A clínica de internação psiquiátrica é, antes de mais nada, um espaço de resgate do paciente acometido por transtornos mentais e suas comorbidades.
Isso vale, inclusive, para os casos em que o quadro tem origem na dependência química.
O objetivo é tirar o indivíduo do momento de crise, nos quais ele coloca a sua vida e a de outras pessoas em risco, e permitir que passe por uma recuperação segura.
No entanto, o tema ainda é envolto em preconceitos e falsas crenças que acabam por adiar o tratamento e reduzir as chances de uma recuperação efetiva, com a retomada da qualidade de vida.
É na busca por quebrar esses tabus que decidi escrever um artigo específico sobre o tema, contando um pouco da abordagem adotada aqui no Grupo Recanto e respondendo a dúvidas frequentes sobre a internação psiquiátrica.
Vamos começar? Não deixe de acompanhar até o final.
O que é e como funciona a internação psiquiátrica
A internação psiquiátrica é um modelo de atenção que busca oferecer suporte ao paciente em um momento de exacerbação dos sintomas relacionados a um transtorno mental ou dependência química.
Ou seja, costuma ser recomendada para casos em que a pessoa apresenta capacidade reduzida de autogestão e de autodeterminação.
Por meio dela, o indivíduo é internado e recebe acompanhamento 24 horas por dia, todos os dias da semana.
Aqui no Grupo Recanto, uma das nossas principais preocupações é oferecer um cuidado multidisciplinar, capaz de oferecer atendimento integral às necessidades específicas de cada caso.
Com uma equipe especializada em saúde mental, trabalhamos na recuperação não apenas do paciente, mas também de sua família, que sempre fica fragilizada pelo momento vivido.
Clínica psiquiátrica pelo SUS
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pela Lei n° 8.080/90 (Lei Orgânica da Saúde) e pela Lei n° 8.142/90.
Em sua proposição, buscava alterar a desigualdade na assistência à saúde da população, tornando obrigatório o atendimento público de qualidade a qualquer cidadão.
Por meio do SUS, todas as pessoas têm o direito a consultas, exames, internações e tratamentos nas unidades de saúde vinculadas, que podem ser públicas ou privadas.
Isso vale, inclusive, para a população acometida por transtornos mentais, que pode acessar tratamentos específicos, como os oferecidos em serviços de residência terapêutica e nos hospitais psiquiátricos.
Clínica psiquiátrica pelo plano de saúde
Todos os tipos de transtornos mentais, incluindo os casos relacionados à dependência química, possuem a cobertura por planos de saúde assegurada por lei – seja para medidas terapêuticas, consultas psiquiátricas ou internação.
Pela minha experiência aqui no Grupo Recanto, por exemplo, é comum que as famílias cheguem sem saber se o seu plano de saúde cobre todo o tratamento.
Por isso, sempre oriento que devem sinalizar na central de atendimento qual é o plano utilizado.
A lista completa das instituições conveniadas ao Grupo Recanto pode ser obtida na página inicial do site.
Clínica psiquiátrica particular
Para quem não deseja recorrer ou não se enquadra nos modelos anteriores, é possível buscar tratamento no modelo de clínica psiquiátrica particular.
É um espaço que oferece a estrutura física e profissional necessária para o tratamento apropriado, desde o diagnóstico do quadro até a prescrição de medidas terapêuticas adequadas ao tipo de doença e ao nível de gravidade.
Vale ressaltar, no entanto, que aqui no Grupo Recanto o tratamento é nivelado pela imparcialidade: todos são tratados de forma igual, independente do modelo de contrato, respeitando a individualidade e as necessidades específicas do paciente.


Quais são os tipos de internação psiquiátrica?
Existem três tipos de internação psiquiátrica: voluntária, involuntária e compulsória.
Em todos eles, independente de suas particularidades, o trabalho profissional sempre é realizado com o objetivo de promover a reinserção do indivíduo na sociedade.
O processo também sempre é acompanhado por um médico, responsável por analisar o caso e as medidas cabíveis em cada um deles.
Internação voluntária
A internação voluntária é aquela que acontece com o consentimento do próprio paciente.
Para isso, ele assina um documento em que declara, de livre e espontânea vontade, o desejo de ser internado em uma instituição psiquiátrica para seu tratamento.
A internação pode virar involuntária no decorrer do processo, caso o paciente decida interromper o tratamento, caso a avaliação de familiares e do profissional responsável seja pela continuidade.
Internação involuntária
A internação involuntária ocorre sem o consentimento do indivíduo e a pedido de terceiros ‒ em geral, familiares.
Ela depende de autorização médica e ocorre quando o paciente apresenta prejuízo cognitivo e dificuldade no juízo de valor, o que representa um risco para si mesmo e os outros.
Este tipo de internação exige que uma comunicação seja feita ao Ministério Público no prazo de até 72 horas, o que também deve acontecer quando o paciente receber alta.
Internação compulsória
A internação compulsória é sempre determinada pelo juiz competente, o que significa que independe da vontade do paciente e mesmo de seus familiares.
A decisão é tomada por conta dos perigos que o indivíduo pode causar a si próprio e à sociedade, sendo motivada pelo pedido formal de um médico, que atesta a incapacidade física e psicológica da pessoa.
Como é o tratamento em uma clínica psiquiátrica?
Para explicar melhor os aspectos relacionados à internação em clínica psiquiátrica, separei as informações em três blocos, como você confere a seguir.
Como é feita a avaliação com psiquiatra?
A necessidade de tratamento psiquiátrico é avaliada a partir da primeira consulta do paciente, na qual o psiquiatra busca formular hipóteses diagnósticas e fazer a elaboração do projeto terapêutico.
Ou seja, o momento inicial é reservado para que o profissional possa reunir as informações sobre o paciente, analisar a sua história clínica e investigar o seu estado mental do paciente.
Também podem ser solicitados exames físicos ou neurológicos, tanto de imagem quanto de laboratório.
A avaliação psiquiátrica tem ainda o objetivo de verificar a necessidade de tratamento medicamentoso para dependência química ou para outro transtorno psiquiátrico comórbido.
O olhar cuidadoso e a avaliação da efetividade do tratamento, no entanto, permanecem ao longo de todo o processo.
Cabe ainda ao psiquiatra orientar a família sobre as características do problema apresentado pelo indivíduo.
Quanto tempo demora uma consulta com o psiquiatra?
O psiquiatra precisa se dedicar a fazer uma anamnese completa do paciente, isto é, colher informações da história de vida dele.
Sendo assim, as consultas costumam durar cerca de 45 minutos, mas é comum que a primeira chegue a se estender por até 90 minutos.
Quais são as formas de tratamento?
A internação psiquiátrica no Grupo Recanto envolve o acompanhamento permanente, com a definição de um projeto terapêutico individual, elaborado com base no diagnóstico, nos riscos do quadro e nas necessidades do paciente.
Esse plano é desenvolvido a partir do diálogo entre os profissionais das especialidades envolvidas no tratamento, o que favorece o cuidado multidisciplinar.
Não por acaso, a nossa equipe de profissionais conta com médicos clínicos, psiquiatras, farmacêuticos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, educadores físicos, nutricionistas e instrutores de meditação e ioga.
A estadia do paciente em um espaço estruturado, no qual ele recebe todos os cuidados que o seu caso exige.
Não é apenas sobre superar o momento de crise.
Justamente por isso, mais do que apenas medicamentoso, o tratamento oferecido é também sobre promover o resgate da autoconfiança e da capacidade do indivíduo em tomar as próprias decisões de forma equilibrada e saudável.


Em que casos é recomendada a internação psiquiátrica?
A internação psiquiátrica é uma modalidade voltada para os casos mais graves, que necessitam de cuidados intensivos.
Ela acontece quando o profissional que orienta o atendimento percebe que o paciente tem prejuízos na sua vida social, familiar e na própria saúde.
Costuma ser mais indicada nos casos em que o paciente se encontra em crise, surto ou com predisposição ao suicídio.
O objetivo é intervir na crise e realizar o seu controle, para que a pessoa possa ser estabilizada.
Entre os casos mais comuns de internação psiquiátrica estão:
- Dependência química
- Alcoolismo
- Depressão
- Transtornos psicóticos (a exemplo da esquizofrenia)
- Transtornos de humor (a exemplo da bipolaridade)
- Predisposição ao suicídio
Internação psiquiátrica é a melhor opção para o tratamento de dependentes químicos?
A internação psiquiátrica para dependentes químicos costuma ser indicada quando o uso abusivo de uma ou mais substâncias é responsável por sintomas que afetam diretamente a saúde mental do paciente, incluindo o desenvolvimento de quadros depressivos.
Na dúvida, é importante recorrer a uma avaliação médica e analisar quais possibilidades podem trazer mais benefícios.
Perguntas frequentes sobre clínica de internação psiquiátrica
Ainda com dúvidas sobre o tratamento em uma clínica de internação psiquiátrica?
A seguir, listei quatro das perguntas frequentes sobre o tema e trouxe respostas baseadas na minha experiência como diretor aqui do Grupo Recanto.
Quanto tempo dura uma internação psiquiátrica?
Não existe um tempo determinado de internação, pois cada caso é único.
Sendo assim, quem determina o período necessário é o médico e a equipe de profissionais que auxiliam o paciente no tratamento e recuperação.
No entanto, é importante relembrar que esse modelo inclui um projeto terapêutico individual, que pode incluir uma previsão de quanto tempo o interno precisa para se recuperar.
A duração da estadia depende de uma série de fatores, incluindo aspectos hereditários, o estado do paciente e mesmo a resposta do organismo ao tratamento oferecido.
É possível, por exemplo, que a internação dure de poucos dias até seis meses, dependendo do quadro e da avaliação feita.
O paciente internado pode ser visitado?
Nas clínicas no Grupo Recanto, incentivamos os profissionais a lançarem um olhar humanizado para o interno e também para a sua família, enxergando ambos como uma mesma unidade de cuidado.
Com base nesse conceito, as visitas não só são permitidas, como também incentivadas.
Quando o paciente percebe que existe um rede de apoio ao seu redor, as chances de recuperação crescem.
Trata-se de juntar o melhor do conhecimento técnico com a qualidade dos relacionamentos estabelecidos tanto durante o período de internação quanto depois dele.
As exceções ficam por conta de avaliações específicas do médico que acompanha o quadro do paciente.
Quais são as regras para internar uma pessoa contra a sua vontade?
Ninguém deseja ter que chegar ao ponto de internar alguém que ama contra a sua vontade.
Eu sei o quão complicada pode ser tomar uma decisão como essa e se questionar se é o certo a fazer.
Mas, apesar de dolorida, essa pode ser a única saída para que a pessoa possa receber o tratamento adequado e, enfim, retomar a sua vida em plenitude.
No caso da internação involuntária, a principal regra é a existência de uma avaliação médica que confirme a necessidade da prática, seguindo todos os trâmites legais que já descrevi anteriormente.
Quanto custa a internação em uma clínica psiquiátrica?
No Grupo Recanto, o valor da internação psiquiátrica é definido com base em um contrato que contempla todos os serviços necessários para a estadia do paciente por um período de seis meses.
Para mais detalhes sobre valores, vale visitar uma de nossas unidades ou entrar em contato pela central de atendimento ‒ 4004-2316 (capitais e regiões metropolitanas) ou (81) 3543-0300 (demais regiões).
Antes de falar em preço, porém, veja o valor de sua ação.
Ter um familiar de volta, com autonomia recuperada, saúde e bem-estar, é algo que não tem preço.
Lembrando sempre, que caso possua um plano de saúde é muito provável que ele cubra os custos da internação.
Conclusão
Ainda são muitos os preconceitos relacionados à saúde mental e, sobretudo, à necessidade de internação em clínica psiquiátrica.
Ao escrever um artigo como este, o meu objetivo é permitir que os mitos relacionados ao assunto sejam substituídos por informação de qualidade, que faz a diferença.
Afinal, é compreensível imaginar que familiares e o próprio paciente tenham inúmeras dúvidas e receios sobre como funciona o tratamento e o que podem esperar dele.
O que eu digo sempre é que não existem atalhos ou receitas milagrosas: a recuperação é baseada na combinação entre estrutura física, profissionais qualificados, abordagem multidisciplinar e suporte psicológico.
Todos os nossos esforços aqui no Grupo Recanto são, inclusive, para permitir que isso aconteça e os pacientes possam retomar a rotina e as relações sociais.
Por isso, se você busca ajuda para si ou para alguém que ama, conte com o suporte de quem é especialista no assunto.
Preencha o formulário abaixo e aguarde o contato de um de nossos profissionais.


Fabrício Selbman é Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência no Norte e Nordeste nesse segmento, e também é:
- Formado em marketing e pós-graduado em gestão empresarial;
- Especialista em Dependência Química pela UNIFESP. Especialização na Europa sobre o modelo de tratamento Terapia Racional Emotiva (TRE);
- Psicanalista pela Associação Brasileira de Estudos Psicanalíticos do Estado de Pernambuco (ABEPE);
- Professor de Especialização na Associação Brasileira de Estudos Psicanalíticos do Estado de Pernambuco (ABEPE);
- Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência no Norte e Nordeste nesse segmento.