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Perda de memória: Conheça os principais motivos
Publicado em: 01 de março de 2023

Atualizado em: 21 de julho de 2023

Perda de memória: Conheça os principais motivos

Para entendermos como funcionam a perda de memória é importante, antes de tudo, compreendermos o que a memória significa. A memória é uma função cognitiva que se divide em fases, são elas: a codificação, o armazenamento e a evocação de experiências e informações.

Muitos estudos vêm buscando compreender os mecanismos que estão por trás desta habilidade humana, visto que, ele envolve uma complexidade de recursos e estruturas cerebrais. A aquisição de novas informações e competências promove a flexibilidade cerebral, melhorando as funções cognitivas dos sujeitos que exercitam essa habilidade.

Normalmente, quando pensamos em perda de memória, a primeira coisa que vem às nossas mentes é a doença de Alzheimer, contudo, outros fatores podem estar interferindo nos processos cognitivos e, consequentemente, causando problemas na memória do indivíduo.

Nesse artigo, vamos discutir um pouco sobre os diferentes aspectos que podem estar por trás do desenvolvimento desses quadros, nesse contexto, é importante entender os tipos de perda de memória, suas causas e sintomas, além de suas formas de tratamento e de prevenção.

O que é a perda de memória?

A perda de memória é caracterizada pela dificuldade em armazenar e/ou evocar experiências relacionadas ao passado, desta forma, esse esquecimento pode estar associado a uma série de fatores. Além disso, nem todo esquecimento deve ser considerado patológico, isso vai depender dos aspectos que estão relacionados às manifestações dessas alterações. 

Ela pode ocorrer naturalmente durante o processo de envelhecimento, esse fenômeno é normal e esperado em pessoas com mais idade. Diferente dos esquecimentos associados a doenças degenerativas, a perda de memória decorrente da velhice não provoca graves alterações nas diferentes dimensões do sujeito, como por exemplo, mudanças cognitivas drásticas e alterações psicomotoras.

Tipos de perda de memória

Existem dois tipos de perda de funções cognitivas, como a memória que podem se manifestar nos sujeitos. O esquecimento fisiológico que é aquele que ocorre sem a presença de uma doença, diz respeito às falhas de memória que acontecem no dia a dia e que podem estar associadas a algum nível de esgotamento ou falta de atenção.

Já a perda de memória patológica, vem associada a outros problemas de ordem cognitiva e motora, além de trazer sérias implicações sociais e laborais para os sujeitos. Normalmente, esse tipo de falha na memória tem como causa a presença de doenças degenerativas como o Alzheimer. 

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Causas

Não existe um único fator que possa estar por trás do desenvolvimento de problemas relacionados com o processamento das memórias, por isso é importante investigar muito bem  as causas que podem estar provocando esse problema. 

A síndrome de Korsakoff, por exemplo, é um quadro que se manifesta em decorrência do consumo excessivo de bebida alcoólica que acaba levando a deficiência da vitamina B1, sendo essa, uma substância essencial para o bom funcionamento dos neurônios no cérebro. Como consequência desse quadro temos uma acentuada perda de memória, associada a outras repercussões motoras. 

A falta de atenção muitas vezes pode fazer com que a pessoa não consiga reter as informações que teve contato, logo, não representa necessariamente uma alteração patológica, mas é importante encontrar estratégias e modos de melhorar as habilidades de atenção e foco. 

Dormir pouco também pode levar a manifestação de déficits de memória. Ter uma rotina de sono adequada e satisfatória é essencial para que os processos cognitivos funcionem da maneira correta. Habilidades como a memória e o raciocínio demandam muita energia das funções cerebrais, logo, o descanso é extremamente importante para o bom funcionamento do indivíduo. 

Diversos transtornos mentais podem levar ao desenvolvimento de problemas na memória. A depressão e os transtornos ansiosos, por exemplo, alteram a maneira como os neurônios e os neurotransmissores cerebrais funcionam, podendo provocar diferentes implicações na capacidade de armazenamento e evocação. 

Além disso, a doença de Alzheimer é uma das principais patologias que pode levar ao desenvolvimento de alterações na memória, sendo esse, o principal sintoma presente neste tipo de demência. 

Como identificar?

Para identificar o tipo de perda de memória que o paciente apresenta, é importante ficar atento a alguns sintomas e sinais que serão utilizados para realizar o diagnóstico mais adequado. 

É importante descartar que diferentes problemas de saúde podem estar levando ao esquecimento, como tumores no cérebro ou hipotireoidismo. Dessa forma, o paciente deve procurar o tratamento adequado. 

A ajuda médica é essencial para entender o que está motivando a manifestação do esquecimento, ou seja, a partir da manifestação dos sintomas, o sujeito deve procurar a ajuda de um profissional da saúde para descobrir o que está motivando o quadro. 

Sintomas da perda de memória

Alguns sinais podem se manifestar e apontar para o desenvolvimento de um quadro de perda de memória. É importante que cuidadores e familiares fiquem atentos com o intuito de buscar ajuda o mais rápido possível. 

Esses sinais podem estar presentes tanto em quadros patológicos quanto nos fisiológicos, entre eles, temos: esquecer as etapas de realização de atividades do dia a dia, passar a perder objetos de maneira mais intensa, ter problemas para lembrar informações e cometer erros sucessivos por falta de atenção.

Perda de memória pós-covid

Durante a pandemia do coronavírus, vários sintomas e sequelas tornaram-se presentes na realidade da população mundial. Cerca de 50% dos pacientes manifestaram quadros de perda de memória.

Esses sintomas são decorrentes da capacidade que o vírus possui de atacar o sistema nervoso central, alterando o funcionamento do cérebro. Estudos apontam que a maioria dos sinais experimentados pelos pacientes dizem respeito a alterações leves, relacionadas com a realização de atividades rotineiras simples.

De toda forma, é importante procurar estratégias que possibilitem a reversão do quadro, ajudando os sujeitos a voltarem à normalidade da vida e dos processos cognitivos. 

Quando a perda de memória pode ser sinal da Doença de Alzheimer?

A principal diferença entre a perda de memória não patológica e a doença de Alzheimer é a maneira como a vida do paciente é afetada. O Alzheimer provoca sérias complicações cognitivas e físicas. Além disso, o esquecimento do Alzheimer é muito mais intenso que em outras alterações físicas ou mentais. 

Também é importante perceber se os episódios que estão ocorrendo são pontuais ou vem apresentando uma recorrência cada vez maior, nesse caso, é mais provável que tenhamos um quadro de alzheimer, tendo em vista que a doença apresenta essa característica neurodegenerativa impactando e trazendo danos incapacitantes cada vez maiores no paciente.

Indicação profissional

Buscar o melhor profissional para fazer o diagnóstico e o tratamento do quadro de perda de memória é extremamente importante. Como vimos, diferentes alterações podem trazer essa manifestação como sintoma, por isso, saber exatamente a origem e o tratamento correto é essencial para devolver a qualidade de vida aos pacientes. 

Neurologistas, psiquiatras, neuropsicólogos ou gerontologistas são os profissionais mais indicados para realizar o diagnóstico e o tratamento adequado das patologias que podem estar relacionadas com a manifestação deste sintoma.

Qual é o momento de pedir ajuda?

Normalmente, as pessoas demoram muito para buscar ajuda e isso dificulta o processo de tratamento. Além disso, é comum que só busquem ajuda profissional quando a vida do paciente já está muito afetada. Nesse sentido, familiares e cuidadores devem ficar atentos às manifestações que acontecem no sujeito.

O momento certo de pedir ajuda é quando o paciente começa a sofrer impactos na sua rotina de vida ou quando a perda de memória dificulta a realização das atividades laborais e acadêmicas, por exemplo.

Tratamentos para a perda de memória

Quando a perda de memória é causada pelo Alzheimer alguns medicamentos devem ser utilizados no tratamento, contribuindo para a melhora dos sintomas cognitivos.

Já a de origem fisiológica pode ser tratada de diferentes formas dependendo das causas que estão provocando esse dano cognitivo, por isso, é importante buscar o diagnóstico correto com o intuito de facilitar a busca pelo tratamento mais adequado. 

A realização de exercícios físicos, uma boa noite de sono e uma alimentação saudável constitui uma boa associação de hábitos que deve ser realizada para a promoção do desenvolvimento e manutenção das atividades cerebrais. Todas as atividades que geram a ativação da atividade neuronal são importantes para que os sintomas da perda de memória possam ser prevenidos ou minimizados.

A psicologia também pode trazer contribuições para o tratamento do esquecimento. Os neuropsicólogos vêm se dedicando cada vez mais ao estudo dos diferentes mecanismos que estão envolvidos no processamento da memória.

A importância da Família no processo de tratamento

Durante o tratamento de diferentes patologias o apoio familiar é extremamente importante para que os pacientes se sintam acolhidos, apoiados e motivados para dar continuidade ao tratamento. A perda de memória de uma pessoa próxima pode provocar sentimentos de impaciência nos familiares que convivem diariamente com essas pessoas.   

A família também deve procurar ajuda dos profissionais da saúde para entender melhor o quadro do parente e buscar estratégias para diminuir o estresse e a impaciência que podem ser provocados pelo adoecimento. 

Quando falamos especificamente dessa patologia provocada pela doença de Alzheimer precisamos entender que, os seus estágios vão demandar diferentes estratégias de intervenção e cuidado. No estágio inicial, a atenção dos familiares deve estar mais voltada para encontrar a melhor maneira de encarar o diagnóstico. 

Como o primeiro estágio ainda não apresenta uma perda acentuada da memória, assim como não há a manifestação de grandes alterações motora e cognitivas, a maior preocupação dos familiares deve ser voltada para os aspectos emocionais do paciente.

No segundo estágio ou fase moderada, é importante iniciar os cuidados mais acentuados nas dimensões do sujeito que começam a ter impactos mais intensos, fornecendo um ambiente de segurança que minimize as dificuldades enfrentadas após o diagnóstico e o avanço da doença.

No estágio avançado, o paciente passa a ser totalmente dependente dos cuidadores e familiares. A perda da autonomia é o aspecto do sujeito que fica mais fragilizado, trazendo sérias implicações emocionais. É importante que os parentes busquem alternativas fisioterápicas que possam contribuir para algum nível de autonomia do sujeito, mesmo esse processo sendo muito difícil.

Métodos de prevenção para a perda de memória

A utilização de estratégias de prevenção pode ajudar a retardar ou prevenir a manifestação de alguns tipos de perda de memória. Vale pontuar que, o esquecimento provocado pela doença de Alzheimer não tem cura, mas também pode ser beneficiado pela realização dos métodos preventivos.

Manter o cérebro sempre ativo é uma ferramenta de extrema importância na prevenção de patologias que podem acometer esse órgão tão essencial para a vida humana. Praticar a atividade de jogos que envolvam o raciocínio lógico ajuda a construir novas conexões entre os neurônios fortalecendo as estruturas cerebrais. 

Além disso, evitar o consumo de álcool e substâncias psicoativas, como a maconha, é importante, tendo em vista que, essas drogas provocam alterações no sistema nervoso central tornando as atividades cognitivas mais lentas e, consequentemente, trazendo prejuízos para a memória. 

Aprender um novo idioma também traz grandes benefícios cognitivos, ajudando no aprimoramento da memória. Além disso, podem atrasar o desenvolvimento de doenças como Alzheimer.

A internação é uma opção?

A internação pode ser uma opção em casos de perda de memória grave associada com outros efeitos físicos e motores ou quando os familiares não têm condições para cuidar do parente. 

Quando o sujeito passa a ter sérias implicações na sua capacidade de realizar atividades simples do dia a dia de maneira autônoma, mudanças comportamentais muito bruscas e dificuldade de alimentação, a família pode buscar ajuda em uma clínica que forneça o suporte necessário para o cuidado e bem estar dos pacientes.

Veja também: Conheça os principais sintomas de esquizofrenia e seu tratamento

Conclusão

Como vimos, diversas alterações podem levar a manifestação de perda de memória nos sujeitos. É importante ter em mente que nem todo esquecimento está relacionado com a doença de Alzheimer, diferente do que muitas pessoas acreditam.

Uma rede de apoio bem estruturada formada pela família, cuidadores e profissionais da saúde são aspectos essenciais para o andamento do tratamento. Além disso, o diagnóstico bem realizado pode diminuir o sofrimento vivido pelos pacientes, representando a cura de alguns tipos de esquecimento ou o controle e estabilização dos casos que não possuem cura. 

Além disso, buscar as informações corretas sobre os sintomas, as causas, os tipos e todos os mecanismos que estão por trás do esquecimento, são estratégias importantes para fornecer o apoio adequado às pessoas. 

A prevenção é uma atitude que deve ser utilizada por todos, logo, exercitar as atividades cerebrais e manter os processos cognitivos ativos é importante não apenas para evitar este tipo de patologia, mas também para a promoção da saúde e da qualidade de vida das pessoas.

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