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Haxixe: O que é, quais seus efeitos e consequências

O haxixe é uma droga derivada do óleo extraído da maconha, contendo altos níveis de THC (tetra-hidrocanabinol). 

Sua origem é milenar, remontando aos povos asiáticos que cultivavam a planta para diversos fins. Com o tempo, descobriram que era possível extrair a camada oleosa que protege as folhas da maconha, utilizando-a para diferentes propósitos.

Na Ásia, o haxixe tem sido usado em rituais religiosos em alguns países do continente. Por exemplo, os hindus acreditam que a droga foi um presente do deus Shiva, utilizada para facilitar a comunicação com a divindade através de suas propriedades psicoativas.

Atualmente, o haxixe é amplamente conhecido e utilizado principalmente para fins recreativos. É frequentemente associado a uma droga de alto custo, o que tem aumentado seu valor dentro da comunidade de usuários de maconha.

Apesar de seu uso recreativo, o haxixe é uma substância química que, como outras drogas, representa riscos significativos para a sociedade. Sua alta demanda intensifica o tráfico criminoso de drogas e pode causar diversos malefícios à saúde humana, contribuindo para a deterioração do organismo.

Ao longo do texto iremos abordar mais detalhadamente sobre o haxixe, desde sua definição até os impactos duradouros que essa substância causa.

O que é haxixe

O haxixe, como já mencionado, é uma substância derivada da cannabis, conhecida por sua alta concentração de THC (tetra-hidrocanabinol). Enquanto a flor da planta de cannabis geralmente contém cerca de 1% de THC, o haxixe pode conter até 14%, resultando em efeitos psicoativos significativamente mais fortes.

A produção do haxixe envolve a extração da resina protetora da planta, que é rica em canabinóides. Esta resina é então processada para criar o haxixe, que é valorizado por seus potentes efeitos psicoativos.

De onde vem o haxixe

O haxixe é uma droga originária da Ásia, derivada da maconha. Milênios atrás, povos como os chineses aprenderam a extrair a substância da cannabis e a utilizar suas propriedades. 

Inicialmente, usavam-na para fins medicinais e na produção de papel e artigos têxteis. Além do uso medicinal, esses povos também descobriram seu potencial recreativo e religioso.

A droga se espalhou pelo Velho Mundo, sendo adotada por povos africanos, gregos, indianos e árabes, que exploraram suas propriedades para a produção de combustíveis, alimentos, fibras e medicamentos. 

Entre os anos 1000 a.C. e o século XIX, o haxixe ganhou fama nos continentes antigos, sendo amplamente utilizado para diversos fins, dependendo da cultura de cada sociedade.

Como surgiu o haxixe

A origem do haxixe é milenar e difícil de precisar com exatidão, mas acredita-se que tenha surgido no continente asiático, particularmente na região do Himalaia. 

Os registros mais antigos foram encontrados na China, onde a planta foi cultivada e diversificada. Através da agricultura, os povos descobriram que a cannabis possuía uma camada de proteção nas suas mudas.

Com o tempo, aprenderam a extrair essa resina protetora, revelando suas propriedades. A partir dessa descoberta, começaram a produzir fibras, tecidos e remédios, além de explorar seus usos recreativos.

Para que serve o haxixe

Atualmente, é amplamente utilizado para fins recreativos devido à alta concentração de THC, proporcionando efeitos mais intensos e duradouros em comparação à planta de maconha. 

Além disso, pequenas e controladas doses de haxixe têm mostrado potencial medicinal, aliviando sintomas de dor crônica, náuseas, ansiedade e insônia. Historicamente, as fibras da cannabis foram empregadas na produção de tecidos, cordas e outros materiais têxteis devido à sua robustez e durabilidade. 

Em várias culturas, o haxixe também tem sido utilizado em contextos religiosos e espirituais, valorizado por seus efeitos psicoativos em rituais e práticas meditativas. 

Além disso, a planta de cannabis, incluindo o haxixe, foi utilizada na produção de combustíveis e alimentos, com suas sementes ricas em nutrientes transformadas em óleo comestível. 

O haxixe continua sendo objeto de pesquisa científica para desenvolver novos medicamentos e terapias.

Efeitos do haxixe

Os efeitos do haxixe podem variar de pessoa para pessoa, mas entre os mais comuns estão a vermelhidão dos olhos, aumento do apetite e sensibilidade intensificada, resultando em uma percepção mais acentuada de cores, texturas, sons e sabores. 

Outros efeitos incluem taquicardia, sensação de relaxamento e uma percepção distorcida do tempo, o que pode levar ao uso prolongado da substância.

Entre os efeitos nocivos, destacam-se a piora na atenção e concentração, o risco de desencadear psicoses em indivíduos predispostos e a possibilidade de provocar episódios agudos de pânico e paranoia.

Diferença de haxixe e maconha

Tanto a maconha quanto o haxixe têm a mesma origem: o cânhamo. No entanto, apesar dessa origem comum, elas apresentam diferenças significativas. 

A maconha é derivada dos brotos ressecados da planta, que são geralmente prensados e fumados. A concentração de THC, a substância responsável pelos efeitos psicoativos, não ultrapassa 5% na maconha.

Por outro lado, o haxixe é obtido a partir da resina produzida pela planta, que a protege do calor e do sol. Essa camada oleosa é rica no princípio ativo da planta. 

Durante a produção do haxixe, os brotos são colhidos e o óleo é isolado, resultando em uma substância com alta concentração de THC, podendo chegar até 30%. 

Portanto, embora ambos venham do cânhamo, a maconha e o haxixe diferem significativamente em sua forma e potência.

Tipos de haxixe

O haxixe apresenta diferentes tipos, variando em suas propriedades devido aos métodos de produção e extração. 

O haxixe afegão, originário do Afeganistão, é produzido de forma prensada, tornando-se elástico e geralmente vendido em bolas ou tabletes. É amplamente usado na Europa e seus efeitos podem se manifestar em menos de 10 minutos para usuários não habituados. 

No Líbano, o haxixe é produzido no vale de Baalbek, utilizando maquinários. Após secar, a droga adquire uma cor avermelhada ou marrom e uma consistência de pó, resultando em alta quantidade de resina e efeitos potentes. 

O haxixe marroquino possui cinco tipos: caramelo, honey blonde, slate, primeiro e polm. Conhecido por seu gosto adocicado e alta potência, é um dos mais caros e cobiçados no mundo, devido à sua produção tradicional.

Dependência e Síndrome de Abstinência do Haxixe

O consumo crônico de haxixe traz desafios significativos, especialmente a dependência que pode se desenvolver com o uso prolongado.

O haxixe é conhecido por seus efeitos de euforia e relaxamento, mas a interrupção após uso regular pode causar sintomas desconfortáveis, como irritabilidade intensa, insônia persistente, perda de apetite significativa e ansiedade pronunciada. 

A gravidade dos sintomas varia, mas pode afetar significativamente a qualidade de vida dos indivíduos.

Além dos sintomas de abstinência, o uso crônico de haxixe pode levar à dependência psicológica e, em casos raros, à física. 

A dependência psicológica envolve um desejo compulsivo de continuar usando a substância, mesmo ciente dos riscos. 

A dependência física, embora menos comum, pode se manifestar como tolerância e sintomas físicos de abstinência.

Compreender os riscos, sintomas de abstinência, possibilidade de dependência e fornecer o apoio adequado aos usuários dessa substância é imprescindível para uma recuperação.

Mitos e Realidades

Um mito persistente sobre o haxixe é que, por ser derivado da cannabis, é completamente seguro. No entanto, o fato de ser “natural” não garante segurança. 

O haxixe contém THC, uma substância psicoativa que pode afetar a saúde mental e física. Estudos mostram que o uso excessivo está associado a problemas de memória, dependência e transtornos psicóticos.

Contrariando outro mito, o haxixe pode criar dependência psicológica, com muitos usuários relatando dificuldade em parar devido ao desejo compulsivo. 

Além disso, o haxixe não é isento de efeitos colaterais, podendo causar problemas de coordenação, ansiedade, paranoia e náuseas. A longo prazo, pode afetar o desempenho cognitivo e a motivação, impactando negativamente a qualidade de vida.

Embora tenha usos medicinais legítimos, deve-se reconhecer os riscos do uso recreativo e combater a desinformação. Uma abordagem científica proporciona uma compreensão mais precisa, capacitando decisões informadas sobre seu uso.

Impactos Duradouros do Uso de Haxixe

O consumo regular de haxixe pode ter impactos a longo prazo na saúde mental, bem-estar social e situação legal dos usuários, como qualquer outra substância psicoativa.

Um dos efeitos mais notáveis é a síndrome amotivacional, caracterizada por falta de motivação, apatia e perda de interesse em atividades produtivas. Indivíduos afetados podem ter dificuldades em cumprir responsabilidades acadêmicas ou profissionais, prejudicando seu desempenho e metas de vida.

O uso crônico de haxixe também está associado a problemas de saúde mental, como um possível aumento do risco de transtornos psiquiátricos, incluindo esquizofrenia e transtornos de ansiedade. Embora a causalidade não seja clara, essa ligação é preocupante.

Além disso, o isolamento social resultante da síndrome amotivacional pode afetar negativamente os relacionamentos interpessoais e a participação na comunidade. 

Conclusão

O haxixe é uma droga com uso milenar, especialmente em países asiáticos, onde foi utilizada para diversos fins. No entanto, sua alta concentração de princípios ativos torna-o extremamente potente, causando efeitos intensos rapidamente. 

Além dos efeitos alucinógenos e psicoativos, o haxixe pode provocar transtornos de pânico, crises psicóticas e falta de concentração, especialmente em pessoas predispostas a danos psicológicos e neurológicos.

Devido à sua nocividade, a OMS proibiu o uso do haxixe, tornando-o ilegal, pois seu uso inadequado, mesmo medicinal, pode causar danos significativos à memória, comportamento e saúde mental. 

No Brasil, o uso recreativo do haxixe está em ascensão, alimentando o tráfico devido ao seu alto valor de mercado.

O haxixe possui diferentes métodos de produção, desde técnicas simples até sofisticadas alterações químicas, facilitando seu acesso e diversificando suas propriedades. 

Essa acessibilidade aumenta o risco de dependência, pois os usuários são expostos a efeitos cada vez mais intensos. A produção e uso recorrente do haxixe debilitam a sociedade, incapacitando cidadãos para desempenharem seus papéis sociais.

A Clínica Recanto oferece um tratamento especializado em dependentes químicos que entendem os efeitos colaterais de várias drogas, inclusive do haxixe,  proporcionando uma recuperação focada na enfermidade do dependente.

NÓS LIGAMOS PARA VOCÊ

Fabrício Selbmann é psicanalista, palestrante sobre Dependência Química e diretor da Recanto Clínica Hospitalar – rede de três clínicas de tratamento para dependência química e saúde mental, referência no Norte e Nordeste nesse segmento.

Especialista em DependênciaQuímica pela UNIFESP, pós-graduado em Filosofia | Neurociências | Psicanalise pela PUC-RS, além de especialização na Europa sobre o modelo de tratamento Terapia Racional Emotiva (Minessota).

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