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A dependência química e a sociedade
Publicado em: 16 de abril de 2020

Atualizado em: 30 de abril de 2020

A dependência química e a sociedade

A dependência química é sim um problema social e para entender isso é preciso saber que a nossa sociedade tem grande influência naquilo que somos e nos problemas com que nos deparamos. Ela sustenta crenças e valores tornando-se defensora de muitas coisas.  Por exemplo, a liberdade e a democracia (embora os altos níveis de dependência química possam estar roubando a liberdade e eliminando a possibilidade de escolha de muitos). 

Porque a nossa sociedade representa valores e crenças que também nos dizem qual o tipo de relação devemos ter com os outros e com os objetos que nos rodeiam. Todos nós vivemos inseridos em dois grupos, em duas culturas principais, e somos por eles influenciados: a nossa sociedade e as nossas famílias. 

Vamos observar em como a nossa sociedade influencia os seus membros e pode direcionar para a dependência química. Verificaremos também como as famílias podem influenciar os seus membros no sentido da dependência química.

Como a sociedade empurra as pessoas para a dependência química?

É importante lembrar de que somos indivíduos e, como tal, responsáveis pelas escolhas que fazemos. Embora a nossa sociedade possa ter muitos valores que são compatíveis com os valores da dependência química, também tem valores que se opõem ao processo doentio e compulsivo. 

Como sociedade, acreditamos na esperança, na solidariedade para com os outros e no livre arbítrio. Isto são exemplos de alguns valores sociais que são contrários ao processo da dependência química. 

Precisamos sempre ter a necessidade de reconhecer os nossos valores não compulsivos e devemos desafiar estes valores se, como sociedade, quisermos tornar-nos menos doentes da dependência química. Vamos examinar agora os valores e crenças que a nossa sociedade sustenta e que ajudam a empurrar os seus membros para a dependência química.

Juntamente com a Rede Globo, fizemos uma matéria bem explicativa de como o crack ganhou tanto espaço na nossa sociedade, confira.

O esforço para ser o primeiro

A nossa sociedade vive obcecada com o “ser como deve ser e parecer como deve ser” e com o sucesso, com o “ser o primeiro”. Há uma incitação constante a nos tornarmos e sermos melhores. Ser o segundo não é mal, mas esperamos ter mais sorte da próxima vez.  Há um anúncio na televisão em que um grupo de pessoas espera pelos resultados de um teste a um produto. Depois de terem anunciado o vencedor, alguém pergunta: “E quem é o segundo?” O locutor olha e diz: “O que interessa?” O que conta é ser o máximo.

Não há nada de errado em lutarmos e nos esforçarmos por nos tornarmos melhores. O meu trabalho como terapeuta tem a ver com isso. Somos responsáveis perante nós e perante os outros por nos tornarmos melhores. Mas o que está em causa é que não é o nosso aperfeiçoamento que a sociedade considera ser o mais importante aquilo a que ela dá valor é sermos o primeiro. Ser o melhor é o mais apreciado de tudo.

Como membros da sociedade, ser qualquer coisa que não o 1º desperta em nós vergonha. A verdade com a qual temos que conviver é que podemos não ser número um. A maior parte de nós fica no meio, quer seja ao jogar tênis, como mãe, pai, marido, mulher, namorado ou amigo. Mesmo aqueles que conseguem a primeira posição em determinada área da sua vida, não ultrapassam a média em muitos outros domínios. 

Não há nada de errado, mal ou vergonhoso no fato de a maior parte de nós sermos seres humanos medianos, mas a nossa sociedade não põe isto em destaque. O perigo com a obsessão em ser o número um é que isso faz parte dos valores compulsivos. Quando estamos preocupados em sermos os primeiros, somos levados e levamos os outros a extremos e a cometer excessos; por consequência, afastamos as pessoas da moderação e do seu centro de equilíbrio. Em resumo, forçamo-nos a viver como equilibristas sobre um cabo de aço – não andamos sobre ele apenas de vez em quando, o que pode ser útil, mas vivemos nele.

Viver para os resultados

Como sociedade, estamos obcecados com os resultados. Isto é outro valor da dependência química e a compulsão por prazer imediato.  A dependência química tem a ver com resultados e consequências; os dependentes químicos vivem obcecados com o resultado. Na dependência química, o mais importante de tudo é a “pedrada”, a modificação do humor, quer isso seja alcançado usando drogas, ou através da preocupação com isso. 

O dependente químico está centrado nos resultados. Quando o resultado é o mais importante de tudo, aquilo que não merece atenção ou que é posto de lado é o processo. O processo diz respeito à maneira como se alcança um determinado ponto. Se uma pessoa fechar os olhos ao processo, está ignorando ou pondo de lado a sua consciência. Muitos de nós não conseguimos ignorar a nossa consciência, por isso aprendemos a negá-la. 

Ao aprendermos a negação, estamos aprendendo a ser dependentes químicos. A negação é um componente básico que se encontra em qualquer atitude desta doença emocional, física e espiritual.  Na dependência química, as pessoas têm de aprender a pôr de lado a sua consciência à custa de grandes prejuízos para si mesma e para os outros. Uma pessoa sem consciência é como um barco sem leme. Por isso, como sociedade dizemos aos seus membros que o mais importante é o resultado, estamos ao mesmo tempo a ensinar-lhes a negar a sua consciência.

Como sociedade, a forma como nós alcançamos os nossos objetivos é muito importante. A forma como cada indivíduo alcança os seus objetivos é também muito importante, porque é no processo de realização individual que a pessoa encontra valores, crenças e vida espiritual.  Portanto, é a maneira como agimos, e não aquilo que alcançamos que determina se seremos felizes e teremos relações benéficas para nós.

Como sociedade, empregamos pouco tempo a discutir o processo; queremos saber qual é a meta. Para um dependente químico, gastar tempo com problemas de consciência é um desperdício. O que interessa é usar drogas e ficar pedrado. Não interessa quem for atropelado. Para os jogadores compulsivos, o que é importante é apostar, é a “ação”. Não tem importância se a família está com problemas por causa de eles estarem jogando. “Vão ficar contentes quando eu ganhar um monte de dinheiro,” diz o jogador compulsivo ao próprio Eu esforçando-se por sossegar os escrúpulos de consciência.

Ter o controle

Outro valor da dependência química que é igualmente importante para a sociedade é que para ambas o controle é fundamental. Espera-se de nós que nos controlemos em todas as ocasiões. Alguém definiu uma vez um dependente químico como sendo uma pessoa que prefere controlar-se a ser feliz.  A questão do controle, de forma muito semelhante à nossa obsessão com os resultados, é ser um elo entre os valores da sociedade e os valores dos dependentes químicos. 

O controle também diz respeito aos resultados porque, se você estiver controlando, deverá ser capaz de controlar os resultados. Não ter controle é mal visto: a pessoa é muitas vezes considerada como fraca sem valor e pouco digna de respeito. A atitude da nossa sociedade em relação às pessoas de idade e ao envelhecimento é um exemplo de como julgamos uma pessoa pelo aspecto do controle. 

Como sociedade, olhamos muitas vezes para os idosos como “diminuídos”. Achamos que nem sempre são capazes de estar à altura das situações, que nem sempre têm controle sobre si.  Achamos, muitas vezes, que eles não têm muito para oferecer. Parecemos recear as pessoas de idade. Como parte desta sociedade tem medo de envelhecer, e lançamo-nos na nossa obsessão pela juventude como se fosse possível proteger-nos do processo natural de nos tornarmos velhos. 

Em algumas sociedades há tendência de abandonar as pessoas à medida que elas vão envelhecendo. Outras sociedades conservam os seus idosos em posições honrosas.  São essencialmente considerados como guardiães do processo, depositários da forma como as coisas devem ser feitas. São considerados como educadores dos jovens. 

Ensinam contando histórias, muitas vezes a sua própria história – histórias com metáforas e moral. Na nossa sociedade, rápida e centrada nos resultados, as pessoas de idade são muitas vezes vistas como uma desvantagem. A sua presença parece fazer-nos andar mais lentamente e nós não gostamos disso, exceto talvez aos Domingos ou nos encontros de família. Por isso, tentamos tornar os idosos descartáveis.

As pessoas de idade podem nos orientar que o processo é importante. Muitas delas olham para trás para a sua vida e examinam não só o que realizaram, mas também a forma como viveram essa vida. Observaram o mundo e o seu próprio corpo envelhecer; muitas aprenderam que o controle é uma ilusão. Na melhor das hipóteses, o controle é uma percentagem. Acreditar no controle absoluto é acreditar e perseguir uma ilusão. Isso vai criar sofrimento dentro da pessoa e também naqueles que a rodeiam. 

O sofrimento é uma componente chave na dependência química. Na dependência química, dá-se a ilusão sedutora de que a pessoa pode ter um controle absoluto. As pessoas que sofrem de adicções têm problemas na sua vida e sofrem; como qualquer outra pessoa, procuram alívio. Por isso, usam drogas, sentem a modificação no humor e têm a sensação de que controlam e que os seus problemas estão resolvidos. 

Por momentos, cria-se a ilusão de que controlam e de que tudo corre bem. Nada pode estar mais longe da verdade. Como sociedade, estimulamos o problema do controle absoluto sempre que dizemos aos seus membros que têm de ser o número um.

Perfeição

Outro valor da sociedade que é simultaneamente um valor doentio da dependência química  é a nossa crença na perfeição. Instigamo-nos, e aos outros, a ser perfeitos custe o que custar. A nossa obsessão em termos um corpo perfeito é um bom exemplo disto. Não queremos que os nossos corpos sejam saudáveis, queremos que sejam perfeitos. 

Desde as revistas de modas até aos concursos de beleza, todos julgam o corpo da mulher e esperam dele que seja “perfeito”. O corpo do homem começa a ser julgado. Todos os concorrentes têm de ser perfeitos em todos os aspectos. Toda a gente tem que ter o corpo dos 19 anos. As pessoas consideram este valor social inofensivo, mas não é. Custam vidas.

• O anoréxico morre de fome na sua ânsia de perfeição;

• A bulimia pode destruir os órgãos internos das suas vítimas.

Quem sabe quantas pessoas já se mataram por sentirem que não eram capazes de alcançar a perfeição?

A dependência química tem a ver com a procura do mito da perfeição, quer seja a procura da perfeição do corpo quer a procura do todo-poderoso dinheiro, que representa o equivalente masculino do corpo perfeito (alguns acreditam que todos os homens deveriam ser capazes de fazer montes de dinheiro).

A perfeição é uma imagem, e toda a gente tem uma imagem diferente do significado da perfeição. A perfeição é um mito que empregamos para nos consumirmos a nós e aos outros. É um mito porque é inatingível. Embora cada pessoa tenha uma imagem diferente da perfeição, espera-se que toda a gente seja perfeita da mesma forma. Na nossa sociedade, a definição de perfeição parece atingir sempre o exagero, ser excessiva. Os compulsivos acreditam nela e forçam-se por serem perfeitos.

• O viciado no trabalho luta para chegar “ao topo”;

• O bulímico luta por ter um corpo “perfeito”;

• O anoréxico morre de fome para ter um corpo “perfeito”.

A maior parte das vezes, “o topo” é definido por outras pessoas e não vem do interior da pessoa. Lutar por ser perfeito afasta-nos de nós. Assemelha-nos às máquinas a uma máquina de beleza ou a uma máquina de fazer dinheiro. Quando transformamos as pessoas em objetos, afastamo-las da sua humanidade. Quando consideramos uma pessoa perfeita, deixamos de tratá-la como humana.

Uma mulher considerada muito bonita, dentro dos padrões sociais estabelecidos. Costuma contar como isso representa uma desvantagem para ela quando quer fazer amigos ou deseja que sejam honestos com ela. As outras mulheres ficam intimidadas com o seu aspecto, enquanto os homens tentam conquistá-la. Poucas pessoas a tratam de forma normal, a maioria trata-a como um objeto.

Os seres humanos não são criaturas perfeitas e nunca o serão. Se dissermos a nós mesmos e aos outros que temos de lutar para ser perfeitos, proporcionaremos uma vida de tensão, frustração e dor. Estaremos a separar-nos, e aos outros, da humanidade – onde a nossa força e o nosso espírito se encontram. Tentar ser perfeito cria solidão, e quando nos sentimos sozinhos ficamos mais sensíveis ao processo da dependência química.

Quando tentamos ser deuses, falhamos; quando tentamos ser humanos, somos bem-sucedidos. Nunca poderemos tornar-nos deuses, mas podemos aprender a nos tornar melhores pessoas. No livro dos Alcoólicos Anônimos há uma frase que afirma, “O nosso programa é um programa de progresso espiritual e não de perfeição.” Os autores, usando de sabedoria, incluíram esta frase para advertirem as pessoas que se concentrem no progresso e no processo, e não nos resultados. Ao lutarem para ser perfeitas, as pessoas causam muito sofrimento. 

A tensão de uma vida dedicada à perfeição faz com que muitas procurem o alívio sedutor que se encontra no processo da dependência química. A perfeição é um valor adictivo; o progresso é um valor espiritual. Muitas pessoas andam por aí se consumindo e sentindo vergonha porque são imperfeitas. Um rapaz de 19 anos veio falar comigo por andar com pensamentos suicidas.

Tinha tido duas notas boas no trimestre (as outras estavam na média). Duas notas boas e queria acabar com a vida por não ter atingido a perfeição durante um período do ano escolar. Tinha assimilado completamente o mito de que nada que seja inferior à perfeição é aceitável. O perigo ao querermos atingir a perfeição é o que nos acontece quando somos confrontados com o fato de, como seres humanos, sermos imperfeitos. Muitas vezes, é esta à ocasião em que nos voltamos para relações compulsivas a fim de nos ajudarem a pensar que podemos ser perfeitos ou nos ajudarem a enfrentar o sofrimento de descobrirmos que somos apenas humanos.

Optamos sempre por sentir vergonha por termos falhado. Temos tendência a não contar a ninguém as nossas falhas ou os nossos desapontamentos.  O rapaz que mencionei seria um candidato de primeira para se voltar para qualquer objeto que lhe prometesse alívio para o seu desgosto e lhe desse a ilusão de poder alcançar a perfeição.

Conheça o perfil do dependente químico

Falta de relações genuínas

Vivemos numa sociedade transitória e apressada; como resultado, dá-se pouca ênfase às relações. Numa sociedade em que os resultados, e não os processos são importantes, as pessoas têm tendência a considerar os outros como objetos. Isto pode causar desconfiança em relação aos outros. 

Numa sociedade em que existe a possibilidade de se alcançar o objetivo social de “Ficar rico processando os outros”, não é de espantar que encontremos pessoas que não confiam e têm medo de criar relações.

Na nossa sociedade, as relações entre certas pessoas parecem ter adquirido as características dos objetos descartáveis. As pessoas têm esperança que as relações corram bem, mas põem-nas de lado se não funcionam. Quando as relações com as pessoas se tornam suspeitas, as relações com objetos ou acontecimentos tornam-se muito mais atrativas.

Adotar objetos

Queremos acumular o máximo de objetos que pudermos. Certo status social está ligado a esses objetos; podemos dizer com que gênero de pessoas estamos lidando através dos objetos que as rodeiam. É mais fácil termos relações com objetos do que com pessoas. Os objetos não lhe exigem nada, não discutem ou discordam de si. Estão perto de você para lhe servir.

O grande problema com o fato da nossa relação principal se passar com um objeto é que ele não nos traz grande satisfação no que diz respeito às nossas necessidades emocionais e íntimas. As pessoas acabam por se sentir interiormente muito sós e pensar que precisam de mais objetos, quando aquilo porque anseiam é por relações humanas.

Uma sociedade descartável

Alguns de nós vivemos, até certo ponto, acreditando que a nossa sociedade e o mundo estão prestes a ser destruídos a qualquer momento. Uma quantidade apreciável de jovens acredita realmente que nunca atingirá a velhice por causa da possibilidade da destruição mundial. 

Vivemos permanentemente na nossa sociedade debaixo de uma grande tensão por causa disso. A dependência química tem tudo a ver com essa sensação. É difícil imaginar o efeito que essa ameaça produz em nós e como pode ajudar a levar as pessoas a criar relações compulsivas com drogas e comportamentos doentios.

Se tratarmos a nossa terra, a nossa vida, a vida dos nossos filhos e a terra das outras pessoas, as suas vidas e as vidas dos seus filhos como se fossem descartáveis, estamos a empurrar-nos e a empurrá-los para a dependência química.  A dependência química é um processo em que o dependente químico e os que o rodeiam se tornam descartáveis. 

A lógica que afirma que teremos mais segurança produzindo cada vez mais armas é idêntica à lógica adictiva que diz que é bom tomar mais um químico que irá contribuir para nos matar. Está lógica trata a humanidade como se ela fosse descartável. Acabamos considerando o nosso mundo como um objeto para ser usado, em vez de um planeta cheio de vida com o qual todos nós temos uma relação íntima.

As culturas nativas sublinham o fato de, antigamente, estarmos em relação com a natureza e de que essa relação era sagrada. Essas culturas ensinam que fazemos parte do mundo e que o mundo faz parte de nós. Desta forma, nos ensinam que o mais importante nas relações é o respeito mútuo. Seguindo estes ideais, é impossível alguma vez estar só. Mesmo quando não tem ninguém por perto, a natureza está sempre à nossa volta.

Se, dentro da nossa cultura, ensinamos às pessoas que as relações são importantes, estamos ensinando também a forma de orientarem as suas ações. De modo a terem relações de respeito consigo mesmo e com os outros, as pessoas têm de ser capazes de disciplinar os seus próprios impulsos. A dependência química dá-se bem na nossa sociedade porque ela está orientada para a confiança nos objetos ou acontecimentos, e não nas pessoas.

O que acontece quando se levam as coisas a um extremo

Outro valor da nossa sociedade que condiz bem com as regras da dependência química é a forma como valorizamos o excesso. Se um é bom, então dois são ainda melhores.

• Muitos dependentes químicos às drogas têm dito ao tomarem uma mão cheia de pastilhas, “se uma é boa, duas é ainda melhor.”;

• Muitos dependentes à comida já têm dito o mesmo para consigo ao chegar à sua vez no balcão da pastelaria;

• Muitos gastadores compulsivos disseram o mesmo ao pagarem uma coisa qualquer que sabem que irá acabar guardada dentro de um armário.

O excesso torna-se um símbolo de status social na nossa sociedade. A dependência química diz respeito ao excesso. O dependente químico adora estar bem abastecido.  Desde garrafas escondidas a contas secretas no banco, os dependentes químicos tentam sempre possuir o máximo que puderem. Os dependentes químicos têm um receio terrível de que as coisas se esgotem. É, na realidade, um receio do abandono. 

Os dependentes químicos abandonaram muitas coisas na vida – valores, amigos e respeito por si mesmo. O seu maior receio é que o seu objeto os abandone, embora isso não seja possível. Os objetos não podem abandonar as pessoas.

Conhece alguém que precisa de ajuda? Fale com nossa equipe agora.

Conclusão

Existem muitas semelhanças entre o processo doentio da dependência química e aquilo que a nossa sociedade atualmente defende. Pode ser por isto que a percentagem de adicções é tão alta.  No entanto, como se disse no princípio desta seção, a nossa sociedade também tem valores que se opõem ao processo compulsivo da dependência química. Começamos a ficar fartos da dependência química e começamos a lutar contra esta doença. 

Realizamos isso, recuperando os nossos aspectos espirituais e, esperemos, os da nossa sociedade considerada como um todo.  Uma vez, um amigo meu definiu a dependência química como sendo “responder à nossa chamada espiritual indo à morada errada.” Talvez nós, como indivíduos e como grupo, estamos finalmente começando a aparecer na morada certa.

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