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Clínica de reabilitação: o que é, para que serve e tipos de internação
Publicado em: 29 de janeiro de 2021

Atualizado em: 13 de dezembro de 2022

Clínica de reabilitação: o que é, para que serve e tipos de internação

Você sabe como funciona uma clínica de reabilitação?

Por mais simples que essa pergunta possa parecer, é de forma frequente que me deparo com dúvidas em torno desse assunto.

E não é para menos.

Afinal, abordar qualquer tema relacionado à dependência química e ao alcoolismo é sempre uma tarefa complicada, porque são cercados de mitos e preconceitos, ainda que já estejamos no século XXI.

Os principais questionamentos que recebo dizem respeito aos procedimentos adotados, às possibilidades de internação e seus custos, à infraestrutura e aos tipos de tratamento oferecidos nesses espaços de recuperação.

Se você também tem esse tipo de dúvida, está no lugar certo.

Meu objetivo com este conteúdo é responder algumas dessas perguntas e tratar esse problema crônico com a profundidade e a seriedade que ele merece, sem descuidar, é claro, do aspecto humano.

Até porque, como eu sempre digo, ajudar alguém que sofre dessa doença é um gesto de amor e coragem.

Siga a leitura para saber tudo a respeito.

Como é uma clínica de reabilitação?

Uma clínica de reabilitação para dependentes químicos é, como eu gosto de chamar, um espaço de resgate.

Ou seja, um lugar onde não se busca recuperar apenas a sobriedade, “limpar o organismo”, como dizem popularmente, mas também devolver um propósito à vida de quem sofre com essa doença crônica.

Esse local de recuperação é composto por uma equipe multidisciplinar que procura atacar o problema em suas diferentes frentes.

Médicos clínicos, psiquiatras, psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, consultores e monitores em dependência química e educadores físicos são alguns dos especialistas que formam esse time.

No Grupo Recanto, só para você ter uma ideia melhor, somos mais de 100 profissionais de diferentes áreas trabalhando em prol da recuperação dos pacientes.

A clínica de reabilitação, além de um corpo técnico competente, precisa contar com uma infraestrutura adequada.

Afinal, o tratamento pode durar meses.

Hotelaria completa, áreas de lazer ao ar livre para a prática de atividades físicas, suporte médico em tempo integral, unidades de pronto atendimento e frota de ambulância 24h são alguns serviços essenciais.

Tudo isso, você encontra em cada uma das nossas unidades.

A ideia é que tanto os pacientes quanto os seus familiares se sintam acolhidos e seguros durante o período de internação.

Com um convívio pacífico, saudável e harmônico, é possível desenvolver comportamentos positivos que facilitem esse recomeço.

Uma clínica ainda pode ser especializada em determinado tipo de público e voltada para alguma necessidade específica.

Por exemplo, existem centros exclusivos para mulheres – a nossa unidade IV, inclusive, é totalmente dedicada ao tratamento feminino da dependência química.

Isso é importante porque a doença se estabelece de maneira distinta nos gêneros.

Além das questões fisiológicas, os gatilhos que levam mulheres a consumir álcool e outras drogas costumam ser diferentes dos homens.

Nesse sentido, é fundamental ter um espaço dedicado somente a elas.

Também há casos de clínicas especializadas na dependência de álcool e outras focadas no tratamento de demais drogas.

Para que serve uma clínica de reabilitação?

Uma clínica de reabilitação serve para acolher e ajudar a tratar uma doença crônica séria: a dependência química.

Cada centro de recuperação adota a sua metodologia de tratamento e suas abordagens terapêuticas, mesclando cuidados clínicos e psicológicos.

Como mencionei, gosto de dizer que uma clínica de reabilitação é um espaço de resgate, porque não acredito em um tratamento que não envolva uma reprogramação no sistema de valores, crenças e responsabilidades do adicto.

É claro que o processo de desintoxicação é importante, mas, sozinho, é insuficiente.

O dependente vai ter o seu organismo sadio de volta, mas não vai ter trabalhado suas ferramentas internas para lutar contra a abstinência e construir, diariamente, a sua sobriedade.

Assim, as recaídas podem ser mais frequentes.

Entendendo a clínica de reabilitação como uma forma de recomeço, o paciente tem a possibilidade de mudar pensamentos, crenças irracionais e atitudes nocivas causadas pelo vício.

Estou falando de um processo de racionalização da dependência química, que consiste, primeiramente, em reconhecer suas limitações perante as drogas ou o álcool e, depois, melhorar o seu funcionamento ocupacional, social e psicológico. 

Quais são os tipos de internação em uma clínica de reabilitação?

Agora que você já entendeu um pouco melhor o que é uma clínica de reabilitação e como ela funciona, vamos para o próximo tópico: os tipos de internação possíveis.

Internação voluntária

Trata-se do cenário ideal, no qual o próprio dependente reconhece o seu problema e a sua dificuldade de lidar com o vício sozinho.

Desse modo, ele mesmo vai em busca de ajuda especializada ou autoriza que alguém faça o encaminhamento.

Apesar de ser a melhor das hipóteses, infelizmente, nem sempre é a mais comum, uma vez que exige do adicto um autoconhecimento que é raro em casos assim, sobretudo em indivíduos que ainda estão apresentando os primeiros sinais da doença.

Internação involuntária

Como o próprio nome já indica, é quando o processo de internação acontece contra a vontade do paciente.

O adicto resiste a essa alternativa por achar que não é um problema que exija tratamento, pois realmente acredita que consegue parar de consumir o álcool ou outras drogas quando ele quiser.

No entanto, sabemos que não é assim que funciona.

Nesses casos, cabe a um familiar, amigo ou pessoa responsável conduzir o encaminhamento.

A decisão também recebe o amparo de algum médico, que elabora o laudo recomendando a internação em uma clínica de reabilitação como a melhor saída.

Internação compulsória

Aqui, nem o próprio adicto nem familiares ou amigos decidem pelo tratamento.

Na internação compulsória, toda a condução é feita por intermédio de um juiz que determina a sentença.

Nesse caso, o magistrado se vale de um laudo médico, que reúne informações sobre o estado do paciente e, então, dá o seu veredicto.

Como conseguir internação involuntária?

Antes de explicar como funciona o processo de internação involuntária e o que a lei diz a respeito, gostaria de conversar diretamente com você, que está com receio de recorrer a essa abordagem por ir contra a vontade da pessoa que ama e que está passando por esse problema.

É natural se sentir assim, como se estivesse traindo a confiança de alguém, mas entenda que você está agindo em prol de quem gosta, e não ao contrário.

Talvez, o adicto, em um primeiro momento, não reconheça isso, mas com o passar do tempo, ele vai agradecer a você.

Depois de vencer essa primeira barreira da aceitação, as coisas tendem a acontecer de forma mais natural e até você vai se sentir melhor por ter feito a escolha certa.

Dito isso, vale saber que o encaminhamento da internação involuntária passa por um contato com o médico.

Portanto, marque uma consulta com um especialista e relate, em detalhes, o caso para ele.

Com base nas informações e em eventuais exames que ele conseguir colher, o profissional vai emitir um laudo técnico aconselhando esse tipo de abordagem.

Familiares, responsáveis legais e um servidor público das áreas da saúde, da assistência social ou de órgãos integrados ao Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad) podem encaminhar esse pedido inicial.

Além disso, a Lei Nº 13.840/19 prevê que a internação pode ser interrompida a qualquer momento pelos familiares e representantes legais.

Já a clínica de reabilitação em que o adicto foi internado deve comunicar o Ministério Público Estadual ou a Defensoria Pública, em até 72 horas, a respeito do procedimento, assim como a sua posterior alta.

Qual tipo de tratamento o Grupo Recanto oferece?

No Grupo Recanto, utilizamos um tripé de tratamento que adota uma abordagem humanizada e individual para cada paciente – isso vale para todos os tipos de internações.

Sua composição conta com o aconselhamento biopsicossocial, a Terapia Racional Emotiva (TRE) e o Programa dos 12 Passos.

Cada método tem a sua parcela de contribuição para a reabilitação do interno, como detalho a seguir.

Aconselhamento biopsicossocial

Como eu sempre digo, a dependência química é uma doença crônica multifatorial, que não pode ser explicada somente por um aspecto, mas sim por um conjunto de elementos.

No aconselhamento biopsicossocial, buscamos justamente analisar todos esses pontos, até para entendermos o que levou o paciente a começar a fazer uso de drogas e, também, para que ele passe a se questionar.

Portanto, analisamos os aspectos biológicos, psicológicos e sociais dos internos.

Além disso, entendemos que cada adicto tem a sua própria trajetória até chegar à clínica, e ela precisa ser compreendida.

Essa é a maneira de introduzirmos o tratamento e fazer com que, aos poucos, o paciente vá criando consciência acerca do seu vício e das suas limitações perante ele.

Terapia Racional Emotiva (TRE)

O segundo passo é construído a partir da relação de confiança estabelecida entre o interno e a equipe multidisciplinar.

Com esse laço gerado, adotamos uma abordagem terapêutica que tem como objetivo provocar reflexões no adicto a respeito da sua condição atual.

Um dependente químico tem os seus aspectos emocionais e comportamentais totalmente afetados pelo seu vício.

Com isso, crenças irracionais passam a ser potencializadas e ele se vê mais suscetível às suas emoções.

Quando começamos a trabalhar em cima dessas questões, aos poucos, ele vai retomando a racionalidade e percebe que alguns pensamentos e gestos nocivos podem, sim, ser modificados.

Basta desenvolver os mecanismos internos e capacitar as ferramentas certas para que o controle e o equilíbrio voltem para o indivíduo.

Programa dos 12 Passos

A dependência química é uma batalha interna que é travada diariamente, mas isso não significa que ela precisa ser vencida sozinha.

No Programa dos 12 Passos, trazemos essa ideia à tona.

Nesse espaço de compartilhamento, em que não há nenhum julgamento e preconceito, o paciente expõe sua experiência e ouve histórias de pessoas que, assim como ele, estão lidando com o mesmo problema.

A abordagem ficou conhecida por sua aplicação nos grupos de apoio, como os Alcoólicos Anônimos (AA) e os Narcóticos Anônimos (NA), e, ao longo dos anos, tem auxiliado adictos a lidarem com seus vícios.

A ideia é simples: consiste em reconhecer a impotência perante o vício, buscar na espiritualidade um suporte para o recomeço e redefinir o sistema de valores, crenças e responsabilidades.

Qual é o melhor momento para fazer uma internação em uma clínica de reabilitação?

Nunca é fácil tomar essa decisão, em especial, se ela for feita contra a vontade de alguém.

No entanto, saber identificar o momento certo para isso é a melhor saída para evitar complicações maiores.

A própria Lei Nº 13.840 orienta que a ocasião ideal é quando é feita uma consulta médica e, depois de analisar a substância utilizada e o padrão de uso, fica evidente a impossibilidade de recorrer a outros tratamentos.

Mas, além disso, vale ter atenção a sintomas como:

  • Perda da autonomia
  • Abandono de cuidados básicos com a higiene e de uma rotina de compromissos
  • Descaso com a aparência
  • Oscilações intensas de peso
  • Mudanças de humor repentinas, com maior tendência para a agressividade
  • Uso contínuo de mentiras para esconder comportamentos.

Quanto custa uma clínica de reabilitação?

Essa é uma pergunta que me fazem com frequência, e a minha resposta é sempre a mesma: não ateste a qualidade de uma clínica de reabilitação pelo seu preço.

Existem centros de recuperação gratuitos, particulares e que aceitam ou não convênios com planos de saúde que realizam um bom trabalho.

O seu foco deve ser em outros aspectos, como infraestrutura, abordagens terapêuticas, equipe de profissionais, política de visitas e por aí vai.

Nós, aqui do Grupo Recanto, não fazemos nenhum tipo de diferenciação no tratamento conforme a modalidade de plano contratada.

Atendemos de forma particular, mas também temos convênios (atualmente, com 13 planos de saúde que oferecem cobertura total e parcial.

Conclusão

Espero que, com este conteúdo, eu tenha conseguido tirar todas as suas dúvidas sobre clínica de reabilitação e deixar você mais seguro quanto a essa abordagem de tratamento.

Caso ainda tenha ficado algum questionamento, entre em contato conosco.

Preencha o formulário que nós ligaremos para você!

A dependência é, sim, uma síndrome crônica, mas isso não significa que ela não possa ser tratada a fim de propiciar ao adicto um belo recomeço.

Conte com a gente para fazer desse momento um novo início com uma abordagem humana e repleta de afeto!

Nós ligamos para você