Introdução
O transtorno de personalidade dependente (TPD) é uma condição psicológica que costuma surgir na adultez e que afeta significativamente a maneira como uma pessoa pensa, se sente e se comporta.
Indivíduos com esse tipo de transtorno de personalidade tendem a ser excessivamente dependentes dos outros para orientação e decisões, muitas vezes colocando as necessidades dos outros acima das suas próprias.
Essa dependência pode prejudicar profundamente a vida diária e os relacionamentos pessoais, tendo em vista que esse transtorno é marcado pela necessidade demasiada de ser cuidado por outras pessoas.
Neste artigo, exploraremos as características do transtorno de personalidade dependente, suas causas prováveis, como é feito o diagnóstico e as opções de tratamento disponíveis.

O que é transtorno de personalidade dependente?
De acordo com o DSM-5, o transtorno de personalidade dependente (TPD) é um transtorno de personalidade marcado por comportamento submisso e por uma necessidade excessiva de cuidado, proteção e validação por outras pessoas.
Indivíduos com transtorno de personalidade dependente frequentemente exibem dificuldades para tomar decisões, o que pode levar a desafios significativos na vida pessoal e profissional.
O transtorno de personalidade dependente é borderline?
Muitos pacientes que apresentam o transtorno de personalidade dependente podem ter, conjuntamente, transtornos depressivos (transtorno depressivo persistente), ansiosos e outros tipos de transtorno de personalidade, como no próprio caso do transtorno de personalidade borderline.
Esses tipos de transtornos de personalidade se diferenciam no que se concerne a várias características e sintomas específicos, tendo em vista que eles envolvem características emocionais, comportamentais e aspectos orgânicos.
No caso do transtorno de personalidade dependente (TPD), os indivíduos apresentam um padrão dominante de comportamento submisso e pegajoso, juntamente com uma necessidade excessiva de ser cuidado.
Eles frequentemente têm dificuldade em tomar decisões sem um nível excessivo de conselhos e garantias de outras pessoas, e podem se sentir desconfortáveis ou desamparados quando estão sozinhos.
Por outro lado, o transtorno de personalidade borderline (TPB) é caracterizado por um padrão persistente de instabilidade nos relacionamentos interpessoais, na autoimagem e nos afetos, juntamente com impulsividade acentuada.
Pessoas com TPB podem apresentar esforços frenéticos para evitar um abandono real ou imaginado, uma instabilidade emocional significativa, sentimentos crônicos de vazio, e comportamentos autodestrutivos ou autolesivos.
Apesar de que ambos os transtornos possam compartilhar algumas características, como a presença de ansiedade e depressão, suas origens e manifestações principais são distintas.
Por outro lado, o transtorno de personalidade dependente se caracteriza pela subordinação e necessidade excessiva de apoio. Nesse sentido, o transtorno de personalidade borderline envolve instabilidade emocional, dificuldade de identidade e relações intensas e instáveis.
Quais são os sinais e sintomas do transtorno de personalidade dependente?
A partir da vivência dessas pessoas que manifestam esse transtorno de personalidade, somos capazes de analisar alguns sinais e sintomas, focando em sentimentos e comportamentos.
Dependência excessiva
As pessoas com transtorno de personalidade dependente (TPD) demonstram uma necessidade crônica de serem cuidadas e protegidas, muitas vezes buscando constantemente aprovação e suporte de outras pessoas.
Elas tendem a ter dificuldade em tomar decisões por conta própria, preferindo depender das opiniões e orientações de terceiros. Pedir conselhos de outrem é uma parte constante de sua rotina.
Insegurança e medo de abandono
Indivíduos com esse transtorno frequentemente experimentam uma sensação de insegurança e inadequação, bem como sentimentos de carência, levando-os a fazer coisas desagradáveis para receberem carinho.
Esses pacientes muitas vezes menosprezam suas habilidades, enxergando-se como inferiores.
Assim, uma única situação negativa já abala sua autoconfiança. Além disso, o medo intenso de abandono reforça comportamentos submissos e dificulta atitudes independentes.
Por conta desses sentimentos, as pessoas tendem a se esforçar muito mais do que realmente podem, buscando constantemente aprovação.
Submissão e dificuldade em discordar
Pessoas com transtorno de personalidade dependente tendem a ser extremamente submissas em seus relacionamentos, evitando conflitos e tendo dificuldade em expressar opiniões divergentes.
Elas costumam depender de outras pessoas para assumir responsabilidades em várias áreas da vida.
Relacionamentos interpessoais prejudicados
Devido à sua dependência emocional e necessidade de aprovação, indivíduos com esse transtorno são mais propensos a se envolver em relacionamentos abusivos ou exploradores.
Normalmente, esses indivíduos sentem a necessidade de se envolver em relações íntimas, sejam familiares ou não, pois não conseguem ficar sozinhos por muito tempo. Além disso, podem ser facilmente influenciados por outros, o que pode prejudicar ainda mais seus relacionamentos pessoais.

Causas e diagnóstico
O transtorno de personalidade dependente não tem uma única causa. Na realidade, podemos pensar em alguns fatores de risco para seu desenvolvimento, que podem envolver fatores genéticos, ambientais e experiências de vida, tanto na infância quanto na adolescência.
Além disso, fatores culturais e vulnerabilidades biológicas associadas à ansiedade também desempenham um papel significativo no desenvolvimento desse transtorno.
Traços familiares, como submissão, insegurança e comportamento discreto, podem contribuir para a predisposição ao transtorno, reforçando padrões de dependência e dificuldade em se afirmar.
Em muitos casos, pessoas com transtorno de personalidade dependente vivenciam traumas na infância, como abusos ou negligência emocional, além de crescerem em ambientes familiares desestruturados que reforçam a dependência.
Fatores genéticos também desempenham um papel, com algumas pessoas sendo geneticamente predispostas a desenvolver transtornos de personalidade.
O diagnóstico do TPD é feito por profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras. Isso através de uma avaliação clínica detalhada.
Isso geralmente inclui uma entrevista clínica para avaliar os sintomas do paciente, um histórico médico e familiar para identificar fatores predisponentes.
Os critérios para o transtorno de personalidade dependente incluem uma dependência demasiada de outros para tomar decisões e uma dificuldade significativa em iniciar atividades ou fazer coisas espontaneamente, entre outros sintomas.
É crucial que o diagnóstico exclua outras condições médicas ou psiquiátricas que possam causar sintomas semelhantes.
Um diagnóstico preciso não só ajuda a entender melhor a condição do paciente, mas também orienta o tratamento adequado, que geralmente envolve terapia psicológica para promover a autonomia e a autoconfiança, além de medicação em alguns casos para tratar sintomas associados, como ansiedade ou depressão.
Tratamento do Transtorno de Personalidade Dependente
O tratamento do transtorno de personalidade dependente envolve uma abordagem multidisciplinar, com o objetivo de reduzir a dependência emocional e promover a autonomia e o autoconhecimento dos pacientes.
Geralmente, as pessoas procuram tratamento quando o transtorno começa a afetar significativamente diversas áreas de suas vidas, podendo levar ao desenvolvimento de outros problemas.
A Clínica Recanto é renomada por sua abordagem integrativa e personalizada no tratamento de transtornos de personalidade.
Psicoterapia
Há diversas abordagens terapêuticas fundamentais no tratamento do TPD. Essas modalidades terapêuticas ajudam os pacientes a identificar e modificar padrões de pensamento disfuncionais e comportamentos submissos.
Os terapeutas trabalham com os pacientes para desenvolver estratégias para lidar com a dependência emocional e promover a autonomia. Além disso, há intervenções que visam a construção de habilidades para tomar decisões independentes.
Terapia em Grupo
A terapia em grupo proporciona um ambiente de apoio emocional e oportunidades para os pacientes praticarem habilidades sociais saudáveis.
Nesse sentido, os grupos terapêuticos são uma parte essencial do tratamento, permitindo que os pacientes aprendam com as experiências uns dos outros e se sintam apoiados por indivíduos que compartilham desafios semelhantes.
Medicação
Em alguns casos, a medicação pode ser parte do tratamento para ajudar a controlar sintomas de ansiedade, depressão ou outros transtornos coexistentes que possam estar presentes junto com o transtorno de personalidade dependente. Logo, é um complemento no tratamento além da terapia.
Ainda assim, embora não existam medicamentos específicos para o transtorno de personalidade dependente, médicos tratam comorbidades comuns, como depressão e ansiedade, com antidepressivos e ansiolíticos.
O uso desses medicamentos pode ajudar a aliviar os sintomas associados ao TPD, proporcionando um alívio sintomático que facilita o progresso na terapia.

Conclusão
Por fim, o transtorno de personalidade dependente é uma condição complexa que afeta profundamente a vida de quem o vivencia, influenciando a maneira como essas pessoas pensam, sentem e se comportam.
A dependência excessiva de outras pessoas para tomar decisões e a necessidade constante de cuidado e validação podem levar a dificuldades significativas na vida pessoal e profissional. Ademais, prejudica as relações interpessoais.
Entender as causas e os sintomas desse transtorno é crucial para identificar e tratar os indivíduos afetados. Nesse sentido, fatores genéticos, ambientais e experiências traumáticas na infância desempenham um papel significativo no desenvolvimento do TPD.
O tratamento do transtorno de personalidade dependente envolve uma abordagem multidisciplinar, incluindo psicoterapia individual, terapia em grupo. Além disso, em alguns casos, medicação para tratar sintomas associados, como ansiedade e depressão.
Concluindo, a Clínica Recanto, por exemplo, é conhecida por suas estratégias integrativas e personalizadas, focadas em promover a autonomia e a autoconfiança dos pacientes.
Embora o caminho para a recuperação possa ser desafiador, com apoio profissional adequado e um ambiente terapêutico favorável. Logo, é possível alcançar melhorias significativas na qualidade de vida dos indivíduos com transtorno de personalidade dependente.












