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O que é o Transtorno de Personalidade Histriônica?

Na sociedade atual, marcada pela busca por atenção e validação, especialmente nas redes sociais, compreender os transtornos de personalidade torna-se essencial.

O transtorno de personalidade histriônica (TPH)  é um desses transtornos que, apesar de menos conhecido, merece atenção. 

Através deste post, vamos desmistificar o TPH, proporcionando um olhar abrangente sobre suas manifestações e impactos, bem como as maneiras de buscar ajuda e tratamento eficaz. 

Se você ou alguém que você conhece está lutando com comportamentos relacionados ao TPH, este artigo é para você.

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Conceituando o transtorno de personalidade histriônica

O transtorno de personalidade histriônica (TPH) é uma condição de saúde mental caracterizada por um padrão persistente de comportamento emocional e busca constante por atenção. 

Pessoas com TPH frequentemente se sentem desconfortáveis ​​quando não são o centro das atenções e podem recorrer a comportamentos dramáticos ou sedutores para obter a aprovação e a atenção dos outros.

Características do transtorno de personalidade histriônica

Segundo o site do Dr. Drauzio Varella, o DSM descreve o transtorno de personalidade histriônica como um padrão persistente de emocionalidade excessiva e busca constante por atenção, presente desde o início da vida adulta.

Os sinais e sintomas do transtorno de personalidade histriônica incluem: 

  • Sentir-se desconfortável quando não é o centro das atenções; 
  • Facilidade em ser influenciado por outras pessoas ou circunstâncias; 
  • Uso frequente da aparência física para atrair atenção; 
  • Autodramatização, teatralidade e expressão exagerada das emoções; 
  • Comportamento sexualmente sedutor inadequado nas interações sociais; 
  • Mudanças rápidas e expressões superficiais das emoções; 
  • Percepção das relações pessoais como mais íntimas do que realmente são. 

Causas e fatores de risco

Embora não exista uma causa única e definida, pesquisas indicam que uma combinação de fatores genéticos e ambientais pode contribuir para o desenvolvimento deste transtorno.

Entre os principais fatores de risco, destaca-se o histórico familiar. Indivíduos com parentes de primeiro grau que apresentam transtornos de personalidade ou outros problemas psicológicos têm maior probabilidade de desenvolver o transtorno de personalidade histriônica, sugerindo uma possível predisposição genética.

Além disso, experiências traumáticas na infância, como abusos, negligência ou perdas significativas, influenciam o desenvolvimento emocional da criança. Ademais, favorecem padrões de comportamento que podem se manifestar mais tarde como características do transtorno.

O temperamento de uma pessoa também desempenha um papel importante. Crianças com um temperamento altamente emocional, sensível ou que buscam constante atenção e aprovação podem estar em maior risco de desenvolver o transtorno. 

Além disso, interações sociais e experiências de vida intensificam essas características e favorecem padrões de comportamento disfuncionais.

Outros fatores ambientais, como a dinâmica familiar, também podem influenciar o surgimento do transtorno. 

Pais excessivamente indulgentes ou que reforçam comportamentos dramáticos e de busca de atenção podem, inadvertidamente, encorajar esses traços em seus filhos. Ambientes familiares instáveis ou caóticos também podem contribuir para o desenvolvimento do transtorno de personalidade histriônica.

Como é o diagnóstico do transtorno de personalidade histriônica?

O diagnóstico do transtorno de personalidade histriônica é realizado por um profissional de saúde mental, que baseia sua avaliação em uma análise abrangente dos sintomas e do histórico do paciente. 

É fundamental diferenciar o TPH de outros transtornos de personalidade ou condições de saúde mental para garantir um tratamento adequado e eficaz.

Pacientes com TPH frequentemente apresentam comorbidades, ou seja, outras condições de saúde mental que ocorrem simultaneamente. Segundo o Instituto de Psiquiatria do Paraná, as comorbidades mais comuns incluem:

  • Transtornos de personalidade: os pacientes com TPH podem também ser diagnosticados com outros transtornos de personalidade, como transtorno de personalidade antissocial, borderline, narcisista e dependente;
  • Transtorno de sintoma somático: este transtorno envolve uma preocupação excessiva com sintomas físicos que podem não ter uma causa médica identificável, levando a um sofrimento significativo e a uma busca constante por cuidados médicos;
  • Transtorno depressivo maior: caracterizado por episódios de depressão intensa, incluindo sentimentos persistentes de tristeza, desesperança e perda de interesse nas atividades diárias;
  • Distimia: também conhecida como transtorno depressivo persistente, a distimia é uma forma crônica de depressão que dura por um período prolongado, geralmente dois anos ou mais;
  • Transtorno conversivo: também conhecido como transtorno de conversão, envolve sintomas neurológicos que não podem ser explicados por uma condição médica, como paralisia, cegueira ou convulsões.

Essas comorbidades podem complicar o diagnóstico e o tratamento do TPH, tornando essencial uma abordagem abrangente e integrada para o cuidado do paciente.

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Qual a diferença do transtorno de personalidade histriônica de outros transtornos?

O transtorno de personalidade histriônica pode ser confundido com outros transtornos de personalidade ou condições de saúde mental devido a algumas semelhanças nos sintomas. 

No entanto, é crucial distinguir o transtorno de personalidade histriônica para garantir um diagnóstico correto e um tratamento adequado. 

Transtorno de Personalidade Narcisista

O transtorno de personalidade narcisista, por exemplo, também envolve uma busca constante por atenção, mas indivíduos com TPH tendem a ser mais emocionalmente expressivos e dramáticos, buscando aprovação por meio de comportamentos sedutores e exagerados. 

Transtorno de Personalidade Borderline (TPB)

Já o transtorno de personalidade borderline (TPB) e o TPH podem compartilhar características como instabilidade emocional e relacionamentos interpessoais turbulentos. 

No entanto, o TPB é marcado por um medo intenso de abandono, comportamentos autodestrutivos e uma sensação crônica de vazio, aspectos que não são proeminentes no TPH. As pessoas com o transtorno de personalidade histriônica, por outro lado, tendem a ser mais focadas em manter a atenção e a aprovação dos outros através de comportamentos teatrais.

Transtorno de Personalidade Antissocial

Por outro lado, embora o transtorno de personalidade antissocial e o TPH envolvam comportamentos manipulativos, o primeiro se caracteriza pela falta de empatia e desprezo pelas normas sociais. Já no TPH, a manipulação busca atenção e aprovação, com maior preocupação pela aceitação social.

Transtorno Depressivo Maior

Enquanto o TPH pode incluir sintomas de depressão, o transtorno depressivo maior é mais focado em sentimentos persistentes de tristeza, desesperança e perda de interesse em atividades. 

Por outro lado, pessoas com TPH alternam emoções intensas e direcionam o comportamento à busca por atenção e aprovação, diferentemente da retração e do foco interno típicos da depressão maior.

Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)

No caso do transtorno de ansiedade generalizada (TAG), podemos o distinguir devido ao fato de que a preocupação excessiva e persistente possui uma variedade de assuntos, muitas vezes acompanhada de sintomas físicos de ansiedade. 

Porém, embora pessoas com TPH apresentem ansiedade ligada à busca por atenção e aprovação, a característica central do transtorno é a dramatização, e não a preocupação constante típica do TAG.

Distinguir o transtorno de personalidade histriônica de outros transtornos de personalidade ou condições de saúde mental é essencial para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento eficaz. 

Cada transtorno possui características únicas que, quando compreendidas, ajudam os profissionais de saúde mental a fornecer o suporte mais adequado para cada indivíduo.

Tratamento para o transtorno de personalidade histriônica

Dessa maneira, o tratamento do TPH usualmente envolve psicoterapia. Através da psicoterapia, os pacientes podem aprender a identificar e modificar padrões de pensamento disfuncionais, desenvolver habilidades de enfrentamento mais eficazes e melhorar suas relações interpessoais. 

Logo, a terapia visa ajudar os indivíduos a reconhecer e desafiar comportamentos e pensamentos que contribuem para o transtorno, substituindo-os por estratégias mais saudáveis e adaptativas.

Em alguns casos, médicos utilizam medicamentos para tratar sintomas associados, como ansiedade ou depressão.

Embora os medicamentos não tratem diretamente o TPH, eles aliviam sintomas que prejudicam o bem-estar e a psicoterapia. Assim, a combinação entre psicoterapia e medicação, quando necessária, amplia os resultados e melhora a qualidade de vida e o funcionamento diário do paciente.

Saiba mais com a equipe de especialistas do Grupo Recanto.

Conclusão

Assim, em um contexto social que intensifica a busca por atenção, compreender e tratar o Transtorno de Personalidade Histriônica torna-se essencial.

Por fim, este transtorno, embora menos conhecido, pode impactar significativamente a vida daqueles que o vivenciam, influenciando suas relações e bem-estar emocional. 

Assim, ao esclarecer o TPH e suas formas de tratamento, ampliamos a conscientização e incentivamos quem sofre com esses comportamentos a buscar ajuda profissional.

Logo, a educação e o suporte são fundamentais para transformar desafios em oportunidades de crescimento pessoal e saúde mental.

NÓS LIGAMOS PARA VOCÊ

Fabrício Selbmann é psicanalista, palestrante sobre Dependência Química e diretor da Recanto Clínica Hospitalar – rede de três clínicas de tratamento para dependência química e saúde mental, referência no Norte e Nordeste nesse segmento.

Especialista em DependênciaQuímica pela UNIFESP, pós-graduado em Filosofia | Neurociências | Psicanalise pela PUC-RS, além de especialização na Europa sobre o modelo de tratamento Terapia Racional Emotiva (Minessota).

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