Quer entender melhor o MD e se livrar desse vício?
O grande número de pessoas que vão à internet pesquisar sobre como cortar o efeito do MD é um indicativo de que essa é, realmente, a droga do momento entre os jovens.
São cerca de mil buscas todos os meses que fazem exatamente essa pergunta ao Google.
Isso sem contar quem se vale de outros termos relacionados, como MDMA, ecstasy, bala ou balinha.
Tamanho interesse aponta para uma realidade que assusta, com o crescente número de dependentes químicos dessa droga.
A busca por informação é importante, pois sempre representa um ponto de partida no enfrentamento do problema.
Vamos falar sobre o assunto abertamente e entender o potencial nocivo do MD?
Acompanhe este conteúdo que preparei para você.
Afinal, como cortar o efeito do MD?
Não há como acabar instantaneamente com as sensações geradas pela ingestão da droga, mas é possível e altamente recomendável criar um ambiente acolhedor, que ofereça segurança.
Se você vivenciar uma situação em que tomou MD sem saber ou viu o mesmo acontecer com algum amigo, é importante ter atenção.
Veja, a seguir, algumas atitudes que podem ajudar.
Vá para um lugar tranquilo
Não são poucos os relatos de drogas misturadas a uma bebida e oferecidas a outras pessoas em boates.
Se esse for o caso, peça ajuda e vá para um lugar tranquilo, que não potencialize ainda mais os efeitos.
Você dificilmente vai conseguir dormir, por exemplo, mas tente relaxar ao máximo.
Baixe os níveis de cortisol
Tentar relaxar, aliás, tem tudo a ver com a necessidade de reduzir o estresse e diminuir os níveis de cortisol no organismo, já que esse hormônio tende a ser rapidamente liberado após o consumo de drogas como o MD.
Tenha uma companhia de confiança
Ter ao seu lado alguém que confia pode ajudar, e muito, a passar pelo processo.
É sobre se sentir mais seguro diante da presença de quem está sóbrio e pronto para oferecer o suporte necessário.
Busque auxílio especializado
Pode parecer constrangedor, mas é importante buscar ajuda profissional após um episódio como esse, de modo a verificar se está tudo bem.
Como cortar a ressaca de MD?
Não existe uma forma de simplesmente cortar a ressaca e acordar como se a droga não tivesse passado pelo organismo.
Aliás, a única maneira é realmente não consumir.
Ainda assim, é possível agir para aliviar os sintomas. O primeiro passo é bastante óbvio: repouso.
É preciso permitir que o corpo tenha o descanso necessário para se recuperar, especialmente considerando que o consumo de MD o deixa em uma situação de alerta, de modo que fica difícil desligar.
Outro aspecto essencial é a reposição do triptofano, um composto químico responsável pela produção de serotonina – que, como comentei, é severamente castigada pelo uso de drogas como o MD.
Salmão, atum, arroz integral, queijo, ovo, castanhas, banana e leite são alguns dos alimentos ricos em triptofano.
Quais são os efeitos do MD?
O MD é uma droga de caráter estimulante, que costuma provocar:
- Euforia
- Alucinações
- Sensibilidade ampliada
- Distorções perceptivas
- Desejo sexual aumentado.
O que nem todo mundo comenta são as reações negativas, que podem até mesmo ser fatais.
Falo sobre algumas delas a seguir – e você ainda confere outras ao longo do artigo.
Desregulação dos neurotransmissores
Os efeitos são desencadeados a partir de uma série de reações químicas: a substância atua diretamente nos neurotransmissores dopamina, noradrenalina e serotonina.
O último, e também o mais afetado, é responsável por controlar as emoções e regular não só o domínio sensorial, mas a capacidade associativa do cérebro.
Risco de parada cardíaca
Também é comum o consumo exagerado de água, gerado pelo aumento intenso da temperatura e pela agitação.
O que pouco se fala é que o organismo pode atingir uma temperatura próxima aos 41ºC, que causa risco de coagulação sanguínea.
A consequência possível? Uma parada cardíaca.
Edema cerebral
A ingestão desproporcional de água também pode gerar uma retenção excessiva de líquido no organismo, com riscos de levar a um quadro de edema cerebral.
Ansiedade
A ansiedade é outra sensação descrita com frequência durante o consumo de MD, que geralmente é desencadeada pela dificuldade em manter o controle da situação.
Ondas de calor e falta de ar também podem surgir como consequência, com relatos até mesmo de indivíduos que ficaram inconscientes por longos períodos.
Rigidez muscular
Aumento acentuado da rigidez muscular e dificuldade para desempenhar as atividades motoras dos membros inferiores e superiores estão entre os efeitos comuns do MD no organismo.
Quanto tempo dura o efeito do MD?
O efeito de uma droga sempre vai depender da tolerância do indivíduo e também da dose consumida.
No caso específico do MD, a duração costuma variar entre duas e oito horas, ainda que possa permanecer no organismo por um período de 48 horas.
Ou seja, um tempo prolongado, que pode colocar a pessoa em risco diante da falta de controle de si.
Já o pico de sensações costuma durar menos de uma hora.
A grande questão é refletir sobre todos os riscos presentes para viver uma sensação momentânea de falsa alegria.
Quais cuidados tomar com uma pessoa que está sob efeito do MD?
Se você é a pessoa de confiança para alguém, preste atenção em alguns cuidados que podem ajudar a manejar o momento de crise e evitar complicações mais sérias.
Aquecimento corporal
Lembra o que falei sobre o rápido aquecimento corporal promovido pelo consumo de MD?
A dica aqui é levar a pessoa para um ambiente tranquilo e, especialmente, arejado.
Se for viável, um banho gelado pode ajudar.
Evitar agitações ou movimentos muito bruscos é outro cuidado importante.
Convulsões
Evite que a pessoa permaneça deitada.
Caso isso aconteça, garanta que ela fique de lado, de modo que não possa engasgar com vômito ou mesmo com a própria língua.
Também não se esqueça de afrouxar roupas apertadas, especialmente aquelas que estiverem ao redor do pescoço.
Consumo de água
A sede excessiva é um dos reflexos mais comuns ao consumo do MD.
No entanto, é fundamental que a ingestão de água ocorra de maneira moderada, para evitar edemas e até mesmo a eliminação de sais minerais além dos níveis aceitáveis.
Quais são os efeitos do uso prolongado do MD?
Já falei sobre vários dos efeitos preocupantes que o consumo de MD pode causar no organismo, incluindo o desregulamento de neurotransmissores.
Em longo prazo, o mais comum é que a capacidade de produção de serotonina, conhecida como o hormônio da felicidade, seja drasticamente reduzida.
Na prática, isso significa uma chance muito maior de o indivíduo desenvolver quadros depressivos.
Com isso, é possível o surgimento de perturbações de ordem comportamental e mental, além de limitações na fala e na função visual.
Tudo isso como consequência das lesões neuronais ocasionadas pelo uso prolongado da substância.
A pessoa também fica muito mais predisposta a desenvolver problemas no coração, especialmente por conta da aceleração do ritmo cardíaco e da pressão arterial.
A falência hepática é outro efeito de longo prazo, assim como a insuficiência renal.
Os dois quadros estão diretamente ligados com a falência múltipla dos órgãos causada pela hiperpirexia, termo médico utilizado para descrever uma febre muito alta.
Isso sem falar em outras complicações difíceis de mapear, já que não existe nenhum rigor na produção de drogas, o que pode expor o indivíduo ao consumo de substâncias que ele sequer sabe que estão presentes.
Quais são os sintomas de abstinência de MD?
Lidar com a abstinência de qualquer droga não é uma tarefa fácil.
Não por acaso, no Grupo Recanto, contamos com uma equipe especializada e multidisciplinar para conduzir todo o processo de internação.
Além disso, sempre ressalto o papel da família em perceber a situação vivida e buscar apoio técnico o quanto antes, evitando complicações mais sérias e a dependência química.
No caso específico do MD, é possível destacar 11 sintomas mais comuns durante o período de abstinência:
- Ansiedade
- Paranoia
- Fadiga
- Depressão
- Variações intensas de humor
- Náusea
- Vômito
- Dores lombares
- Redução do apetite
- Cefaleia
- Visão turva.
Perguntas frequentes sobre como cortar o efeito do MD
São muitas as pesquisas realizadas com o objetivo de entender como cortar o efeito do MD.
Mais uma vez, ressalto que se trata de colocar na balança também todos os riscos envolvidos no consumo.
Não se deixar levar por influências externas ou mesmo pela busca por sentir algo diferente é essencial para não chegar a um ponto extremo.
A seguir, listo algumas das perguntas mais frequentes sobre o tema.
O que é MD?
O MD, como é mais conhecido o 3,4-metilenodioximetanfetamina (MDMA), é uma droga potente e perigosa, desenvolvida em laboratório e comercializada ilegalmente no formato de pó cristalizado.
Trata-se de um derivado da anfetamina, vendido como uma “versão melhorada do ecstasy”.
Ou seja, sem a adição de outros componentes.
O seu consumo tem aumentado, e muito, ao longo dos últimos anos, especialmente entre os jovens de classe média alta.
Como dormir depois de tomar doce?
Doce ou “bala” são outros termos comumente utilizado para se referir ao MD ou ao ecstasy.
A pergunta é tão frequente justamente por conta dos efeitos estimulantes gerados pelo consumo da droga.
Como comentei, é muito difícil conseguir dormir, sobretudo se estivermos nos referindo a um sono reparador, depois do uso.
Além disso, é preciso sempre ficar de olho na possibilidade de um quadro extremo, capaz de desencadear convulsões.
A dica para tentar relaxar e evitar um agravo dos sintomas é seguir os cuidados que indiquei ao longo do artigo.
Leite corta o efeito do ecstasy?
O leite não “corta” o efeito do MD ou ecstasy.
O que acontece é que esse é um alimento rico em triptofano que, como expliquei, é responsável pela produção da serotonina.
Assim, ele pode ajudar a amenizar a sensação de tristeza causada após a ação do MD passar.
O que fazer para não ter uma “bad trip”?
“Bad trip” é um termo popularmente utilizado para descrever as sensações psicológicas e fisiológicas desagradáveis que são provocadas a partir do consumo de uma substância psicoativa, seja o MD ou qualquer outra.
Perguntas como essa buscam como retorno uma forma de ter mais controle sobre as experiências oferecidas pela droga, mas a verdade é que essa é uma ilusão.
Não há como ter controle absoluto ou evitar que a euforia logo se transforme em ansiedade, por exemplo.
Conclusão
Infelizmente, o MD se transformou em uma droga facilmente encontrada em boates e festivais do mundo inteiro, incluindo o Brasil.
O público jovem e de classe média alta é hoje o seu principal consumidor.
Na maioria das vezes, os pais sequer conseguem perceber as alterações causadas pelo uso, justamente porque ele costuma estar vinculado a festas, que normalmente já geram um quadro de ressaca.
Os perigos envolvidos são muitos: o uso indiscriminado e a chance de um quadro de dependência química, a falta de controle sobre os ingredientes misturados e, é claro, os prejuízos para a saúde.
Tudo isso se multiplica quando falamos da juventude, a sua incessante curiosidade e da busca por novas experiências.
Mas será que vale a pena arriscar tanto por tão pouco?
Não estamos falando de consequências leves: o consumo pode até mesmo levar à morte.
Se você sente que precisa de ajuda ou entende que é a hora de oferecer suporte a um amigo ou familiar, não deixe para depois: procure auxílio médico especializado o quanto antes.
No Grupo Recanto, nós desenvolvemos uma abordagem humanizada e individualizada, que busca compreender cada paciente em suas especificidades, sem julgamentos ou preconceitos.
Nosso programa de tratamento para dependência química é estruturado para oferecer suporte integral, ajudando na recuperação e na retomada da qualidade de vida.
Quer contar com o suporte de quem já ajudou mais de 3 mil famílias a superar a dependência em álcool e drogas e toda a carga negativa que essa doença traz consigo?
Entre em contato conosco a partir do formulário e aguarde retorno!
Se preferir, também pode ligar para a Central de Atendimento pelos telefones 4007 2316 (Capitais e Regiões Metropolitanas) ou (81) 3543 0300 (demais regiões).
Fabrício Selbman é Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência no Norte e Nordeste nesse segmento, e também é:
- Formado em marketing e pós-graduado em gestão empresarial;
- Especialista em Dependência Química pela UNIFESP. Especialização na Europa sobre o modelo de tratamento Terapia Racional Emotiva (TRE);
- Psicanalista pela Associação Brasileira de Estudos Psicanalíticos do Estado de Pernambuco (ABEPE);
- Professor de Especialização na Associação Brasileira de Estudos Psicanalíticos do Estado de Pernambuco (ABEPE);
- Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência no Norte e Nordeste nesse segmento.