Inicialmente, a dependência alcoólica é um problema amplamente reconhecido, porém muitos só percebem sua presença quando os sinais se tornam evidentes. Entre eles estão: brigas frequentes, agressividade, destruição de bens e a busca constante por motivos para consumir álcool.
Embora seja verdade que muitas pessoas já estão entregues ao alcoolismo quando esses comportamentos se manifestam, o início do problema geralmente passa despercebido, embora haja sinais e sintomas que podem ser identificados.
Nesse contexto, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a dependência alcoólica é uma doença psiquiátrica, influenciada não apenas por fatores biológicos, mas também por aspectos psicológicos e sociais que contribuem para o adoecimento.
Porém, no Brasil, essa questão é profundamente enraizada na dinâmica familiar, muitas vezes incentivada pelo hábito cultural de socialização em torno do álcool, seja em encontros de fim de semana ou happy hours após o trabalho.
É importante ressaltar que a OMS desaconselha o consumo de qualquer quantidade de álcool, alertando para os danos que ele pode causar.
Estima-se que 5,3% de todas as mortes no mundo tenham alguma relação com o álcool, totalizando aproximadamente 3 milhões de óbitos diretamente relacionados a ele.
Quais os sintomas da dependência do álcool?
Nesse sentido, compreender os sintomas da dependência alcoólica pode ser desafiador, mas é possível detectar padrões preocupantes em simples encontros sociais. Visto isso, observar a quantidade de álcool consumida é um indicador chave.
A busca constante por prazer está ligada à tolerância do organismo, demandando doses maiores para o mesmo efeito.
À medida que a dependência se instala, surgem problemas de memória, concentração, tremores, sono, humor e alimentação, resultando em fadiga e dificuldade de raciocínio devido ao efeito depressor do álcool no sistema nervoso.
Dores de cabeça e náuseas indicam dificuldade de metabolização, enquanto o uso prolongado pode desencadear ansiedade, depressão e agressividade.
Diagnosticar a dependência alcoólica em indivíduos com tais sintomas e histórico de consumo é prudente.
Tolerância ao álcool
A tolerância ao álcool é um dos sinais reveladores da dependência. Isso significa que o corpo se adapta ao consumo frequente da substância, exigindo doses cada vez maiores para alcançar os mesmos efeitos.
Sintomas de abstinência
Com base nisso, os sintomas de abstinência podem ser tão intensos que muitas vezes a pessoa sente a necessidade de continuar bebendo para evitar o desconforto, o que pode dificultar ainda mais o processo de recuperação.
Estes incluem ansiedade, sudorese, náusea, agitação e até Delirium Tremens e convulsões em casos mais graves
Além dos sintomas físicos e psicológicos intensos, é crucial ressaltar que a crise de abstinência alcoólica pode ser fatal devido ao risco de complicações graves.
Em casos severos, pode ocorrer o desenvolvimento do Delirium Tremens (DT), uma condição médica grave que pode levar à morte se não tratada adequadamente.
Os sintomas do DT incluem confusão mental severa, alucinações visuais, aumento da frequência cardíaca, hipertensão arterial e febre.
A crise de abstinência também pode desencadear convulsões, o que pode ser especialmente perigoso em indivíduos sem acompanhamento médico adequado.
A síndrome de abstinência alcoólica requer cuidados médicos e tratamento supervisionado para minimizar esses riscos e garantir a segurança do paciente.
Perda de controle sobre o consumo
A perda de controle sobre o consumo é caracterizada pela compulsão para o uso de álcool, sendo esta a maior característica deste estágio.
É quando a pessoa não consegue mais limitar ou controlar a quantidade consumida, mesmo que isso cause consequências negativas em sua vida pessoal, profissional e de saúde.
A compulsão pode levar a um ciclo vicioso de consumo contínuo, independentemente das repercussões adversas que possam surgir.
Essa falta de controle pode resultar em um aumento progressivo no consumo de álcool, o que pode levar a uma dependência severa e a danos significativos à saúde física e mental.

Quando a pessoa é considerada alcoolista?
O consumo de álcool no Brasil é um tema de relevância, com uma parte significativa da população envolvida na ingestão dessa substância. Segundo o levantamento “Álcool e a Saúde dos Brasileiros – Panorama 2023” do Centro de Informações sobre Saúde do Álcool (CISA), existem diversos padrões de consumo entre os brasileiros.
Atualmente, cerca de 45% dos brasileiros consomem bebidas alcoólicas em festas, eventos sociais e até mesmo em casa, mostrando a presença marcante do álcool na cultura e nos costumes do país.
No entanto, distinguir um mero consumidor social de alguém com um problema de dependência é uma questão complexa. Logo, consumir álcool diariamente não é, por si só, um indicativo definitivo de alcoolismo.
O CID-10 caracteriza o alcoolismo por uma série de comportamentos e sintomas específicos, que vão além da frequência do consumo.
Isso inclui a compulsão para o uso de álcool, dificuldade em controlar o consumo, priorização do álcool acima de outras atividades e persistência no uso apesar das consequências adversas.
Além disso, a percepção do próprio indivíduo sobre seu padrão de consumo também é relevante. O levantamento do CISA revela que uma parcela significativa dos consumidores abusivos não reconhece seu comportamento como problemático.
Isso sugere a importância da educação e conscientização sobre os limites seguros de consumo de álcool.
Portanto, o alcoolismo não se resume apenas à frequência do consumo diário, mas sim a uma combinação de fatores, incluindo padrões de consumo, sintomas de dependência, e a percepção do próprio indivíduo sobre seu consumo.
Elementos-chave para diagnóstico
Os elementos-chave para diagnóstico da síndrome de dependência alcoólica (SDA) são também utilizados para outras drogas. São eles:
1. Estreitamento de repertório: relacionado ao consumo dissociado de eventos sociais;
2. Saliência do uso: centralização da vida em função da droga;
3. Aumento da tolerância: doses cada vez maiores ao longo do tempo;
4. Sintomas de abstinência: desconforto físico e psíquico na interrupção ou redução do consumo;
5. Alívio ou evitação dos sintomas: uso para reduzir o desconforto ou evitar sintomas de abstinência;
6. Percepção da compulsão para o uso: sentimento de não poder evitar o uso;
7. Reinstalação após abstinência: retorno do uso e dos sintomas de abstinência após curto período de abstinência.
Dessa forma, o diagnóstico é feito com base nos critérios estabelecidos na Classificação Estatística Internacional de Doenças (CID 10), que incluem sintomas específicos de dependência alcoólica.
Visto isso, de acordo com esses critérios, é considerado alcoolista aquele que apresenta sofrimento clinicamente significativo, manifestado por três (ou mais) dos sintomas estabelecidos, ao longo de um período de 12 meses.
O que leva uma pessoa a se tornar alcoolista
Sob essa ótica, a acessibilidade do álcool em ambientes de diversão como festas e bares contribui para seu consumo. Além disso, a influência emocional de entes queridos pode desencadear imitação de comportamento.
O início precoce do consumo, especialmente durante a adolescência, aumenta o risco de dependência, dada a vulnerabilidade do sistema nervoso em desenvolvimento.
Por exemplo, traumas ou experiências dolorosas podem levar à transição para o consumo compulsivo, como uma forma de escape emocional. Nesse contexto, o álcool também é buscado como um paliativo para problemas de saúde mental, potencialmente agravando ambos os quadros com o tempo.

Como o alcoolismo afeta a vida familiar?
O alcoolismo tem um impacto devastador na vida do indivíduo, afetando sua saúde física, bem-estar psicológico e vida social. Manifestações como agressividade, ansiedade e irritabilidade ressuscitam conflitos nas relações interpessoais, levando a rupturas.
No entanto, conforme a doença avança, o alcoolista se torna difícil de conviver, podendo até recorrer a crimes para sustentar o vício. O isolamento social é comum, levando a um consumo solitário e descontrolado.
No trabalho, compromissos são desafiadores de manter devido às perturbações do sono e oscilações de humor. A família também sofre, desenvolvendo ansiedade e outros transtornos.
Logo, os piores comportamentos do alcoolista emergem no ambiente familiar, resultando em agressões físicas, psicológicas e sexuais, especialmente contra crianças e cônjuges.
Como ocorre o diagnóstico do alcoolismo?
A avaliação adequada, realizada por um profissional médico, é essencial para compreender as queixas e preocupações do paciente.
Utilizando uma variedade de instrumentos médicos, como perguntas e exames laboratoriais, incluindo análises de urina e hemogramas, e em casos específicos, exames mais avançados, como de imagem e função hepática, é possível obter um diagnóstico preciso.
Nesse sentido, essa abordagem multidisciplinar e holística permite uma avaliação abrangente da saúde do paciente e dos possíveis efeitos do álcool em seu organismo, garantindo um plano de tratamento adequado.
Como tratar a dependência de álcool?
Nesse sentido, tratar a dependência de álcool é essencial para a recuperação do indivíduo. As clínicas de recuperação fornecem um ambiente seguro e estruturado para essa jornada. A duração do tratamento pode variar, sendo comum períodos de três ou seis meses.
Durante o tratamento, a desintoxicação é uma etapa crucial, monitorada por uma equipe multidisciplinar. Além disso, os pacientes têm acesso a terapias complementares, como psicoterapia e atividades esportivas.
As clínicas proporcionam um ambiente propício para a reabilitação completa, afastando os pacientes da substância e oferecendo suporte de uma equipe multidisciplinar.
Por fim, o Grupo Recanto é uma referência na área, com clínicas em Pernambuco e Sergipe, incluindo uma específica para mulheres, oferecendo tratamentos personalizados e abrangentes.
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Conclusão
Por fim, a dependência alcoólica é um desafio sério, que afeta indivíduos, famílias e sociedade. Exploramos sua complexidade, desde a prevalência até o tratamento disponível.
Nesse contexto, suas ramificações vão além do consumo de álcool, impactando todos os aspectos da vida. O diagnóstico precoce e o tratamento são essenciais para evitar complicações graves.
As clínicas de recuperação oferecem ambiente seguro e suporte multidisciplinar para uma recuperação bem-sucedida. Encorajamos aqueles afetados a buscar ajuda sem vergonha.
Logo, com apoio e comprometimento, é possível superar o alcoolismo e reconstruir uma vida saudável.












