Recanto Clínica Hospitalar – Um lugar de reencontro!

Atendimento 24 horasLigue agora! 4007-2316

Passo a passo de como internar um paciente com transtorno mental: guia completo e humanizado

Atualmente, quando um familiar começa a apresentar sinais de sofrimento psíquico intenso — como crises emocionais, surtos, comportamento agressivo ou perda de contato com a realidade — é natural que a família se sinta perdida e assustada.

Nesse contexto, a ideia de internar um ente querido pode parecer extrema, mas, em muitos casos, representa um ato de amor, cuidado e proteção.

Diante disso, a internação psiquiátrica é um recurso terapêutico e temporário, que visa estabilizar o paciente, garantir sua segurança e oferecer o suporte médico e psicológico necessário para a recuperação. 

Apesar disso,no entanto, o processo de decidir e realizar a internação exige orientação adequada, sensibilidade e informação.

Neste guia, você vai entender passo a passo como internar um paciente com transtorno mental, de forma legal, ética e humanizada, preservando os direitos da pessoa e o vínculo afetivo da família.

Situações em que a internação se torna indispensável

Em muitos casos, nem toda crise emocional exige internação. Muitas vezes, o acompanhamento ambulatorial, a psicoterapia e o uso de medicação são suficientes. Entretanto, existem situações em que o risco é tão elevado que a internação se torna indispensável para preservar a vida e promover o cuidado.

Riscos à vida e à integridade do paciente

Principais sinais de que a internação pode ser necessária:

  • Ideação ou tentativa de suicídio;
  • Comportamento agressivo, violento ou desorganizado;
  • Alucinações, delírios ou perda de contato com a realidade;
  • Negligência grave com a própria higiene e alimentação;
  • Uso abusivo de álcool ou drogas com risco de overdose;
  • Recusa persistente em seguir tratamento ambulatorial.

Dessa forma, esses sinais indicam que a pessoa não tem condições de cuidar de si mesma e precisa de acompanhamento médico intensivo. Visto isso, a internação, nesses casos, tem como objetivo proteger o paciente e oferecer condições para sua estabilização — nunca punir ou isolar.

Nesse sentido, conforme destacado no Projeto Terapêutico de Saúde Mental e Dependência Química do Grupo Recanto, o tratamento deve sempre seguir o modelo biopsicossocial, ou seja, cuidar da mente, do corpo e das relações sociais do indivíduo.

Tipos de internação psiquiátrica no Brasil

De acordo com a legislação brasileira, temos três modalidades de internação psiquiátrica: voluntária, involuntária e compulsória. Ou seja, cada uma delas atende a uma situação específica e deve ser sempre indicada por um médico.

Internação voluntária

Em primeiro lugar, acontece quando o próprio paciente reconhece a necessidade de tratamento e consente com a internação. Esse é o cenário ideal, pois permite que o tratamento comece com colaboração ativa e consciência do processo terapêutico.

Por isso, o paciente assina um termo de consentimento, e a equipe médica define o plano de cuidados, que inclui acompanhamento psiquiátrico, psicoterapia, atividades terapêuticas e apoio familiar.

Internação involuntária

É indicada quando o paciente não reconhece seu estado ou recusa tratamento, mas apresenta risco para si mesmo ou para outras pessoas. Nesses casos, o pedido pode ser feito por um familiar, tutor ou responsável legal, com laudo médico que comprove a necessidade.

Por outro lado, a internação involuntária deve ser comunicada ao Ministério Público em até 72 horas, conforme determina a Lei nº 10.216/2001, que regula os direitos das pessoas com transtornos mentais.

Nesse contexto, essa modalidade exige um cuidado redobrado com a ética e o acolhimento, para evitar que o paciente se sinta punido ou privado de liberdade injustamente. O Grupo Recanto, por exemplo, adota protocolos humanizados e equipe especializada para garantir o respeito e a dignidade de todos os envolvidos.

Internação compulsória

Em situações específicas, acontece quando há ordem judicial, geralmente após parecer médico e solicitação de autoridades competentes. Essa é uma medida extrema, usada em situações de risco social, como surtos em via pública ou reincidência de comportamentos perigosos.

Mesmo nesse caso, o tratamento deve priorizar a saúde, o respeito e a recuperação do paciente.

Passo a passo de como internar um paciente com transtorno mental

Inicialmente, internar um ente querido é um processo delicado. A seguir, apresentamos um guia prático e detalhado para que a família compreenda todas as etapas e aja com segurança e empatia.

Reconhecer a necessidade de ajuda profissional

O primeiro passo é aceitar que a família não precisa enfrentar sozinha a situação. Crises psiquiátricas exigem avaliação médica e abordagem técnica.

Por esse motivo, procure um psiquiatra, psicólogo ou pronto atendimento de saúde mental para uma avaliação. Isso porque somente o profissional poderá indicar se há necessidade de internação e qual o melhor tipo de tratamento.

Alguns sinais que indicam urgência:

  • O paciente ameaça ou tenta se machucar;
  • Demonstra delírios, confusão mental ou agressividade;
  • Apresenta uso contínuo e descontrolado de drogas;
  • Está em surto psicótico ou completamente desorganizado.

Por isso, a avaliação profissional é o ponto de partida para qualquer decisão ética e segura.

Buscar uma clínica especializada em saúde mental

É visível que nem toda instituição tem estrutura adequada para acolher pacientes psiquiátricos. Por isso, procure clínicas especializadas, com equipe multiprofissional e licenciamento sanitário.

Entre alguns dos critérios importantes na escolha, estão:

  • Registro no Conselho Regional de Medicina e Vigilância Sanitária;
  • Presença de psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais e enfermeiros 24h;
  • Estrutura segura, acolhedora e adaptada;
  • Programas de tratamento individualizados.

Nesse contexto, o Grupo Recanto, por exemplo, atua desde 2008 com estrutura hospitalar completa e equipe capacitada para acolher pacientes voluntários, involuntários e compulsórios. Visto isso, sua Unidade Hospitalar de Crise e Estabilização garante acompanhamento integral e humanizado.

Realizar a avaliação e triagem médica

Após o primeiro contato com a clínica, o paciente será submetido a uma avaliação médica e psicológica. Nessa etapa, são analisados aspectos físicos, emocionais e sociais, para definir o projeto terapêutico individual (PTI).

Visto isso, esse plano abrange:

  • Diagnóstico clínico e psiquiátrico;
  • Definição do tipo de internação;
  • Estratégias terapêuticas (psicoterapia, grupos, medicação, atividades ocupacionais);
  • Envolvimento da família.

Posteriormente, a triagem é essencial para garantir que o tratamento seja adequado às necessidades e à história de vida do paciente

Definir o tipo de internação

Com base na avaliação, o médico definirá se a internação será voluntária, involuntária ou compulsória.

Entre os documentos necessários:

  • Documento de identidade e CPF do paciente e do responsável;
  • Comprovante de residência;
  • Laudo médico indicando a necessidade de internação;
  • Termo de consentimento (no caso de internação voluntária);
  • Pedido formal do familiar (para internação involuntária);
  • Ordem judicial (para internação compulsória).

Lembrando que a internação involuntária só pode ser feita por decisão médica, e nunca por vontade exclusiva da família. Pos isso, o profissional precisa justificar a medida e comunicar às autoridades competentes.

Organizar o deslocamento e o acolhimento

Essa é uma das fases mais delicadas do processo. Muitas vezes, o paciente se encontra em estado de confusão, resistência ou medo, o que exige um acolhimento sensível e profissional.

A partir disso, clínicas especializadas contam com equipes de resgate humanizado, treinadas para realizar o transporte com segurança, sem o uso de força física desnecessária ou humilhações. Visto isso, o objetivo é preservar a integridade e o respeito do paciente.

Ao chegar à clínica, o paciente passa por uma triagem física e emocional, e é acolhido em ambiente seguro e tranquilo.

Acompanhar o tratamento multidisciplinar

Durante a internação, o paciente é acompanhado por uma equipe completa, que pode incluir:

  • Psiquiatras e psicólogos;
  • Terapeutas ocupacionais;
  • Enfermeiros e técnicos de enfermagem;
  • Educadores físicos e terapeutas complementares;
  • Assistentes sociais.

Logo, o foco é promover a estabilização clínica, o resgate da autonomia e o fortalecimento emocional. As atividades terapêuticas podem incluir psicoterapia individual, grupos de apoio, arteterapia, práticas integrativas e atendimento familiar.

Conforme apontado no livro Psicoterapias: Abordagens Atuais (Cordioli & Grevet, 2019), a combinação de terapias médicas e psicossociais é a base do sucesso do tratamento em saúde mental.

Participar ativamente do processo

No contexto familiar, a família tem papel fundamental na recuperação. Mesmo durante a internação, é essencial manter o vínculo afetivo, participar de reuniões, visitas e grupos de apoio.

O envolvimento familiar ajuda o paciente a:

  • Sentir-se acolhido e amado;
  • Aumentar a adesão ao tratamento;
  • Construir uma rede de suporte para a alta.

Nesse contexto, a equipe do Grupo Recanto oferece orientação constante aos familiares, preparando-os para lidar com os desafios emocionais e práticos que acompanham a internação e a reinserção social.

Preparar a reinserção social e a alta terapêutica

Por último, a alta não representa o fim do tratamento, mas o início de uma nova fase. Após a estabilização clínica, o paciente deve continuar com acompanhamento ambulatorial e psicoterapêutico.

O processo de reintegração envolve:

  • Retorno gradual às atividades cotidianas;
  • Acompanhamento médico e psicológico;
  • Participação em grupos de apoio (como Alcoólicos Anônimos e Narcóticos Anônimos);
  • Fortalecimento da rede familiar e social.

O Grupo Recanto adota uma abordagem contínua, garantindo suporte após a alta e prevenindo recaídas.

O que diz a Lei sobre internação psiquiátrica

De acordo com a Legislação Brasileira, a Lei nº 10.216/2001, conhecida como Lei da Reforma Psiquiátrica, estabelece os direitos das pessoas com transtornos mentais e regula as modalidades de internação no Brasil.

Principais pontos da lei:

  • A internação só deve ocorrer quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes;
  • O paciente tem direito a tratamento digno, humanizado e respeitoso;
  • A internação involuntária deve ser comunicada ao Ministério Público em até 72 horas;
  • A alta deve ocorrer assim que houver condições clínicas para o retorno ao convívio social.

A lei busca equilibrar a necessidade de cuidado com a garantia dos direitos humanos, evitando abusos e internações desnecessárias.

Aspectos éticos e humanos do processo

É importante lembrar, que, internar alguém é uma decisão difícil. É comum que a família sinta culpa, medo ou dúvida. Por isso, é importante lembrar: internar não é punir — é cuidar.

Considere que um paciente em sofrimento psíquico grave muitas vezes não tem consciência da própria condição, e resistir ao tratamento é parte do transtorno. Nesse sentido, o ato de internar é uma manifestação de amor e responsabilidade, não de abandono.

Nesse contexto, o Grupo Recanto segue uma filosofia baseada na dignidade humana, priorizando o acolhimento, o respeito e a empatia. Cada paciente é visto como um ser integral, com história, sentimentos e potencial de recuperação.

Fale com nossa equipe

Quanto tempo dura uma internação?

Conforme abordado, a duração da internação varia conforme o diagnóstico e a resposta ao tratamento. Em média, os períodos podem durar:

  • Curto prazo (7 a 30 dias) — para estabilização de crises agudas;
  • Médio prazo (30 a 90 dias) — para tratamento intensivo e reabilitação emocional;
  • Longo prazo (acima de 90 dias) — em casos complexos, como transtornos psicóticos crônicos.

Durante todo o processo, o paciente é reavaliado periodicamente, e a família é informada sobre o progresso e as perspectivas de alta.

Como ajudar um familiar durante o processo

Por fim, a internação pode gerar ansiedade e dúvidas na família. Aqui estão algumas orientações práticas:

  1. Mantenha o contato com a equipe médica.
    Faça perguntas, participe das reuniões e busque compreender o plano terapêutico.
  2. Evite julgamentos.
    O transtorno mental é uma doença, não uma escolha.
  3. Demonstre amor e paciência.
    Cartas, visitas e palavras de apoio têm impacto positivo na recuperação.
  4. Cuide também da sua saúde emocional.
    Busque grupos de apoio familiar e psicoterapia, se possível.

Mitos e verdades sobre a internação psiquiátrica

Frequentemente, a internação psiquiátrica ainda é cercada por muitos mitos que geram medo e preconceito. Grande parte dessas crenças vem da falta de informação e de experiências negativas do passado, quando o tratamento em saúde mental era mais excludente. 

Hoje, no entanto, a realidade é completamente diferente. As clínicas especializadas seguem princípios éticos, humanizados e legalmente amparados, priorizando sempre o bem-estar do paciente.

Mito: Internar é um ato de abandono

Um dos mitos mais comuns é acreditar que internar alguém é um ato de abandono. Na verdade, é exatamente o oposto. A internação representa um gesto de cuidado e de amor, adotado em momentos em que a pessoa não consegue cuidar de si mesma e precisa de suporte intensivo para preservar sua vida e sua saúde. 

Mito: O paciente perde seus direitos

Outro equívoco recorrente é pensar que o paciente perde seus direitos durante a internação. Consideramos a ótica da legislação brasileira, garante todos os direitos civis e humanos da pessoa internada, assegurando tratamento digno, respeito à integridade física e emocional e acompanhamento familiar sempre que possível.

Mito: A internação é definitiva

Também é falso acreditar que a internação é definitiva ou que o paciente ficará “para sempre” na clínica. Toda internação tem caráter temporário e terapêutico, e o tempo de permanência é determinado de acordo com a evolução clínica do paciente.

Assim que ele apresenta condições de retomar o convívio social de forma segura, a alta é indicada pela equipe médica. 

Outro ponto relevante é que, outro mito importante a ser desfeito é a ideia de que “só quem é louco precisa ser internado”. Em conclusão, qualquer pessoa, em determinado momento da vida, pode vivenciar uma crise emocional, um surto psicótico ou uma situação de risco que exija cuidados intensivos. 

Fica visível que isso não define quem ela é, apenas demonstra que está atravessando uma fase de sofrimento que requer atenção profissional.

Mito: Clínicas psiquiátricas são ambientes punitivos

Por fim, há quem acredite que as clínicas psiquiátricas são ambientes frios, punitivos e isoladores, mas essa visão é ultrapassada. As instituições modernas trabalham com acolhimento humanizado, terapias integradas, atendimento multiprofissional e envolvimento familiar constante

O foco é sempre a recuperação, a reintegração social e o resgate da qualidade de vida. Com informação e empatia, é possível compreender que a internação não é um castigo, e sim uma oportunidade real de recomeço para quem sofre com transtornos mentais.

Conhece alguém ou está precisando de ajuda?

Conclusão: Internar é um ato de amor e coragem

Diante de tudo isso, decidir pela internação de um ente querido é uma das decisões mais difíceis que uma família pode enfrentar. Mas, ao contrário do que muitos pensam, internar é um gesto de cuidado, proteção e esperança.

Visto isso, com acompanhamento médico, equipe especializada e apoio familiar, a pessoa pode retomar o equilíbrio emocional e reconstruir sua vida.

Assim, no Grupo Recanto, acreditamos que cada paciente merece um novo começo — com respeito, dignidade e amor Se você está passando por uma situação difícil com alguém que ama, não enfrente isso sozinho.

Entre em contato com o Grupo Recanto, referência em saúde mental e dependência química no Brasil. Nossa equipe está pronta para oferecer orientação, acolhimento e tratamento especializado, com todo o cuidado que a sua família merece.

NÓS LIGAMOS PARA VOCÊ

Fabrício Selbmann é psicanalista, palestrante sobre Dependência Química e diretor da Recanto Clínica Hospitalar – rede de três clínicas de tratamento para dependência química e saúde mental, referência no Norte e Nordeste nesse segmento.

Especialista em DependênciaQuímica pela UNIFESP, pós-graduado em Filosofia | Neurociências | Psicanalise pela PUC-RS, além de especialização na Europa sobre o modelo de tratamento Terapia Racional Emotiva (Minessota).

Posts Recentes