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Crise de pânico: O que é, como identificar e tratar corretamente
Publicado em: 23 de setembro de 2022

Atualizado em: 11 de março de 2024

Crise de pânico: O que é, como identificar e tratar corretamente

Uma crise de pânico pode acontecer em qualquer lugar, a qualquer momento. O indivíduo pode se sentir aterrorizado e sobrecarregado, mesmo que não esteja em perigo.

O ataque de pânico é facilmente confundido com infarto por seus sintomas serem parecidos, como dor no peito, taquicardia, falta de ar, tremores e entre outros sintomas.

Além da similaridade com um ataque cardíaco, o ataque de pânico é também confundido com a síndrome do pânico e com a crise de ansiedade

Os episódios de ataque de pânico são marcados por crises de ansiedade quase inexplicável, as pessoas com este quadro geralmente permanecem preocupadas com medo de ataques recorrentes.Cerca de 35% das pessoas que têm parentes de primeiro grau com o ataque de pânico desenvolvem este  transtorno, 70% dos casos começam a se manifestar entre 20 e 35 anos, 71% dos pacientes são mulheres.

Além da similaridade com um ataque cardíaco, a crise de pânico é também confundida com a síndrome do pânico e com a crise de ansiedade, se está procurando entender a diferença entre eles e também como lidar com os sintomas da crise de pânico, fique atento nos tópicos a seguir.

O que é a crise de pânico 

A crise de pânico se caracteriza por um episódio de medo e ansiedade que acontece de repente, acompanhado de sintomas físicos e emocionais sem uma preocupação real.

Ou seja, apesar de não haver perigo ou iminência real, por algum fator externo a pessoa está convencida que algo pode e vai acontecer, entrando assim num estado de desespero, angústia e descontrole.

É importante ressaltar que a crise de pânico não é uma doença, tampouco um transtorno mental, o ataque de pânico por si só não pode categorizar nenhum desses quadros, mas sua frequência pode ser sinal de possíveis transtornos ansiosos como síndrome do pânico.

Conheça as principais causas da crise do pânico

principais causas crise do pânico

As causas das crises de pânico são múltiplas e podem estar relacionadas a situações específicas ou a fatores externos pontuais.

Um exemplo de situação específica é em relação de uma pessoa que possui uma fobia específica como a aracnofobia (aversão a aranhas) que ao se deparar com esse animal sua reação pode desencadear uma crise de pânico, devido a suas questões internas.

Sendo transtornos ansiosos, alguns transtornos depressivos, fobias, transtorno bipolar e outros transtornos do humor são os principais responsáveis por esse tipo de sintoma.

Aliado a isso temos questões de fatores ambientais, genéticos e comportamentais que podem originar crises de pânico naqueles que não são portadores de transtornos mentais.

Exemplos de fatores ambientais são: Traumas na infância, abuso sexual, abuso físico, uso de drogas, em especial o cigarro e drogas estimulantes, situações de saúde e/ou morte relacionadas a pessoas próximas.

A presença de pais ou parentes próximos com síndrome do pânico ou outros transtornos relacionados com ataques de pânico aumenta a chance de incidência de ataque de pânico na pessoa, assim como a presença de doenças respiratórias.

Por fim temos fatores de comportamentos individuais que podem facilitar que o ataque de pânico aconteça como:  ser uma pessoa ansiosa, estar com a autoestima baixa, possuir pensamentos negativos e comportamentos disfuncionais.

Leia também: Ansiedade e depressão: entenda os sintomas e as diferenças

Crise de pânico: Saiba como reconhecer os sinais

Se você se pergunta: como identificar um ataque de pânico? Quais os sintomas de uma crise de pânico? Fique atento, esse tópico tratará dessa questão.

Para ser configurado como uma crise de pânico o fenômeno em questão deve apresentar no mínimo quatro dos sintomas físicos e emocionais abaixo:

  • Sudorese (suor excessivo)
  • Medo da morte diante da situação
  • Tremores
  • Espasmos
  • Calafrios
  • Falta de ar
  • Sensação de asfixia
  • Náuseas
  • Diarreia
  • Agitação
  • Medo do descontrole
  • Sensações de estranhamento e irrealidade
  • Dor torácica
  • Formigamento
  • Taquicardia (batimento acelerado)
  • Desmaios

É comum que as pessoas que sofrem de ataque de pânico pensem que têm algum problema cardíaco ou neurológico, por conta dos sintomas que afligem órgãos internos como coração e cérebro.

Por conta de seu início rápido e os sintomas atingirem o pico em questão de minutos, é de difícil detecção médica, exceto pelo medo irracional presente.

Crise e síndrome do pânico: Entenda as diferenças

Como falei no início desse texto, confunde-se muito sobre o que de fato é crise de pânico e o que é a síndrome do pânico, apesar de estarem relacionadas elas não são iguais.

A crise de pânico é um evento que acontece de maneira repentina que pode ser desencadeado por um fator externo ou por conta de algum transtorno associado.

De maneira, que de modo rápido e breve a pessoa se sente com imensa angústia, medo e descontrole, sendo acompanhada por sintomas físicos e emocionais já citados, assim não sendo propriamente uma doença ou transtorno.

Já a síndrome do pânico, também chamada de transtorno do pânico é categorizada como um transtorno mental, sendo a crise de pânico um dos sintomas desse transtorno.

Sendo a presença de ataques de pânico de modo recorrente, acompanhados de um medo excessivo em relação a futuros ataques, apresentando também modificações do comportamento padrão para prevenir esses ataques, procurando evitar a todo custo situações que poderiam desencadear uma crise.

Assim, a crise é o evento isolado e a síndrome é o transtorno em si, que possui a crise de pânico como um de seus sintomas, possuindo uma frequência de crises de pânico muito maior do que aqueles que manifestaram a crise, mas não possuem a síndrome.

Principais tratamentos para crise de pânico

Quais seriam os possíveis tratamentos para crise de pânico? Uma vez que a crise de pânico é apenas um sintoma e não uma doença em si, algumas pessoas conseguem se recuperar sem um tratamento apropriado.

Os tratamentos são mais comuns nos casos quando as crises começam a se tornar mais frequentes podendo desencadear outros transtornos, como a já citada síndrome do pânico.

De todo modo é recomendado que você procure um médico para entender seu caso, não espere que a crise simplesmente suma, como você não sabe o que a está causando não saberá como melhorar.

No primeiro sinal dos sintomas associados à crise pânico procure a assistência médica, principalmente se as crises já se manifestaram outras vezes e continuam persistindo, inclusive atrapalhando sua convivência no trabalho, família e amigos.

Psicoterapias

Os diferentes tipos de psicoterapias, ajudam a se conectar melhor consigo mesmo e entender os motivos por trás das crises que vem lhe acometendo, assim como trabalhar essas questões para que deixem de provocam pensamentos e comportamentos disfuncionais.

Uma das táticas que mais tem eficácia contra ataques de pânico provenientes de fobia, é a exposição gradual, onde de forma gradual, sobre o controle de frequência de exposição e de tempo ao estímulo causador do medo e ansiedade.

A TCC (terapia cognitiva comportamental) também é ótima para esse tipo de situação, pois ensinará a modificar os pensamentos de base automática que inspiram o comportamento da crise.

Fazendo com que a pessoa não mais evite as situações causadoras de pânico, reconheça seus medos e que eles não possuem fundamento e a reagir de forma calma e lenta, retornando a autonomia da pessoa.

Medicamentos


O uso de medicamentos é mais comum quando as crises de pânico já evoluíram para outros transtornos, apesar de ser comum a diversos transtornos ansiosos e transtornos de humor, falarei sobre a síndrome do pânico.

A maior parte dos tratamentos de síndrome do pânico envolve o uso de ansiolíticos e antidepressivos, para controlar os sintomas e prevenir as crises diante das situações estressoras.

O tratamento por medicamento consegue reduzir e até parar completamente as crises de pânico, contudo é importante que mesmo nesses casos o paciente também esteja sendo acompanhado por psicoterapia.

Pois não pode não conseguir parar de se preocupar com as próximas crises e assim perpetuar outros sintomas, até que uma nova crise de pânico aconteça.

Leia também: O que é tarja preta e quais os riscos do uso indiscriminado?

Tratamentos complementares

Aliado às práticas de psicoterapia e uso de medicamentos em caso de necessidade, a prática de exercícios e atividades relaxantes pode ajudar no processo de estabilização dos sintomas e de reequilíbrio psíquico.

A prática de exercícios regulares não só ajuda a regular os hormônios ligados ao humor, reduzindo assim a ansiedade, como libera o estresse acumulado, ajudando a que você fique mais tranquilo e relaxado.

A prática de atividades como dança, yoga, pilates, musculação, ajuda não só pela prática de atividade física, mas também ajuda no controle da respiração, coisa que é bastante útil para prevenção de crises de pânico.

Crise de pânico e crise de ansiedade são a mesma coisa?

diferença entre crise de pânico e ansiedade

Embora muito parecidas e por vezes tratadas como sinônimos, a crise de ansiedade e a crise pânico não são o mesmo fenômeno, fazem parte de sintomas associados à ansiedade, mas possuem algumas diferenças, veja abaixo:

Tanto sua causa como sintomas são diferentes, primeiramente as crises de pânico costumam surgir de repente e seus sintomas em geral não duram muito tempo.

Já as crises de ansiedade costumam se intensificar a cada vez que acontecem e seus sintomas costumam durar muito mais tempo do que os ataques de pânico.

As crises de ansiedade costumam acontecer com alguma causa específica ao qual a pessoa se preocupa excessivamente com reações desproporcionais a ela, como vimos na crise de pânico não há motivo real para a inquietação e agitação da pessoa, muito embora o estímulo venha de algo externo.

O transtorno de ansiedade pode apresentar sintomas que a crise de pânico não apresenta, como: dores musculares, cansaço, perda de preocupação e irritabilidade.

Estou tendo crise de pânico? Saiba como proceder 

Muitos se perguntam se é possível morrer de um ataque de pânico, mas saiba que essa sensação vem do medo excessivo causado pelo ataque, você não vai morrer.

É possível prevenir que as crises de pânico aconteçam ou reduzir seus sintomas com ações simples, porém bastante eficazes.

Antes de entender como lidar com a crise, é preciso entender que não é bom que durante a crise tente realizar outras atividades ou fazer movimentos muito bruscos ou agitados, isso pode acabar agravando a situação.

Técnicas de respiração

técnicas de respiração

O mais importante nessa situação é não deixar que o pânico tome conta de você, para isso uma boa técnica de respiração pode lhe ajudar muito, a partir da respiração é possível controlar o fluxo sanguíneo e mental.

Alguns exemplos de técnicas de respiração são a respiração diafragmática, respiração quadrada, respiração alongada e o relaxamento progressivo.

A respiração diafragmática consiste em fechar os olhos enquanto em local confortável, estando deitado ou sentado e passar a focar apenas em sua respiração, colocando uma mão no peito e outra no abdômen.

Assim procure respirar lentamente se atentando e sentindo o movimento de seu corpo, focando especificamente em seu diafragma, após respirar, expire o ar pela boca, procure manter o ar até o pulmão e barriga estarem cheios e expire lentamente contando até 5. Reinicie o movimento até estar num estado de calmaria.

A técnica de respiração quadrada é uma técnica hindu, que consiste na realização de quatro processos pela mesma quantia de tempo.

Assim que começar a sua crise, procure respirar contando mentalmente até 4, mantenha esse ar novamente pelo mesmo tempo e expire contando mentalmente até 4, antes de voltar a respirar mantenha-se “sem ar” por esse mesmo tempo, antes de reiniciar.

A técnica de respiração alongada é simples, tudo que você faz é definir um tempo para seu processo de inspiração (puxar o ar), digamos que por 2 segundos e expirar sempre o dobro desse tempo, no caso aqui 4 segundos, sem necessidade de pausas.

A ideia do relaxamento progressivo é na medida em que você inspira e expira para ir contraindo e relaxando seus músculos da mesma forma, podendo alternar os grupos musculares que estão se contraindo e relaxando.

Embora sejam técnicas diferentes, elas servem para o mesmo propósito, a redução do fluxo sanguíneo para diminuição dos sintomas físicos e também reduzir a ansiedade daquele momento.

Veja um exemplo simples e guiado de respiração nesse vídeo:

Lembranças que trazem felicidade

A angústia é um sentimento comum durante um ataque de pânico, para controlá-la, lembre-se de locais que gosta de frequentar, ou lembranças felizes, que remetem à tranquilidade.

Isso fará com que a região do sistema límbico do cérebro libere substâncias prazerosas que combaterão as sensações ruins.

Se concentrar em um objetivo

A atenção em um determinado objeto ajudará, fixe seus olhos em um determinado elemento como, por exemplo, um vaso, até perceber que seus sentimentos estão se acalmando e o seu ataque de pânico começando a diminuir.

Peça ajuda 

Se você não estiver sozinho, peça ajuda, ter alguém capaz de lhe acalmar, de ajudar e falar com você, impede que o sintoma de descontrole chegue, assim como a pessoa também pode lhe ajudar a fazer técnicas de respirações ou lhe distrair.

De preferência procure não ficar muito tempo sozinho se já sofre de crises de pânico, apoie-se em alguém da família para lhe acompanhar quando precisar ou simplesmente procure ficar perto de seus amigos e deixá-los cientes.

IMPORTÂNCIA DO APOIO DE AMIGOS E FAMILIARES

A rede de apoio é extremamente importante uma vez que essas pessoas muitas vezes não conseguem manter o controle das fortes ansiedades que a acometem, precisando ser acolhidas, escutadas, até mesmo somente a presença de alguém que lhe remeta segurança já auxilia muito suas crises.

Além disso é com o apoio de amigos e familiares que o indivíduo é incentivado a procura de um tratamento adequado para sua angústia, assim com encorajamento o sujeito se sentirá menos discriminado, apoiado por aqueles que querem seu bem e incentivado a procurar ajuda. 

Papel do psicoterapeuta no tratamento e acompanhamento

Como foi dito anteriormente neste texto a psicoterapia é fundamental no tratamento para crise de pânico, sendo assim o psicoterapeuta que norteia o paciente tem um importante papel e uma importante missão para com seu paciente, mas qual o papel do psicoterapeuta?

É no psicoterapeuta que encontramos a função de acolhimento, sem julgamentos o mesmo está ali para proporcionar parar seu cliente um ambiente seguro no qual possa expressar seus medos, mas além disso irá ajudar o paciente a pensar sobre ele, suas origens, como ter controle de suas emoções, com a cooperação do indivíduo.

Sendo assim é no psicólogo onde será encontrado o profissional que ajudará o sujeito a sair de uma situação de descontrole para uma controlável, onde o mesmo poderá ser capaz de raciocinar sobre suas emoções, as motivações que a geram e o que pode fazer ao senti-las.

Conclusão

As crises de pânico são um problema infelizmente mais comum, muito por conta da vida cada vez mais acelerada e estressante, com menos tempo para reflexão e tudo isso deixa marcas, uma delas é a ansiedade e outra o pânico.

Agora que já conhece melhor, sobre os sintomas, sobre o que realmente significa uma crise de pânico e como ela pode lhe afetar, é importante que comece a tomar as ações preventivas para que ela não aconteça.

As crises de pânico são um problema, mas se prevenido e tratado não acarretará outros problemas, a questão se dá quando nada se faz e as crises tornam-se mais frequentes, dessa forma pode progredir para transtornos mentais.

Na presença dos sintomas anteriormente apresentados de crise de pânico, aliados a frequência desses fenômenos procure ajuda médica para que possa entender melhor o que lhe acontece e receber a ajuda necessária para o seu caso.

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