanalise pela PUC-RS, além de especialização na Europa sobre o modelo de tratamento Terapia Racional Emotiva (Minessota).

Posts Recentes