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Binge Drinking: entenda o que é e os riscos
Publicado em: 13 de dezembro de 2022

Atualizado em: 02 de janeiro de 2024

Binge Drinking: entenda o que é e os riscos

O álcool é uma das substâncias químicas mais usadas do planeta, uma vez que é vendida por meios legais em vários países do mundo, sendo assim, seu consumo abusivo pode trazer grandes sequelas à saúde, como por exemplo a dependência química.

Segundo os dados da Organização mundial de saúde (OMS), 3 milhões de mortes por ano são causadas pelo alcoolismo no mundo. Desta forma, o álcool é uma das substâncias mais usadas no país por jovens e se estende pelas faixas etárias, causando grandes riscos ao organismo humano antes mesmo da vida adulta.

O consumo impróprio dessa substância, também conhecida como binge drinking, pode causar várias doenças fisiológicas, deterioramento neurológico e neuroquímico, tendo também um potencial psicotrópico podendo despertar a psicose, além de outros problemas psicológicos.  

Binge Drinking: o que é?

A palavra Binge vem da língua inglesa que significa excesso de algo, e drinking significa beber. Neste contexto, o binge drinking tem um conceito de beber em excesso.

O Binge drinking pode configurar a alta quantidade de concentração de álcool no sangue através do alto consumo de bebidas alcoólicas. 

No lado comparativo é como se um homem bebesse em duas horas de cinco ou mais doses ou uma mulher consumisse quatro doses ou mais, vindo a deixar no sangue uma concentração de álcool de 0,08%, ou até mesmo ultrapassar essa porcentagem.

De onde surgiu esse termo?

O termo binge ou binge drinking foi criado pela OMS para designar o ato de beber em alta quantidade em um curto período de tempo.

Binge drinking: quais os principais riscos?

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É indiscutível que beber em excesso causa grandes males para a saúde, juntamente com isso é importante informar quais os riscos que a prática do binge drinking pode causar diante da grande quantidade de consumo dessas bebidas alcoólicas.

Reações imediatas

O binge drinking pode causar rápidas reações, uma vez que a alta concentração de álcool acaba por passar pelo organismo, levando em média cerca de 6 minutos para fazer o seu efeito.

Perda de coordenação motora

O álcool tem propriedades em sua composição que fazem com que a sua alta concentração afete nossos neurotransmissores, os anestesiando e afetando diferentes áreas do cérebro. 

Esse efeito acaba fazendo com que o indivíduo perca o controle da coordenação motora, não conseguindo segurar objetos com firmeza, reduzindo seus reflexos e até mesmo com dificuldade para ficar de pé.

Tontura

Ao afetar diferentes áreas do cérebro, o álcool também pode causar tontura, pois com a falta da coordenação motora se vem a dificuldade de se permanecer de pé, junto também com a visão turva, a tontura passa a ser bem recorrente como um dos efeitos do binge drinking.

Enjoo

A bebida alcoólica assim como outras substâncias químicas, possui uma grande toxicidade, ao beber muito álcool, com os efeitos do binge drinking, o organismo sente a alta concentração desse composto. Sendo assim, o que o corpo considera ruim, ele tende a expulsar de alguma forma.

O enjoo se refere a essa resposta do organismo para que a substância seja expulsa do corpo, com isso, alguns sintomas também vem juntamente com ele, como a tontura, o aumento da sensibilidade sonora e a visão turva que também são fatores que acarretam essa reação de enjoo no organismo.

Decisões impulsivas

Uma das propriedades mais perigosas do álcool são as decisões impulsivas, uma vez que as bebidas conseguem ter propriedades químicas que conseguem penetrar no cérebro, fazendo com que algumas áreas deste órgão sejam afetadas, sofrendo algumas mudanças químicas,  e uma das áreas afetadas é o córtex medial frontal. 

Sendo assim, essa substância acaba por alterar a capacidade da tomada de decisão, além de afetar as amígdalas cerebrais que são responsáveis pelas reações emocionais do indivíduo perante alguma situação específica.

Consequências a longo prazo

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A bebida alcoólica não somente pode causar malefícios a curto prazo, mas também a longo prazo. O binge drinking também pode levar a doenças gravíssimas que debilitam o organismo a longo prazo, podendo causar uma vida de grande sofrimento para o dependente dessa substância.

Dependência

As bebidas alcoólicas também estão ligadas ao prazer, consumir essa bebida, traz uma inibição por conta das suas influências no cérebro, vindo disso a falsa sensação de felicidade é viciante, principalmente quando o usuário sente que precisa daquela substância para ficar mais alegre, desinibido e comunicativo, achando que são benefícios da substância.

Diante disso, o sujeito tem um alto potencial de se tornar dependente e praticar o binge drinking, uma vez que em sua idealização, ele acredita que seu comportamento quando está sob o efeito da substância é melhor do que ele sóbrio. 

Doenças no fígado

Além da dependência, o binge drinking também é capaz de causar muitas enfermidades físicas. 

O fígado é o órgão responsável por filtrar nosso sangue, ele lida com os componentes tóxicos que estão presentes nele, mas, até nosso órgão tem limites, desta forma, como o álcool é um produto altamente tóxico, este órgão por sua vez não consegue filtrar a grande quantidade de toxicidade que se encontra presente no sangue de uma pessoa que consumiu essa substância.

Lesões cerebrais

Ao beber o álcool, e sua concentração ficar alta no corpo, ele percorre todo nosso organismo, gerando prejuízos em cada órgão que passa, podendo causar doenças no fígado e problemas circulatórios, inclusive lesões cerebrais.

Por conta de suas capacidades psicotrópicas, o álcool causa grande mudança no funcionamento dos neurotransmissores, atacando o órgão central, o cérebro. Na prática do binge drinking, a substância advinda dessa substância, é capaz de causar lesões em certas partes do cérebro que podem ocasionar, por exemplo, dependência química e visão turva, além de doenças psicóticas como esquizofrenia e transtornos como depressão.

Doenças cardiovasculares

O uso de álcool é maléfico para diversos órgãos do corpo humano e as doenças cardiovasculares, representam uma das principais. O binge drinking  pode causar enfermidades cardíacas como a hipertensão, miocárdica, fibrilação atrial, entre outros. Desta forma, doenças como essas também precisam de tratamento, e pode estar atrelada ao sujeito pelo resto da sua vida.

Câncer

A alta toxicidade do álcool, pode causar grandes prejuízos à saúde do indivíduo,  tanto com doenças menos graves, até mesmo nos levar a ter doenças de níveis terminais. As substâncias que se encontram presentes na bebida, percorrem todo o corpo deixando por onde passam sequelas ou alterações que podem causar potenciais doenças graves. Com isso, o câncer pode acometer diferentes áreas e funções do corpo, podendo gerar problemas no fígado, problemas cardiovasculares e até mesmo lesões cerebrais, entre muitos outros.  

Com isso, uma das mais avassaladoras e nocivas doenças causadas pela bebida alcoólica é o câncer, causando graves enfermidades no paciente, podendo resultar no fim de sua vida. Beber em altas quantidades, sem ter controle do consumo da substância aumenta a concentração do álcool no sangue, levando o sangue ácido para diversas partes do corpo podendo causar lesões, que muitas vezes não possuem chance de cura se o consumo frequente continuar.

A partir da detecção do câncer é necessário que o usuário pare imediatamente de beber, para que o mesmo possa começar o processo de recuperação, pois, o quadro pode ser controlado e receber o devido tratamento, caso seja detectado rapidamente.

UM OLHAR SOCIOLÓGICO: PORQUE ENTRAMOS NESSE ESTADO 

A sociedade contemporânea frequentemente se depara com a presença onipresente do álcool em suas interações sociais, uma dinâmica que pode ser caracterizada por um apelo irresistível. Muitos indivíduos, em face da pressão social, cedem à necessidade de participar de eventos como happy hours ou festas, nos quais o consumo de álcool é comum. Esse fenômeno se tornou praticamente um pré-requisito para a diversão em muitos círculos sociais.

É imperativo reconhecer a influência insidiosa exercida pelos meios de comunicação e pela cultura popular nesse contexto. A constante exposição a propagandas glamourizadas de bebidas alcoólicas contribui para a percepção de que o ato de beber é sinônimo de elegância, emoção e até mesmo um rito de passagem. No entanto, é crucial questionar e repensar essa narrativa.

A relação que estabelecemos com o álcool frequentemente revela características de toxicidade, sendo a negação uma resposta comum diante desse problema. A negação, um mecanismo de defesa complexo, muitas vezes se manifesta na recusa em reconhecer o consumo excessivo de álcool. Expressões como “Eu? Beber demais? Jamais! Apenas em situações de estresse, celebração ou nos finais de semana” são exemplos desse comportamento de negação, que precisa ser enfrentado.

É indiscutível que a influência externa desempenha um papel significativo nesse ciclo vicioso, no qual o consumo de álcool se torna tanto uma forma de socialização quanto uma razão para socializar. Contudo, é crucial aceitar a responsabilidade individual e coletiva, reconhecendo que somos parte integrante desse problema.

Ao tomar consciência dessa realidade e admitir nossas falhas, estamos preparados para dar o primeiro passo em direção a uma mudança necessária em relação à nossa percepção e consumo de álcool. A busca por desvincular nossa vida social dessa companhia persistente e indesejada torna-se um objetivo plausível, uma vez que nos comprometemos a reavaliar e reformular nossa abordagem em relação ao álcool.

Binge drinking: quando é o momento de pedir ajuda?

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Quando o binge drinking faz parte da sua vida, o alcoólico muitas vezes já se encontra dentro de um processo de dependência agravado e não consegue se desvencilhar tão facilmente do seu vício e muito menos limitar seu consumo.

A partir disso, é importante ficar atento ao comportamento do sujeito diante do consumo de bebidas alcoólicas, caso seu comportamento indicar uma certa dependência, irritabilidade ou falta de controle, se faz importante sinalizar para o indivíduo que sua dependência existe e está prejudicando não somente a ele, mas também, a todos ao seu redor. 

Quando se torna incontrolável, acaba gerando um risco para todos, é nesse momento que a pessoa precisa de um auxílio de pessoas que possam ajudar. A internação voluntária, por exemplo, acontece quando o paciente tem consciência de que precisa de ajuda e procura por espontânea vontade realizar um tratamento

Já na involuntária ocorre quando a pessoa não reconhece os prejuízos do consumo exacerbado da bebida, e mesmo assim acontece a sua internação, para que receba o tratamento adequado que o auxilie em seu processo de recuperação. 

Caso o sujeito represente um risco para a sociedade, ou cometer crimes devido ao consumo abusivo do álcool, é possível que seus familiares de primeiro grau peçam ajuda à justiça para que sua internação seja compulsória por ordem judicial.

Você pode pedir ajuda a clínicas especializadas que conseguem lidar com pessoas em estado de dependência, como o Grupo Recanto que é reconhecida tanto no ramo da dependência química de álcool e outras drogas, como na saúde mental.

Abstinência

A abstinência faz parte de um processo orgânico sentido pelo dependente químico, que acontece quando a pessoa  não está consumindo a substância causadora de sua dependência, o que gera sintomas desagradáveis. É importante notar como o sujeito se comporta quando está em abstinência, pois a partir da visão desse comportamento, se terá noção da gravidade.

A abstinência traz à tona sentimentos incontroláveis que muitas vezes o indivíduo expressa através de seus comportamentos, podendo assim ficar muitas vezes agressivo, com uma alta irritabilidade, com tremores, vômitos e enjoos, entre outros sintomas.

Com esses comportamentos que acontecem juntamente com o binge drinking, o usuário pode se tornar uma pessoa diferente da que era antes, tornando-se muitas vezes irreconhecível. Com isso, problemas financeiros, por exemplo, podem ocorrer para que se tenha dinheiro para manter o consumo da substância. 

Perda de capacidade cognitiva

A capacidade cognitiva é a habilidade que cada ser humano possui de modo individual, de interpretar os estímulos que acontecem tanto no ambiente, quanto com ele próprio, para que se tome decisões sobre o comportamento.

O álcool, como dito antes, afeta diretamente o cérebro e quanto maior seu consumo, maior é sua nocividade, em um dependente que realiza a prática do binge drinking recorrentemente o risco da perda de suas capacidade cognitivas é muito maior. 

Essa perda consiste na falta de capacidade de interpretação, onde o dependente começa a agir conforme o uso da substância causadora de seu vício, sem refletir sobre suas atitudes e comportamentos. Seu comportamento começa a ser mais instintivo e caso não consiga o que quer seu potencial agressivo é aumentado. Desta forma, a pessoa pode perder cada vez mais a sua capacidade cognitiva, não sabendo interpretar estímulos, mas, somente sentir e agir de modo impulsivo. 

Quando o indivíduo é incapaz de compreender o processo em que está vivendo, é imprescindível a procura de ajuda para que dentro da recuperação sua capacidade de cognição seja resgatada através do tratamento mais adequado para  seu caso.  

Irritabilidade

A irritabilidade também é um processo que pode ocorrer, pois, esse comportamento, pode acarretar também a agressividade, podendo lesionar não somente o próprio usuário quando há risco de entrar em brigas, mas também, outras pessoas próximas a ele.

Neste comportamento são comuns agressões por parte do usuário que fica irritado facilmente, pois, não aceita sua condição, ou até mesmo a opinião dos outros sobre seu vício. Caso a irritabilidade chegue a grandes níveis, a resposta pode ser agressões, tanto físicas, quanto verbais. 

Caso o dependente represente esse risco, a ajuda deve ser pedida rapidamente. A irritabilidade é muito instável, podendo resultar em ocorrências irreversíveis, ao pedir essa ajuda o dependente poderá ser encaminhado para sua recuperação livrando sua família de futuros riscos.   

Conclusão

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A atitude de beber excessivamente, chamado binge drinking, traz grandes riscos para a saúde, uma vez que esse produto tóxico pode causar com suas propriedades, danos quase irreversíveis para o organismo tanto na área física, como na área psicológica.

O dependente que se encontra nesse estado precisa de ajuda e por conta disso, ele pode apresentar riscos a si mesmo, podendo gerar doenças a longo prazo, como lesões em órgãos vitais como fígado, cérebro, além de doenças cardiovasculares e câncer, alterando o seu comportamento em vários aspectos.

O usuário pode apresentar emoções e comportamentos altamente compulsivos, dentro do processo da abstinência. Diante disso, uma perda de cognição pode causar uma falta de reflexão do paciente fazendo com que tome atitudes que podem piorar sua saúde, pois ele terá dificuldades de obter um pensamento crítico sobre suas atitudes. Além da irritabilidade que pode causar riscos iminentes de agressão, a saúde tanto física, quanto mental do indivíduo, também pode estar comprometida, gerando sofrimento aos seus familiares e a si próprio. 

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