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Demência: O que é, sintomas e principais tratamentos
Publicado em: 04 de julho de 2022

Atualizado em: 13 de fevereiro de 2023

Demência: O que é, sintomas e principais tratamentos

A demência diferente do que muitos pensam não é um fenômeno normal do envelhecimento. 

Mas sim uma doença, um transtorno neurocognitivo que acomete mais as pessoas idosas, pelo enfraquecimento natural e degeneração das células cognitivas.

Contudo, a causa pode ser ocasionada de acordo com várias causas, podendo ser elas internas e externas e não só atinge os mais velhos.

Entenda melhor sobre a demência neste artigo!

O que é demência?

A demência pode ser definida como a queda gradual ou acentuada das habilidades cognitivas, tais como memória, aprendizagem, linguagem, atenção, raciocínio e funções executivas.

Sendo o processo da demência marcado pelas mudanças e angústia pela perda e declínio dessas habilidades, o diagnóstico precoce é muito importante para a proteção dessas habilidades e estagnação e controle da doença.

Além do sintoma clássico de perda ou falhas de memória, é comum que aquele que possui demência manifeste, alucinações, confusões mentais, perda de raciocínio, dificuldade em tarefas do dia a dia e no reconhecimento de locais e ou pessoas.

Segundo o estudo publicado na revista de saúde pública The Lancet, publicado em 6 de janeiro de 2022 indica que até 2050 serão mais de 153 milhões de pessoas com demência, número que até 2019 se configurava como 57 milhões.

A demência ainda é responsável por mais de metade das razões de internações em asilos, mesmo sendo plenamente possível chegar aos 80, 90 anos sem sinais de demência, por que cada vez mais os casos têm aumentado?

Segundo a pesquisa do IPEA (Instituto de pesquisa econômica aplicada) a prevalência média Brasileira de demência em pessoas com 65 anos ou mais é maior do que a prevalência mundial, constituindo de 2010 a 2020, possíveis 55 mil casos novos por ano.

O que leva uma pessoa a ter demência?

Como dito anteriormente, as causas para a demência são variadas, podendo ter correlações genéticas, advinda de danos cerebrais, o aumento ou falta de certas proteínas também podem favorecer esse quadro.

Algumas doenças podem provocar danos cerebrais ou levar a degeneração dos neurônios, dentre elas as principais são o mal de Alzheimer e a doença de Parkinson.

A depender de qual área cerebral está sendo mais afetada, os sintomas e tipos de demência que podem se manifestar serão diferentes.

Uma causa menos conhecida para a demência é o alcoolismo

Seu uso abusivo e dependente durante anos danifica os neurônios e também retira vitaminas essenciais para o processo cognitivo.

Demência: Quais os primeiros sintomas?

primeiros sintomas da demência


Quanto mais rápido e precoce for o diagnóstico de demência melhor são as chances de controle e do não avanço da doença, mas como é possível identificar de forma rápida e precoce? E quais são os sinais e sintomas a serem observados?

Apatia

É caracterizada pela falta de interesse em realizar atividades cotidianas, angústia, falta de sentimentos e indiferença com relação aos outros e suas atividades.

Quase todos os tipos de demência possuem a apatia como uma de suas causalidades e sintomas, pois pela perda gradual e progressiva dos níveis cognitivos, gera naturalmente uma perda de interesse nas atividades em que normalmente realizava.

A apatia é não só um dos sintomas, mas como também é um dos fenômenos facilitadores para o surgimento de uma demência.

Alucinação

Não é incomum a presença de alucinações e delírios em quadros de demência, devido a dois fatores que são a perda de memória recente e a perda do reconhecimento de lugares, objetos e pessoas.

Por já não mais conseguir reconhecer objetos e pessoas direito, o cérebro tenta completar as lacunas que faltam, gerando muitas vezes uma percepção errada e dando origem a suspeitas, delírios e alucinações.

Já a perda de memória faz com que a pessoa se confunda com as ações que fez ou não fez, tornando mais fácil com que tenha delírios e por consequência alucinações.

Demência é genética?

A Demência é genética ?

Nem toda demência é genética, mas, ela pode estar ligada a este fator. A demência é um termo dado a um grupo de doenças que causam um progressivo declínio do funcionamento mental de um indivíduo.

Quando se fala nesse grupo de patologias,  podemos ressaltar alguns exemplos de demência como o Alzheimer e o Parkinson. Ainda assim, muito se é perguntado sobre suas causas. É preciso ressaltar que essas doenças podem vir de fatores genéticos que estão ligadas a alterações dos genes por conta de uma anomalia hereditária.

 Desta forma, a demência também pode ter fatores ambientais, onde algum acontecimento como o alto consumo de bebidas alcoólicas ou um acidente pode acabar ocasionando-a. E ainda há  uma terceira parte que corresponde a  um fator  genético e ambiental, que é quando os genes são alterados em decorrência de consumos impróprios e acidentes.

Sendo assim podemos ver que a demência tem sua causalidade multifatorial e algumas doenças que fazem parte da demência podem vir a ter um fator 100% genético como é o caso do alzheimer. 

Desse modo, ela não atinge em sua maioria as pessoas através desse fator, mesmo assim com o grande crescimento dos índices de doenças genéticas, é importante se prevenir, fazendo testes para tomar conhecimento da existência  da possibilidade de ter algum tipo de doença genética para que haja uma prevenção.

Repetições

Um dos sinais mais comuns de degeneração das habilidades cognitivas é o hábito de repetição de falas e de ações, assim como pronunciar frases e palavras continuamente de maneira errada, também pode ser um sinal.

Isso acontece, pois, a linguagem e o raciocínio são áreas amplamente afetadas pelos transtornos demenciais, podendo inclusive ocasionar ecolalia e gaguejos na pessoa.

Como diagnosticar a demência?

A demência não é um problema fácil de ser diagnosticado, justamente porque há outras doenças muito parecidas com o delirium, portanto é primeiro realizar a diferenciação entre os dois.

O delirium afeta mais comumente a área da atenção, enquanto a demência afeta mais a memória, embora em estágios mais avançados pode também afetar a atenção.

Para isso há uma série de exames que se podem recorrer, exames neuropsicológicos, neurológico por imagem, exames de laboratório, análise do histórico familiar e social do paciente, verificação de comprometimento cognitivo e comportamental e miniexame de estado mental são alguns exemplos.

E como há vários tipos de demência, para ser capaz de diferenciá-los é necessário exames detalhados e demonstrações específicas de cada sintomas para se possível determinar a causa e o tipo.

Como se prevenir da demência?

É importante ficarmos atentos e trabalhar para que possamos preservar nossas funções mentais pois elas são totalmente essenciais para que possamos ter uma boa expectativa de vida . Por este motivo é preciso tomar conhecimento de como exercitar a mente,   prevenindo o risco de desenvolver demências que possam nos atingir durante a vida.

Diante disso, é preciso praticar o ato de sempre estar aprendendo algo, não acomodando o cérebro, tendo um novo aprendizado ou mobilizando nossa atenção para que possamos agregar alguma nova função a ele nos fazendo exercita-lo, pois novos neurotransmissores são criados, novos neurônios são desenvolvidos, e além disso podemos conseguir trabalhar nosso foco e cognição.

 Prestar atenção ao sono, dormir bem, também tem sua importância, uma vez que o ato de dormir é uma função fisiológica essencial para que possamos recuperar nossas energias, ao descansar, o nosso corpo consegue baixar sua tensão muscular, o nosso metabolismo diminui para que consigamos processar todas as informações que adquirimos durante o dia a dia. Um corpo que não dorme é um corpo que não consegue manter o foco, não conseguindo lembrar de antigas informações e nem adicionar novos aprendizados.

 Não consumir drogas  psicoativas também pode evitar a demência, pois as suas substâncias químicas são nocivas ao nosso cérebro.  As substâncias das quais falamos, são muito perigosas e podem deteriorar tanto nossas funções químicas quanto funções mentais. 

Se caso ocorra um consumo em grandes quantidades ela percorre o nosso corpo e consegue penetrar no cérebro alterando sua química e também o agredindo de uma forma que começa a degenera-lo, deste modo podem vir a surgir demências e por isso seu consumo deve ser evitado.

Cultivar o contato social e praticar atividades físicas também pode ajudar no processo de enriquecimento de informações, além de fornecer um cérebro  e um corpo saudável, pois ao termos contato com a sociedade conhecemos novas pessoas, interagimos expondo nossas ideais, vivendo em novos ambientes e aprendendo coisas novas o que ajuda no processamento de novas aprendizagens. 

Ao praticar atividade física consegue-se regular o corpo, a sua temperatura, seus hormônios sua alimentação e sono fazendo com que seja  aliviados os níveis de estresse, ajudando na revitalização das nossas funções cerebrais alimentando as mesmas através de uma vida saudável. 

Os principais tipos de demência

Os tipos de demência podem ser classificados das mais diversas formas, podendo ser analisadas como cortical e subcortical, potencial de reversão ou se é irreversível, se é do tipo Alzheimer ou não, se é rara ou comum, assim como pela sua área cognitiva mais afetada.

Porém aqui irei falar mais propriamente das doenças mais comuns associadas às demências, sejam elas as causadoras ou parte do processo demencial, explicarei mais precisamente abaixo cada uma delas.

Doença de Alzheimer

A doença de Alzheimer é uma doença caracterizada como um distúrbio neurocognitivo que afeta principalmente a memória de curto prazo, podendo vir acompanhada de disfunções visuais e na linguagem.

É mais comum em mulheres do que homens, os índices chegam a ser quase duas vezes maiores, muito possivelmente por estas possuírem uma expectativa maior de vida.

Essa doença é responsável por mais de 60% dos casos de demência, estima-se que 1.2 milhões de Brasileiros e 35,6 milhões de pessoas no mundo a possuam, segundo o ministério da saúde do Brasil.

Demência vascular

Neste caso, a demência ocorre por conta da falta de suprimento ou suprimento insuficiente para os tecidos do cérebro, de forma que ocasiona em destruição e morte desses tecidos.

O suprimento em questão são os nutrientes levados pelo sangue e o oxigênio necessário para funcionamento, quando ocorrem bloqueios ou acidentes vasculares, o sangue não chega até essas áreas e elas lentamente morrem, prejudicando o funcionamento cerebral ordenado e organizado.

Muito comum em casos de derrames cerebrais e AVCs (Acidentes vasculares cerebrais).

Demência de corpos de Lewy

Corpos de Lewy é o nome dado a uma proteína chamada sinucleína que se encontra no cérebro, mais especificamente nas células nervosas, porém quando há uma acúmulo excessivo desses corpos nas células nervosas, ocasionando em sua morte.

Esses corpos se formam na parte mais externa do cérebro e da massa cinzenta, ou seja, o córtex; é a terceira causa mais comum de demência.

Demência na doença de Parkinson

Embora a doença de Parkinson seja mais conhecida pela sua degradação e alteração das funções motoras, ele também é capaz de prejudicar outras funções cognitivas, inclusive gerar demência.

A demência na doença de Parkinson é semelhante a demência por corpos de Lewy, pois a doença de Parkinson também provoca o acúmulo das sinucleínas, porém não na massa cinzenta e sim na substância negra do cérebro.

Os principais sintomas demenciais dessa doença são lentidão do pensamento e raciocínio, alteração da memória mais tardia, declínio das funções executivas e de atenção e concentração.

Demência frontotemporal (DFT)

Também chamada anteriormente de doença de Pick, nessa demência se caracteriza por ser um conjunto de vários distúrbios que atingem áreas específicas, os lobos frontais, assim prejudicando o processo de fala, comportamento e personalidade.

É normal que os portadores dessa demência apresentam dificuldades para falar, compreender o que lhes é falado e escrever, assim como apresentar mudanças de coordenação motora e de personalidade, como perda de inibição, impulsividade e agressividade.

Qual a relação entre a Demência e a depressão?

A demência é causadora de algumas doenças, que debilitam, e fazem a saúde do ser humano declinar. Ela tem o alto potencial de afetar a memória, a capacidade de aprender e de entender algo, além de causar uma perda de células cerebrais, que podem causar a perda de memória.

Tomamos como exemplo uma pessoa com parkinson que não consegue ter uma vivência dentro da normalidade pois não consegue manusear objetos em decorrência da sua mão trêmula, ou uma pessoa que sofre de alzheimer que uma vez ou outra se encontra confusa sobre o que ela está vivendo naquele momento. 

A depressão é um transtorno silencioso que muitas vezes se parece com uma tristeza gerando uma insatisfação, o que faz com que o indivíduo não tenha  mais vontade de realizar atividades que antes fazia parte do seu cotidiano, ou até mesmo deixa de socializar com os outros e começa seu isolamento. Com isso, ela pode causar uma perda de memória,  além de uma falta de concentração que altera a cognição.

Entende-se que tanto a demência como a depressão podem causar males à memória como sua perda e também uma alteração na concentração do indivíduo, pois as duas estão ligadas ao funcionamento cognitivo relacionadas às funções mentais. Por serem problemas que afetam frequentemente a população idosa é preciso estar atento aos sintomas de cada um. 

A depressão é caracterizada por trazer ao paciente uma grande angústia e tristeza profunda, além da perda de motivação, fazendo com que ambas muitas vezes sejam confundidas pela sua semelhança, sendo preciso estar atento às informações do paciente para que seja feito o tratamento correto. 

Demência: Principais tratamentos! 

principais tratamentos para demência

Os tipos e intensidades dos tratamentos são diferentes a depender da causa da demência, pois muitas das demências são irreversíveis e não há tratamento que possa diminuir seu ritmo ou parar sua progressão.

Porém é possível diminuir ou retirar os sintomas que estão a perturbar a pessoa, através de terapias e do uso controlado de medicamentos.

Assim os principais tratamentos para a demência se configuram em exercícios cognitivos e físicos para reduzir os sintomas e controlar as condições que podem levar a piora do quadro.

O uso de medicamentos indicados pelos médicos, geralmente para estabilizar o estado mental e reduzir os sintomas, os mais prescritos são antipsicóticos, antidepressivos e anticonvulsivantes.

Há também a psicoeducação, que é explicar detalhadamente para os pacientes como ocorre e porque ocorre a sua doença, para que além de estarem cientes, já saberem com o que podem contar e o que não.

Além disso, a psicoterapia individual ou em grupo ajuda a familiarizar- se com o processo e a lidar melhor com a situação, retirando pensamentos negativos e ajudando no comportamento familiar e social.

Demência: A internação é indicada?

Eu diria que sim, mas não para todo tipo de demência, pois há aqueles em que é plenamente possível o tratamento com acompanhamento médico de hospitais e cuidados em casa.

Porém nas modalidades e tipos de demência mais severos é possível sim um tratamento adequado em internação, porém é preciso analisar cada caso como um caso único.

Naqueles em que for identificado a possibilidade, as clínicas de recuperação de qualidade possuem o ambiente perfeito para a estabilização do quadro mental, porém lembre-se que a maioria dos quadros não são reversíveis, então os cuidados terão que continuar após sua volta para casa.

A internação é recomendada especialmente em casos mais avançados que já envolvem risco de morte ou de integridade mental, assim como crise de algum transtorno ou doença associada à demência.

Conclusão

A demência, como pôde ver, é um termo genérico para as doenças que realizam degeneração e declínio das funções cognitivas, principalmente associada à memória e atenção.

Portanto, é importante que o diagnóstico seja realizado o mais precoce possível, e embora atinja mais a população acima de 65 anos, é possível que comece mais cedo, então exames neurológicos e neuropsicológicos a partir da meia-idade são uma boa indicação, assim como manter a mente em dia e viver de forma saudável.

Lembre-se que a demência não é uma condição normal para a velhice e sim uma consequência, genética, ambiental e social de toda a vida da pessoa até aquele momento, assim quanto mais cedo começar os cuidados preventivos melhor.

Leia também: O que é a Psicogeriatria e qual a sua importância para a sociedade

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